Caputi foca no emprego e vê índice de extrema pobreza irreal em SJB
Rodrigo Gonçalves, Aluysio Abreu Barbosa. Matheus Barriel e Cláudio Nogueira 19/08/2023 07:49 - Atualizado em 19/08/2023 08:29
Genilson Pessanha
É apoiada nos bons diálogos com a Câmara e com o setor privado que a prefeita de São João da Barra, Carla Caputi (sem partido), vê também os avanços da sua gestão, no seu um ano e quatro meses à frente do município. Entre os destaques aponta a qualificação e a empregabilidade da mão de obra local como um avanço e também um desafio. O município fechou o primeiro semestre de 2023 com a criação de 2.506 vagas formais, além de 325 novas inscrições no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) — sendo 241 MEIs. Por outro lado, tem que lidar com números preocupantes. Dados avaliados pelo Núcleo de Pesquisa Econômica do Rio de Janeiro (Nuperj), da Uenf, mostram que, mesmo com o Porto do Açu, a extrema pobreza sanjoanense afeta o quantitativo de 17.294 pessoas, ou seja, 47,08% dos habitantes. Índice que já vem sendo usado, inclusive, pela oposição, em um cenário eleitoral a 2024, que tem, até então, o vereador Elísio Rodrigues (PL) como possível adversário. Caputi questiona, alegando que “números, friamente falando, não são base para a pessoa dizer que tem extrema pobreza no município”, citando, ainda, o fato de “não ter sequer um morador de rua em SJB”. Sem querer antecipar o pleito, Carla conhece o seu favoritismo à reeleição já apontado nos bastidores por pesquisas que avaliam bem o seu governo. No entanto, sabe que precisa seguir trabalhando e articulando, tanto que já teve encontros com o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), além de outros partidos. O conteúdo completo da entrevista dessa sexta-feira no Folha no Ar, da Folha FM 98,3, também pode ser conferido em vídeos no fim desta reportagem.
 Mão de obra sanjoanense — A gente faz vários programas de qualificação em parceria com as empresas do Porto do Açu e tem muitas turmas formadas com mão de obras específicas com o IFF. Sentamos muito para conversar sobre as demandas das quais são mais eminentes naquele momento para poder formar turmas. Não só limitamos a isso, acabamos de enviar para Câmara Municipal uma criação do Plano de Qualificação Municipal próprio e é lógico que a gente vai ter parceiros também, mas com a característica do município. Fazemos bastante investimos na questão das bolsas universitárias. Hoje são 442 bolsas universitárias, o transporte universitário também, e vale lembrar que a gente oferece bolsas que podem chegar 100% de acordo com o cumprimento dos critérios. Então assim, é algo para gente muito precioso, porque você dá oportunidade das pessoas se qualificarem (...) O Porto do Açu, sem dúvida nenhuma, é um grande atrativo, e desde a da implementação lá atrás, a gente tem uma lei de incentivo fiscal que dá isenção de meio por cento no ISS para as empresas contratarem mão de obra local de São João da Barra, tem ter no mínimo 40% de funcionários do município. Mas, essa lei ela está em vigor, acho que dez a doze anos, quer dizer foi bem na implementação do projeto. O projeto hoje do Açu tem uma característica muito diferenciada do que se iniciou (...) A forma da mão de obra hoje já não é mais tanto a questão da construção civil. É mais muito específica. Por isso a gente faz tantos parcerias e cursos de qualificação. E essa lei de incentivo nosso, inclusive a gente tem trabalhado várias reuniões, a gente quer modificar os critérios dessa lei para poder dar continuar dando esse incentivo. Como? Fazendo com que mais empresas sejam atraídas para o município e (...) possam atingir realmente a mão de obra local. Estamos estudando modificar essa lei para que a gente fazer contar também (para atingir o 40%) as empresas terceirizadas possam computar também (...) Claro que o empreendimento (Porto do Açu) é um empreendimento privado, e ele vive de lucros, é muito diferente do público, e ele tem todas as suas diretrizes de poder contratar profissionais que eles achem em qualquer lugar, mas a gente faz essa oferta, tem um balcão de empregos que é ligado com as empresas do Porto do Açu, que elas consultam, fazem as entrevistas, e se a pessoa tiver o perfil, se tiver adequado, contratam ou não porque, eles tem esse poder, vamos dizer assim. A gente tem investido bastante para poder ser cada vez mais os nossos sanjoanenses. Nesses cursos de qualificação que são feitos com as próprias empresas do Porto, contam como experiência, o que tem mudado o cenário (de exigência de experiência profissional). A gente ainda percebe, muitas vezes, a dificuldade da pessoa buscar a qualificação, não que tenha dificuldade do acesso, mas de se encaixar mesmo, de querer. É toda uma cultura, toda uma novidade... tempos modernos, coisas muito específicas. Mas tem mudado esse cenário muito nesses cursos de qualificação, que eles mesmo dão com a gente. E aí eles aproveitam aquelas pessoas, os destaques dessas turmas e acabam contratando.

