A chapa majoritária à prefeitura de Campos do candidato Fabrício Lírio (Rede) pode sofrer uma baixa. Isso porque a candidata a vice-prefeita, a enfermeira Vanessa Gomes Sampaio (PSOL), não recebeu autorização de seu partido para ocupar a função. O diretório municipal do PSOL alega não ter deliberado pela composição de chapa com candidato a vice e, devido à permanência de Vanessa na função, requereu sua expulsão do partido. Nestas eleições, a sigla decidiu em assembleia apoiar o professor Jefferson de Azevedo (PT).

Em nota disponível no DivulgaCand, sistema de registro de candidaturas do TSE, o diretório municipal do PSOL afirma ter sido pego de surpresa com o registro da candidatura de Vanessa Gomes Sampaio, filiada ao partido, como vice do candidato a prefeito Fabrício Lírio (Rede). A legenda informa ter deliberado em assembleia pela não indicação de candidato a vice-prefeito.

O PSOL Campos diz ter advertido Vanessa a retirar a candidatura a vice em 72 horas e, após o descumprimento deste prazo, decidiu pelo afastamento do partido e enviou, na segunda-feira (12), documento à sua direção nacional pedindo a expulsão de Vanessa. A decisão foi apoiada pela executiva estadual do PSOL. Os documentos estão disponíveis no Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP), seção do site do TSE destinada ao preenchimento de informações das candidaturas.

Em nota publicada nas redes sociais na noite desta quinta-feira (15), o partido esclareceu porque abriu mão de compor a chapa majoritária junto com a Rede."A razão pela unanimidade interna se dá por ideais inconciliáveis com o nome proposto pela majoritária na Federação. Nossa intenção definida pelas instâncias internas do partido seria fortalecer a candidatura do Partido dos Trabalhadores, do professor e ex-reitor do IFF, Jefferson Manhães", diz a nota, que continua:"A posição de não composição da chapa PSOL-REDE foi externada ao Diretório Municipal da Federação e aos membros da REDE que ainda assim decidiu dar continuidade à candidatura a prefeito no final do mês de julho, antes mesmo da convenção da federação".

Após tentativas de contato com Vanessa, que a princípio teria sido coagida a aceitar a função de vice, membros do diretório PSOL dizem ter sido bloqueados por ela em um aplicativo de mensagens e ter suas ligações não atendidas."Porém, assim que solicitamos a retirada da candidatura, junto com o Diretório Estadual, a situação mudou e não mais foi possível estabelecer contato com a mesma, que sumariamente bloqueou membros do diretório e passou a não atender mais ligações. Posteriormente fomos informados por meio de uma notificação judicial que todo o diálogo com a candidata a vice deveria ser realizado através de um conjunto de advogados", afirma a nota.

Como até esta quinta-feira (15) o nome de Vanessa ainda consta no sistema de candidaturas do TSE, o PSOL goitacá enviou ao juiz da 76ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes uma Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (AIRC).

Procurado para comentar o caso, o presidente municipal do PSOL, Vanderson Gama, confirmou as informações e o apoio da legenda à candidatura do PT."O PSOL não fez indicação da Vanessa na chapa de Fabrico Lírio. O partido não apoia a candidatura do Lírio, e já estamos tomando providências em relação à candidatura da Vanessa. O PSOL, em plenária, definiu por apoiar a candidatura do PT, com o professor Jefferson Manhães à prefeitura", disse.

A equipe de reportagem tentou contato com Fabrício Lírio e Vanessa Gomes Sampaio, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno.