O ciclista Paollo Sales Barreto, de 26 anos, permanece internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Ferreira Machado (HFM). Na noite dessa quinta-feira (13), após mobilização de familiares e imprensa, o jovem foi carregado através de escadas, pelo Corpo de Bombeiros, para realizar um exame de tomografia, já que o elevador da unidade está quebrado. A medida foi tomada após notificação de um médico sobre a urgência do exame, pois o paciente teria saído de um coma induzido e estaria sem sedação há mais de 30 horas. Nesta sexta-feira (14), familiares de pacientes internados na unidade hospitalar, relataram que o equipamento continua quebrado e sem previsão de conserto, mesmo após uma ordem judicial, que obrigou a empresa a solucionar o problema em 48 horas.

Familiares de Paollo informaram que, na quinta, ele passou por exame e foi constatado edema cerebral. Os médicos informaram que o ciclista aguardará 12 horas para receber medicação que diminuirá o edema. “A gente sabe que logo ele vai ter que fazer mais exames. A administração informou que o conserto só será realizado na segunda. Ontem, alguns amigos chegaram a falar que iriam pagar o conserto do elevador, mas o hospital não permitiu”, disse a irmã de Paollo.

O ciclista ficou gravemente ferido ao se envolver em um acidente com um ônibus da empresa Campostur, que fazia a linha Campos x Atafona via São João da Barra, na manhã da última terça (11), na BR 356, na altura da na curva do trevo de Grussaí, em São João da Barra.

Paollo é atleta de ciclismo e seguia de Campos para Grussaí durante um treinamento quando ocorreu o acidente. O ciclista estava acompanhado de um amigo que não se feriu. A vítima foi socorrida pela equipe de resgate de São João da Barra e levada para o HFM.

A equipe da Folha tentou contato nesta sexta com a assessoria da unidade sobre o reparo do equipamento, mas não havia obtido resposta até o início desta tarde.

A determinação judicial partiu do juiz da 5ª Vara Cível de Campos, Cláudio Cardoso França, em uma ação movida por uma paciente idosa, que já recebeu alta, mas com o pé quebrado, não pode ir para casa porque o elevador não está funcionando. Em nota, o secretário de Saúde Geraldo Venâncio informou que também entrou com pedido, no Ministério Público Estadual (MPE) para tentar solucionar o problema junto à empresa.

A Justiça determinou o conserto do equipamento em 48 horas e a Fundação Municipal de Saúde (FMS) publicou um reconhecimento de dívida no valor de R$ 2,6 mil com a empresa responsável pela manutenção do elevador. Segundo o secretário de Saúde e presidente da FMS, Geraldo Venâncio, a dívida nunca havia sido apresentada pela empresa.

Nesta manhã, quem compareceu à unidade hospitalar relatou que, devido à falta do elevador, o hospital encontra-se com corredores lotados. “Os pacientes que não podem subir as escadas estão ficando todos aglomerados no primeiro andar. Minha mãe é uma idosa de 83 anos, fraturou o fêmur e depende do elevador para fazer um exame e ser encaminhada para outro hospital. Isso aqui está um absurdo. O elevador permanece quebrado e até agora nenhum sinal de que vai ser consertado”, relatou uma mulher de 59 anos, que preferiu não se identificar.