Extrema pobreza — Acho que quando a gente vive na cidade e acompanha o dia a dia, e eu particularmente fui secretária de Assistência Social, então tenho bastante contato com essa realidade, começa a entender como é que funcionam as coisas. Falar em números friamente é fácil, sem conheça a realidade. Vamos começar pelo cadastro. Essa questão do cadastro de ter esse número elevado não só em São João da Barra, mas em outros municípios também, não vou citar porque eu acho muito deselegante a gente usar o comparativo com outros municípios, principalmente porque cada um sabe da sua realidade. Esse não é meu perfil. Então não vou citar outros municípios, mas vou falar de SJB que é onde eu tenho propriedade para falar. A porta de entrada para se ter qualquer benefício social dentro de qualquer município é o Cadastro Único. Outra coisa é que ele é autodeclaratório. Vamos imaginar que o Rodrigo chegue lá no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), e fale assim: “Olha eu quero fazer o Cadastro Único porque eu sou uma pessoa que estou em situação de vulnerabilidade”. Ele é entrevistado, tem todas as perguntas, mas a gente é obrigado a inseri-lo dentro do cadastro, porque, pressupõe-se isso, é um princípio dentro da assistência social, que se ele está se autodeclarando situação de vulnerabilidade, ele é. Isso aconteceu muito e não foi só em SJB, foi o país inteiro. Em período pandêmico cresceu demais. Todos os benefícios federais, como o auxílio emergencial, como os cartões que foram criados pelo Estado na época, o Supera Rio, como o nosso cartão, e qualquer outro, a porta de entrada é o Cadastro Único. Você imagina, que a população tinha isso em acesso. Todo mundo vai utilizar. Então todo mundo vai lá... é autodeclaratório, não é obrigatório. Até porque não se consegue ter a visita in loco de todos, isso nem era necessário, inclusive para se receber auxílio emergencial. E aí muita gente vai buscar. Prova de que isso não é realidade, primeiro ponto é que São João da Barra não tem sequer um morador de rua. Então a gente não tem essa pobreza extrema como é falado (...) Hoje o governo federal implementou essa política de cruzamento de dados do Cadastro Único com outros, como SUS e outros mais como o que mostra que a pessoa está empregada, e aí tem muita gente saindo da situação porque está cruzando dados. Então assim, números, friamente falando, não são base para pessoa dizer que tem extrema pobreza no município, até porque nem vive lá, nem conhece, nem sabe. Então, deveria estar lá e deveria acompanhar melhor. Essa questão de criticar, porque é aliado, porque vai ser candidato, isso é muito complicado, não é minha linha. Eu procuro ser uma linha bem respeitosa com todos, porque eu estou mais preocupada em trabalhar do que preocupada em ficar criticando, comparando... se a gente for comparar São João da Barra com Campos, tem muita coisa para a gente comparar, mas não quero chegar nessa questão. Se realmente existisse essa pobreza, o município teria pelo menos morador de rua, não teria esse número do CAGED crescendo de empregabilidade, não teria empresas novas chegando dando oportunidade, não teria o que a gente faz muito, que é fomentar o turismo, que é uma vertente que a gente tem muito grande, cultural e que, praticamente, a gente tem eventos quase todos os finais de semana, dando oportunidade para as pessoas terem seu rendimento direto e indiretamente. Sejam os ambulantes, que podem estar vendendo, seja toda a cadeia comercial, que muitas vezes é a pessoa que vai lá fazer um cabelo, a pessoa que vai na farmácia, a pessoa que vai em um depósito de bebida, enfim, a gente tem muita oportunidade de emprego. Então assim, mais uma vez volto a dizer, essas questões de críticas, de falar, da oposição, numa situação de criticar, se não for com algo muito concreto e sem ser imparcial, é algo muito direcionado para alguma questão. E aí eu não prefiro não debater porque eu acho bem complicado, é muito tendencioso.

