Mulheres francesas se opuseram à decisão de convidar o cineasta Roman Polanski para presidir o Cesar Awards, o “Oscar francês”. A informação foi veiculada pelo jornal O Globo. O diretor, de 83 anos, é considerado fugitivo da justiça americana por um caso de abuso sexual contra uma adolescente, em 1977, em Los Angeles, crime pelo qual ficou preso por 42 dias.
De acordo com o jornal, a Académie des Arts et Techniques du Cinéma comunicou que Polanski sucederia o o diretor Claude Lelouch na presidência do premiação. “Artista, cineasta, produtor, roteirista, ator, diretor. Existem muitas palavras que definem Roman Polanski”, disse a entidade. “Mas há apenas uma que expressa nossa admiração e encantamento: obrigado, sr. presidente”.
Representante do grupo Osez Le Feminisme, Clare Serre-Combe afirmou que as feministas estão extremamente irritadas com a decisão. Em entrevista à agência AFP, ela declarou que a eleição de Polanski é “esnobar vítimas de abuso sexual e estupro”. “A qualidade de seu trabalho não é nada quando confrontada com o crime que ele cometeu, sua fuga da justiça e sua negação em enfrentar suas responsabilidades”, finalizou.
A atriz e produtora Shirley Kohn também defende o posicionamento. “É como se nós não estivéssemos levando essa acusação de estupro a sério. Os atores e profissionais de cinema estão prontos para receber prêmios de Polanski?”.
Já o ex-ministro da Cultura da França, Aurelie Filippetti defendeu o diretor e disse que “ele deveria ser liberado para presidir a cerimônia”. A uma emissora francesa, o homem afirmou que o caso aconteceu há 40 anos e não se pode falar sobre ele toda vez que o assunto for Polanski. (A.N.)