O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou neste sábado (4) como "ridícula" a posição do juiz federal de Seattle James Robart, que ordenou, em caráter temporário, a suspensão da ordem do governo para proibir a entrada de refugiados e imigrantes de sete países de maioria muçulmana.
"Quando um país não é mais capaz de dizer quem pode e quem não pode entrar e sair, especialmente por razões de segurança - grande problema!", escreveu o republicano em sua página no Twitter. "A opinião desse suposto juiz, que essencialmente leva a aplicação da lei para longe do nosso país, é ridícula e será anulada". O presidente argumentou ainda que "certos países do Oriente Médio concordam com a proibição".
Robart bloqueou o decreto de Trump nesta sexta (3), em resposta a um recurso apresentado pelo procurador-geral do estado de Washington, Bob Ferguson. A medida, que vale para todo país, foi o golpe mais duro até agora contra o polêmico decreto, que gerou protestos nos Estados Unidos. O governo pode apelar da sentença.
Decisão 'ultrajante'
Após o anúncio da decisão do juiz, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, divulgou um comunicado afirmando que o governo "fará uma suspensão de emergência desta ordem ultrajante e defenderá a ordem executiva do presidente, que acreditamos ser legal e apropriada". Logo depois, uma declaração revisada foi enviada para remover a palavra "ultrajante", segundo a agência de notícias Associated Press.
"A ordem do presidente tem a intenção de proteger a pátria e ele tem a autoridade constitucional e a responsabilidade de proteger o povo americano", acrescenta o texto. O Departamento de Justiça não divulgou nenhuma decisão imediata sobre um recurso. "O Departamento espera rever a ordem escrita do tribunal e determinará os próximos passos", disse em comunicado, segundo a Reuters.
Ainda de acordo com a agência, que cita um oficial de uma empresa aérea, o órgão de proteção de fronteira e alfândega dos Estados Unidos informou as companhias norte-americanas que elas podem voltar a embarcar viajantes que haviam sido barrados pela ordem executiva na última semana. Em uma teleconferência, a agência dos EUA disse às aéreas para operar como elas faziam antes do decreto de Trump.
Com isso, indivíduos dos países afetados que tenham vistos adequados poderão embarcar em vôos com destino aos EUA, e as companhias aéreas estão trabalhando para atualizar seus sites para refletir a mudança, disse o oficial, que não foi autorizado a falar publicamente.