Relação com a Câmara — Muito boa, graças a Deus. A gente tem um ótimo relacionamento, respeitando os poderes, porque eles são independentes, mas é ótimo que sejam harmônicos. Por isso, normalmente é interessante e necessário para um processo político fluir, principalmente para o povo, porque todos nós somos eleitos pelo povo e todos nós precisamos demonstrar o nosso trabalho para o povo. Quando fica nessa questão (de briga), fica muito complicado, porque quem perde é o povo. Então, a nossa relação tem sido bastante respeitosa, bastante harmônica e respeitando os poderes. Cada um com seu papel: o Legislativo, de legislar, trazer as demandas, fazer o seu papel; e o Executivo, de executar, de estar aberto ao diálogo, de estar escutando, de estar podendo ouvir as demandas da população. Então, a gente tem uma relação muito respeitosa. O presidente Alan é meu conterrâneo, é um amigo, tenho muito carinho por ele. A gente já se conhecia há bastante tempo, da época do supermercado. Tínhamos bastante amizade. Todos os outros vereadores que compõem a nossa base também têm um ótimo diálogo. Na verdade, a gente tem um diálogo bom com todo mundo, mas a gente gosta de ressaltar aqui esse trabalho do pessoal da base, que nos ajuda muito. Interessante até que a gente tem percebido, e todos eles: todas as demandas que a gente sempre discute são muito bem feitas, muito bem colocadas e muito bem representadas por todos na questão de estar votando, tudo certinho lá, para a gente.

Remanejamento em 5% — Como eu disse, a gente tem a base do nosso governo no Legislativo. Essa relação harmônica e respeitosa traz muitos frutos para a população. Apesar de ter só 5% (de remanejamento), a gente tem a maioria (da Câmara). Todos os projetos que a gente envia, que são interessantes, a gente discute. Normalmente, são projetos que muitas vezes a gente faz até em construção com o Legislativo, para a gente poder estar falando qual é o objetivo, toda a questão de melhorias para a população. Então, têm sido aprovados todos os nossos projetos de leis enviados, porque o Legislativo entende que é o melhor para São João da Barra. É até muito interessante que a gente tem na base seis vereadores, três não são da nossa base, mas a gente também os trata muito respeitosamente, porque todos são representantes do povo. Mas, por incrível que pareça, até os três que são da oposição também votam sempre com a gente. Então, estou muito tranquila nessa questão de ter pouco remanejamento. A gente entende e os vereadores estão entendendo que tudo o que é enviado, realmente, é o que é melhor e necessário para a população. Na prática, é difícil (governar só com 5% de remanejamento) se você não se planejar bem, se você não souber como fazer a questão da distribuição correta. A gente tem um superávit muito bom este ano, veio da arrecadação do ano passado. O barril do petróleo estava lá em cima, a questão estava bem legal. Então, isso ajuda bastante. E tem essa questão da relação. Eu acredito muito nas pessoas que querem realmente representar o povo, independente de política partidária, porque isso deve ser para o campo eleitoral, o período eleitoral. As pessoas que são eleitas pelo povo devem ter essa visão. Isso deve acontecer no Legislativo e no Executivo. Se a gente puxa daqui, puxa dali, puxa daqui, puxa dali, é o povo quem sofre. E, graças a Deus, o pessoal da Câmara entende. Nosso presidente, toda a nossa base e inclusive os da oposição, que votam com a gente, têm entendido que o melhor para São João da Barra é o que a gente está fazendo.


