Desde a nascença e meninice que a curiosidade sobre a origem do nome "Gargaú" me atormenta; uma baita angústia, mesmo para quem viveu tantas estrepolias e molequices nas catanças de Caranguejo, afundando na lama rica dos manguezais e prendendo os cardumes de Tainhotinhas 'Olho de Fogo', nas tarrafas de dois dedinhos de malha e 18 "parmo" , feitas pelas mãos hábeis do mestre pescador Genaldo. E desde sempre pensei que Gargaú fosse um nome único, como diziam os antigos vindo do Guarú, aquele peixinho "Barrigudinho", abundante na região. Mas que nada. Foje finou-se o mistério! Tem mais Gargaú neste Brasilzão, tem lugar onde fez pouso Don Pedro II, Imperador do Brasil em 1859. Tem mais Gargaú, tem uma que é nome de rio que deságua no Rio Paraíba, repleto de Manguezais em sua foz. Oxi, são tantas parecenças além do nome que nem sei se é mesmo outra ou é a minha Gargaú. Sei não, mas eu eu penso, que descobri outro filial do paraíso, léguas ao norte. Agora já sei o que significa e, de onde veio o nome Gargaú. O caso é que com a descoberta do significado do nome; adormeceu uma curiosidade e despertou outras muitas: Será que na nossa Gargaú do Sul já teve Peixe Boi, ou algum navegante encontrou a foz daqui e achou parecida com o seu lugar de origem e nos presenteou com o homônimo. Eita mundão pra ter história. Vou conversar com os mais velhos, pesquisar e esmiuçar as estórias e a história, para ver o que é que tem em comum a Gargaú do Rio de Janeiro com a Gargaú da Paraíba....
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O rio Gargaú é um rio brasileiro que banha o litoral do estado da Paraíba. Situado na região da Várzea Paraibana, em suas margens aconteceram eventos importantes da história da Paraíba, sobretudo durante o ciclo da cana-de-açúcar no Brasil, época do Brasil Colonial.
Etimologia
O topônimo Gargaú é uma corruptela do tupi guaraguá-ú, que em português significa «rio do peixe-boi» ou «onde o peixe-boi come». A confirmação dessa versão vem dos escritos neerlandeses da Descrição geral da capitania da Paraíba, do século XVII:
- «Para o norte e sobre os montes do mesmo engenho se acha uma aldeia de índios, também chamada 'Gargaú', da qual esse distrito e o rio tomaram o nome. Gargaú é uma palavra [nativa] brasileira pela qual designam uma espécie de peixe, que os portugueses chamam peixe-boi (apanham-se muitos nesse rio), pois garga é o nome do referido peixe e ú é água, o que quer dizer: 'água do peixe-boi'.»
Em virtude da caça e da alteração de seu habitat o peixe-boi-marinho deixou de frequentar toda a bacia do rio Paraíba e seus afluentes, da qual o Gargaú faz parte.[nota 2]
História
Durante a guerra de expulsão dos invasores neerlandeses por portugueses em 1654–1655, o pequeno forte de Gargaú — descrito pelos batavos em anotações — foi provavelmente em sua origem o moinho de açúcar de Jorge Lopes Brandão. Em escritos, o comandante neerlandês Schoppe mencionou que havia entregue três canhões no pequeno forte de Gargaú. Na época do domínio holandês na Paraíba o rio passou a se chamar rio La Rasière em virtude de o engenho Gargaú também ter recebido essa denominação, marcando seu novo dono, Isaac La Rasière.
Em 1859, quando de visita a várias localidades da então província da Paraíba, o imperador D. Pedro II pernoitou no engenho Gargaú, às margens do rio. No engenho Gargaú, que pertenceu a Duarte Gomes da Silveira, um dos fundadores do estado, há a Capela de Santana,um dos resquícios do importante patrimônio arquitetônico estadual.
Sub-bacia
O Gargaú nasce na região do povoado de Mata da Aldeia, município de Santa Rita, e segue em direção leste até encontrar o rio Cabocó, o qual se divide em dois ramos para formar a Ilha Tiriri. A partir daí o Gargaú ruma em direção nordeste e recebe a denominação de «rio da Ribeira»,margeando a leste a Ilha Stuart e a oeste as comunidades de Ribeira de Baixo e Tambauzinho até finalmente se juntar ao rio Paraíba, do qual é um dos últimos afluentes, já que deságua neste próximo à foz.
Boa parte do rio está coberta de manguezais e portanto sujeita a fortes correntes marinhas (marés), as quais chegam rio acima até a comunidade homônima (Gargaú). O baixo curso, onde há vários viveiros para a carcinicultura, foi fruto de monitoramentos constantes para avaliar o impacto dessa cultura na região estuarina, os quais revelaram que essa cultura até agora provocou pouco ou nenhum impacto à qualidade da água do canal, apesar de se saber que a carcinicultura é responsável por extensos desmatamentos e desequilíbrio nos manguezais.
Com pequenas manchas de matas e manguezais, sua bacia tem sido muito explorada para o uso agroindustrial e a carcinocultura.