Queda de arrecadação — A participação especial, que veio menos para Campos, também veio menos para São João da Barra, e os royalties têm caído. Recentemente, a gente teve uma reunião com os prefeitos da região, junto com nosso presidente da Alerj, o Rodrigo Bacellar, e os prefeitos que compõem o Cidennf (Consórcio Publico Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense). Na ocasião, não estavam todos, mas a maioria. Todos estão sentindo na pele, não só a questão da arrecadação dos royalties, como também o ICMS. A gente está observando muito, porque vem havendo essa queda, e isso nos preocupa. Quando a gente faz projeção, a gente precisa aguardar ainda esse próximo quadrimestre para saber.

Emendas impositivas — Essa implementação da emenda impositiva foi ainda na gestão da ex-prefeita Carla Machado. Então, eu já herdei essa implementação. Foi o primeiro ano. Eu cheguei em abril e já cheguei daquele jeito: “vamos que vamos”. E aí, a gente começou a poder acompanhar as emendas impositivas. Na maioria delas, em quase todas, vou dizer uns 99%, o valor que é colocado pelo vereador não corresponde ao que ele deseja. Muitas vezes, na maioria das vezes, foram obras, e para a gente saber o valor real da obra precisa ter toda uma planilha, e muda muito. Então, muitas precisaram ser complementadas. Eu acho que as emendas impositivas são uma grande oportunidade de trabalhar em conjunto. Eu não fiz distinção de nenhum vereador, complementei as de todos, tanto no ano passado quanto este ano. Todas as emendas impositivas a gente complementou. A gente tem um prazo de 60 dias para dizer se a gente vai fazer ou não aquela emenda impositiva. O Executivo tem essa prerrogativa. Em nenhum momento a gente questionou nenhuma, muito pelo contrário, eu quis complementar até com valores bem altos, para que a gente pudesse dar oportunidade aos vereadores. Eu acho que eles representam o povo como a gente. Trabalhando integradamente, a gente leva o melhor para o povo, sem fazer distinção de base ou oposição. Prezo muito pelo respeito, prezo muito pelo diálogo, acho que isso é muito importante, e quem ganha é o povo. Tanto é que a gente está bem avaliada, tanto é que a gente está trabalhando bastante e tem tido esse retorno da população com o nosso trabalho. Acho a emenda impositiva muito importante, acho muito necessária. Tem gente que não gosta.
Conexão SJB-Campos e encontro com Bacellar — Nem sabia que eles (Fred Machado — irmão de Carla Machado e do grupo dos Bacellar — e o governo Wladimir Garotinho) estavam namorando, é novidade para mim (risos). Tenho outra leitura. Não sabia que estava havendo esse movimento, é até interessante saber. Mas, enfim, esse encontro com o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, foi um encontro bastante proveitoso e muito propositivo. A Carla Machado é deputada estadual e tem como presidente da Casa o Rodrigo Bacellar. Então, nada mais natural, independentemente dos momentos... Ela não votou com o Rodrigo, todo mundo sabe disso, e ela explicou na época que não o representava. Porém, hoje, ele a representa, e ela precisava desse momento de estar conversando, aparando os detalhes e se relacionando com o presidente, o que é muito natural. Ela é deputada, ele é presidente da Casa, então, é muito natural essa aproximação. E foi muito bacana. Eu, particularmente, estava ali naquele momento e gostei muito da conversa, achei muito bacana essa propositura, porque, volto a dizer, quem ganha é o povo. Quanto mais os diálogos estiverem bem entrelaçados, quanto mais as pessoas estiverem expondo as suas ideias e podendo ter as suas colocações, o povo é quem ganha. Então, foi isso o que aconteceu. Eu, na ocasião, também estive com o presidente, e também foi muito propositivo, porque falamos muito de São João da Barra. Ele é o presidente da Alerj. Para a gente, é um grande orgulho ter pessoas da região (em cargos de destaque). Ele chegou à presidência da Alerj, é mérito dele, isso não é para qualquer um. Segundo mandato, novo. E ele conhece as dores da região, conhece São João da Barra, conhece Campos, toda a região Norte Fluminense. Então, a gente ganha muito com isso. Tudo é relacionamento. É muito importante a gente ter o presidente da Alerj sendo da nossa região, e para gente é motivo de orgulho. Como também a nossa deputada Carla Machado, que também representa a região. Para a gente, é muito notório isso, como outros deputados da região também. Então, foi uma ocasião bem bacana, a gente trocou muitas ideias. Foi um encontro muito propositivo, como eu disse. Tivemos essa oportunidade de estar conversando e nos aproximarmos. Também tivemos depois, com os prefeitos do Cidennf, e a gente percebeu uma muito boa vontade do presidente da Alerj em poder auxiliar os municípios, naquilo que lhe compete, nas dores de cada um. Alguns municípios vêm enfrentando muitas dificuldades com essa questão do ICMS, com essa questão da perda dos royalties. Há municípios até precisando até demitir pessoas, o que é muito triste. E a gente pôde lá, cada um, falar um pouquinho da sua situação, para a gente trocar essa ideia e fazer esse network.

Foi falado com Rodrigo sobre sucessão em SJB? — A gente conversou bastante (risos). É lógico que, conversando com o presidente da Alerj, a gente conversa de política. Conversamos bastante. O Rodrigo é muito bem relacionado, a Carla também. São dois políticos muito experientes, cada um com seu talento, e um acaba contribuindo com o outro para todo o cenário político. É lógico que a gente teve várias conversas. Aqui a gente não vai entrar em detalhes, porque não dá.

Elísio como possível seu vice — Não disse (risos). Não existe essa conversa. A gente não teve essa conversa. As conversas que a gente teve foram conversas políticas, mas ninguém definiu nada.

Existe essa possibilidade? — A gente tem um cenário com várias pessoas que são muito importantes para a política sanjoanense. Tem vários nomes do nosso grupo que têm o desejo. Há pessoas que já pleiteiam há bastante tempo. Costumo dizer que, hoje, é muito cedo para a gente dizer quem pode ser o vice ou quem não pode ser o vice. Toda vez que se vai definir uma chapa, é preciso que se tenha muita maturidade, muita reflexão, para saber quem são os adversários, até para contrapor. Eu vou ter um vice do quinto? Vou ter um vice de outro distrito? Quem serão os opositores? É preciso saber quem serão os opositores para que a gente possa fazer esse contraponto. Tem toda uma questão. Então, hoje, a gente não tem como falar a respeito disso, principalmente porque a gente não está no mesmo contexto político. Volto a dizer: a gente precisa ter a real situação do que vem pela frente. Para Deus, nada é impossível. Mas, não posso responder isso, porque o futuro a Deus pertence. Como eu disse, a gente tem nomes muito legais e um grupo que já está conosco, caminhando com a gente há bastante tempo, e que têm todos os seus pleitos também. A gente analisa isso com muito carinho. Vamos analisar o que vem para poder contrapor. É isso!

Problema da água do 5º Distrito — Tem um estudo em andamento. Isso é um problema bem antigo, como a gente tem outros problemas de mais de 50 anos, 40 anos. A Cedae era responsável pela concessão da água e do esgoto no nosso município e ela vem, ao longo desse tempo, prestando um serviço muito ruim. Tanto é que não se teve essa extensão da rede para o 5º Distrito, como também não teve também para Grussaí do outro lado da lagoa, em alguns pontos, não só de água como também de esgoto. É responsabilidade da Cedae esse investimento, até porque ela cobra por isso, então, teria essa obrigação. Mas, ao longo desses anos, ela não presta esse serviço a contento. Tanto é que nós temos a prova: o 5º Distrito não tem, e a gente fornece muitas caixas d’água, carro-pipa, perfura poços grandes, faz as tubulações... Enfim, a gente faz muita coisa e vem fazendo ao longo desses anos (...) Então, a gente contratou a Fundação Getúlio Vargas, que agora já me apresentou a primeira... A gente vai ter agora as audiências públicas do Plano Municipal de Água e Esgoto. Após isso, o estudo se finaliza em uns meseszinhos, para a gente fazer a concessão da água do município e, assim, levar água para o 5º Distrito, levar água para onde não tem, e o esgoto tratado também, porque é muito necessário (...) Minha preocupação é essa: as pessoas terem o direito a receber a água e o esgoto, mas pagarem um preço justo.

Pesquisas já apontam possível reeleição — A gente também se pauta e se baseia muito nas pesquisas, que são uma maneira estatística, matemática, de a gente poder avaliar como tem sido o nosso trabalho. Ainda vamos fazer a próxima para que possa ser divulgada. As outras a gente teve acesso e, mas não pode divulgar. Há todo um trâmite. A gente tem que divulgar quando está tudo bonitinho lá. Realmente, os números são muito favoráveis, e eu acho que isso é fruto de trabalho. Desde que eu entrei, estou há um ano e quatro meses. Sou acelerada por natureza, sou bem agitada. Então, acho que vou ficar em campanha pelo resto da minha vida, por esse ritmo agitado. Tem toda essa questão do privado, e a gente vem com toda aquela vontade de fazer, chegando agora, vamos dizer assim. Então, a gente tem aquela natural corrida para trabalhar e mostrar resultado. Eu funciono muito assim. Eu acho que o resultado diz por tudo. O nosso trabalho através do resultado. E acho que a população tem visto isso: por esse pouco tempo que eu estou, tudo o que a gente vem fazendo, todo o esforço que a gente quer fazer ainda mais. Tem coisas que são impossíveis de se resolver pelo tempo. Acho que é uma coisa muito natural a gente tentar, se for possível, se for da vontade de Deus, se a gente preencher todos os requisitos, a reeleição. E vejo de uma maneira muito positiva a resposta do povo ao nosso trabalho. Positiva, feliz, porque isso estimula a gente a poder cada vez mais se doar pelo nosso povo, pelo nosso trabalho. A gente fica feliz com essa com essa preferência, vamos dizer assim. E vamos divulgar em breve (pesquisa). Mas, a gente tem muito para trabalhar ainda. Eu falo que tem pouco tempo para mim, porque eu tenho muito para fazer ainda. A gente quer mostrar ainda mais, para ver se o povo aprova a gente ainda mais ou não.

Repetir os 70% que elegeram Carla Machado? — Vou trabalhar para ter mais, com certeza. A gente está no jogo para fazer o jogo. Vamos lutar até onde puder, com trabalho, porque a luta da gente é com trabalho, com verdade, com esforço, com dedicação, mostrando à população aquilo que a gente está fazendo, aquilo que a gente pode fazer e aquilo que vai fazer mais, mostrando os desafios. Tem que falar o que é e o que não é. Eu costumo ser assim. Eu costumo ser assim. Com todo mundo que senta comigo, a primeira coisa que eu falo que eu só falo aquilo que é possível. Eu só digo aquilo que eu consigo fazer. Aquilo que eu não consigo fazer, eu não vou poder dizer. É um princípio, eu fui criada dessa forma e trago isso para a política. Então, se é para a gente participar do pleito, vamos trabalhar para mais. Que seja feita a vontade de Deus e do povo.

Escolha do novo partido — Temos conversado com bastante partidos. A gente quer conversar bastante. Estive com o Eduardo Paes, não só com o Eduardo. Tem uns com quem a gente posta foto, outros a gente... Enfim, faz parte, né? A gente tem conversado bastante. Estamos escutando, ouvindo, vendo as ideologias. A gente tem a nossa identidade. A gente precisa colocar a nossa identidade com aquilo que a gente se sente, vamos dizer, as afinidades. Sou do centro progressista. Isso é de cada um, é a minha ideologia. No momento, estou sem partido, mas estou conversando com bastante partidos. Não posso dar spoiler. Mas, as conversas estão bem adiantadas. Breve, breve a gente vai estar anunciando. A única coisa que eu posso dizer é que o PSD vai caminhar com a gente, mas o meu partido ainda não está definido.

Um passarinho verde contou que pode ser o Republicanos — Esse passarinho está cantando muito (risos). Não sei, não. Acho que esse passarinho tem que voar mais um bocadinho (risos).

Poucas mulheres na política — Essa questão da pouca representatividade da mulher na política é realmente algo que nos incomoda muito. A gente que é mulher, principalmente, entende que a gente deve participar e deveria participar ainda muito mais do pouco que a gente representa. O homem tem o seu papel, e a mulher tem o seu papel, por isso, seria e é muito importante esse equilíbrio na política, nos poderes Legislativo, Executivo. Então, a gente incentiva muito. Em SJB, a gente tem a vereadora Sônia, a bonita, que a gente brinca; teve a vereadora Joice, que ficou como suplente do vereador Julinho na Câmara com por um tempo. A gente fomenta muito essa questão das políticas públicas para mulheres, porque a gente quer ter mais representantes, visto que a gente teve uma prefeita que ficou por quatro mandatos, e eu, prefeita também, sou mulher. Então, temos muito esse olhar sensível. Estamos buscando cada vez mais chamar para perto, conversar sobre política, porque o papel da mulher é onde ela quiser, e na política faz muita diferença muita mesmo. Eu sou prova disso, nossa cidade é prova disso. Eu gostaria muito que houvesse muito mais prefeitas, muito mais vereadoras. Inclusive, a gente se encontrou num sítio do André Ceciliano, em Mendes. Na ocasião, o ministro foi até lá, e aí a gente encontrou muitas prefeitas, e é um network muito bacana, porque a gente descobre que tem mais. Fizemos um combinado lá, todas as prefeitas mulheres, para a gente estar se reunindo. Vamos ter um encontro em Brasília para estar fomentando ainda mais, passando para as pessoas, divulgando as mulheres, essa importância, quantas nós somos, o que nós fazemos e como fazemos. É muito importante!

Avanço do mar em Atafona — Primeiro ponto: qualquer tipo de obra ou qualquer tipo de solução para se conter o avanço do mar passa pela vazão do rio. Ao longo desse tempo, o rio foi perdendo vazão. Aí, naturalmente, o mar tem mais força do que o rio, sobrepõe o rio, e vai acontecendo o que a gente tem visto acontecer. Existiam e existem três estudos de vários tipos de solução para o Pontal. Um fala sobre engordamento, outro fala sobre quebra-mar, outro fala sobre outra vertente. São três estudos, todos os três acompanhado pelo Ministério Público, que é parte nesse processo. Foi uma ação civil pública. O próprio Ministério Público Federal chegou à conclusão de que os três não chegam a conclusão nenhuma, os três não dão segurança de que vai ser a solução, até porque a solução não perpassa só pela contenção, perpassa pela vazão. Então, é (necessário) um estudo muito maior sobre a vazão. O que a gente tem feito para isso? A gente esteve com o presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas, os vereadores, todos estavam em Brasília; o professor Eduardo Bulhões, que tem a questão do projeto dele, é um estudioso a respeito (do tema); estivemos com o ministro da Integração, com o deputado Murillo Gouvêa, que intermediou; o deputado Bruno também estava. Ali, a gente foi discutir, numa categoria federal, uma solução. Após a explanação de todos os técnicos, Defesa Civil, a esfera federal, todo mundo que estava lá, foi entendido que a gente precisa de um novo estudo, que envolva vazão da água. Qualquer coisa que for ser feita, e são obras macros, envolvem muito dinheiro, o município sozinho não consegue fazer. Por mais que a arrecadação melhore, o que seja, é um recurso na casa dos R$ 300 milhões, e assim vai. Você não tem como fazer um negócio desse sem tirar de algum canto, até porque a gente precisa de licenças, aquela coisa toda. Envolve o federal, envolve o estadual... E outra coisa: envolve vários estados, porque o rio Paraíba passa em outros estados. Ainda está havendo um movimento para se fazer uma nova represa, em um outro estado, o que pioraria ainda mais a nossa situação. Então, é uma discussão bem ampla, e que só São João da Barra, só a prefeita, não consegue resolver, só o Legislativo não consegue, enfim. Tem que ter um aparato muito grande. Eu fiquei muito confiante. Na ocasião, o próprio deputado federal Murillo Gouvêa se propôs a pagar esse estudo com emenda dele, em torno de R$ 2 milhões. A gente está aguardando. Caso o deputado não consiga fazer, a gente pode fazer. Na ocasião, o Murillo se comprometeu, e ele fez um documento para isso. Estamos confiando, porque ele é um deputado bem sério. A gente pensou assim: já que ele vai fazer, está tudo ali bonitinho, vamos aguardar. Se demorar muito... Isso foi em maio, não tem tanto tempo assim de demora para a gente não dar o crédito ao deputado. Não vamos dizer que ele não vai colocar. Mas, caso não dê, a gente vai fazer. É um estudo muito rebuscado, que vai precisar de mais tempo para efetivamente mudar. Não só em Atafona, mas também o Açu, que está tendo o mesmo problema, o mar está avançando também, e a gente está buscando isso. Corremos muito atrás e buscamos muito as soluções. Como eu falei da água, são problemas muito antigos e que não são tão simples de resolver. São problemas da natureza, enfim. A gente busca esforços em conjunto, federais, estaduais, para que a gente possa se unir e fazer. O estudo novo, visto que o Ministério Público Federal disse que os três existentes não são suficientes, a gente tem que estar com ele em mãos para correr atrás da verba. A situação atual é uma dor muito grande, e a gente é muito sensível a isso.

Habitações — Inclusive, a gente agora vai começar também a licitar, está terminando só de conferir o projeto, as casas populares que vamos entregar. Não são casas populares, são umas casas bem bacanas. Fiz questão de acompanhar pessoalmente a elaboração do projeto arquitetônico para a gente poder entregar ao pessoal que teve que sair dali. Hoje, eles estão recebendo um valor de R$ 1.200,00 para poderem alugar uma casa, um valor que eles administram. Muitos usam para alugar a casa. Mas, eles querem as casas, lógico. É uma promessa nossa, e já terminou, graças a Deus, a parte burocrática de fazer todo o edital. Tem um termo de conferência para a gente publicar e entregar essas casas ao pessoal. Não era o que a gente gostaria. A gente gostaria que o mar realmente já tivesse uma solução. Só que, de imediato, entre o que a gente gostaria e o que é possível, escolhemos ajudar e salvar essas pessoas, tirando elas de lá, porque realmente está ficando bem complicado. E isso é uma dor de qualquer sanjoanense. É muito difícil essa realidade, mas não depende só município de São João da Barra. A gente precisa de esforços maiores, e nós estamos buscando, vamos continuar buscando cada vez mais. Disposição não falta. Como eu falei, eu estou fresquinha, estou recente (como prefeita). Então, a gente está correndo atrás para resolver esse problema. Com a permissão de Deus e os esforços de todos, se Deus quiser, em breve a gente vai conseguir alguma coisa. Não podemos é parar.

Nominatas para 2024 — A gente está discutindo bastante esse assunto com os nossos entendedores de política. Na verdade, a gente quer fomentar políticos, candidatos a vereadores, de ainda mais qualidade. Além dos que a gente já tem, como as cadeiras aumentaram (vão de 9 para 13 na próxima Legislatura em SJB), a gente tem buscado conversar com bastante lideranças para poderem estar compondo conosco e fazermos esse cenário aí das nominatas. Ainda é cedo para a gente definir, tem um grande tempo ainda até o período mesmo. Por enquanto, todo mundo tem intenção, mas existe o tempo certo para a gente estar batendo o martelo lá. Tem muita gente interessada. É hora de a gente fomentar as mulheres, fomentar pessoas que tenham liderança, boas ideias, pessoas que querem contribuir com o pleito. Vai haver o momento certo para a gente finalizar isso. Mas, a gente tem olhado, sim, com muito carinho e muito cuidado. Tem muita gente boa junto, e eu fico feliz por isso, porque isso nos impulsiona a fazer cada vez mais políticas públicas, com mais qualidade e mais amor. Acho esse diálogo fundamental, isso é o básico. A gente está sempre pronta a ouvir, a dialogar, falar, para a gente poder avançar numa melhor qualidade de vida em nosso município.
Veja em vídeo da entrevista:

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