Libanesa de Campos, de 61 anos, é repatriada ao Brasil após conflito no Líbano
Maria Laura Gomes 14/10/2024 21:20 - Atualizado em 15/10/2024 15:21
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A libanesa Minerva Lutf Saab, de 61 anos, de nacionalidade brasileira e residente em Campos, foi repatriada ao Brasil na última quarta-feira (9) após ser afetada recentemente pelos conflitos no Líbano. Ela, que se encontrou em Beirute, capital do país, viveu a intensificação dos ataques de Israel contra o grupo Hezbollah e conseguiu retornar ao Brasil por meio de um pedido de repatriação deferido por um juiz. A viagem de volta, realizada pela Força Aérea Brasileira (FAB), começou na sexta-feira (11), com o desembarque no Rio de Janeiro no sábado (12), e por último em Campos, no último domingo (13).

O processo de repatriação de Minerva foi possível graças à Lei de Migração, sancionada em 24 de maio de 2017, que substituiu o antigo Estatuto do Estrangeiro. Essa legislação obriga o Brasil, tanto legal quanto diplomaticamente, a repatriar cidadãos brasileiros em áreas de conflito, zonas de guerra ou lesões afetadas por desastres naturais. 
Rafael Magalhães Gama e Adilson Lucas de Souza Silva, advogados responsáveis pela repatriação da Minerva no Brasil, explicam os detalhes do processo. Segundo eles, a Lei de Migração foi fundamental para garantir a segurança dd cliente. "A repatriação está prevista na Lei de Migração, sancionada em 24 de maio de 2017, para substituir o Estatuto do Estrangeiro. O Brasil tem obrigações legais e diplomáticas de repatriar humanitariamente qualquer cidadão, de nacionalidade brasileira, em área de conflito, zona de guerra ou região afetada por desastres naturais", afirmaram os advogados.

Questionada sobre os desafios de estar em meio ao conflito no Líbano, Minerva relatou momentos de grande tensão. “A dificuldade nossa é entrar pra dormir, porque você não sabe se vai levantar e quando levanta, levanta assustada”, afirmou. "A minha cidade é muito silenciosa, então, quando cai um míssel, você sente o prédio todo balançar. Eles jogam não só um, mas dois, três, dez de uma vez", explicou.
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Minerva também descreveu um episódio que marcou durante os ataques. "O caos todo não é tão perto, mas o barulho é muito forte. Teve uma vez em que eu estava lavando louça e, de repente, os pratos caíram das minhas mãos. Acabei machucando o meu dedo por causa do susto", contou.

Sobre o papel do governo brasileiro na repatriação, Minerva fez uma avaliação positiva, destacando o cumprimento do dever presidencial. “Se fosse Lula ou qualquer presidente, quem faz uma coisa boa para o país está cumprindo o seu papel”, afirmou. Ela ainda reforçou a importância da repatriação humanitária: "É uma honra muito grande para o país, que ele está devolvendo as pessoas que têm cidadania."

A Minerva também elogiou a atuação da Força Aérea Brasileira durante todo o processo de retorno. "A Força Aérea foi muito gente boa, muito prestativa para todos. Criança, idoso, qualquer pessoa. Desde lá fui muito bem recebida", disse Minerva. Agora de volta ao Brasil, ela expressou gratidão. "Me sinto grata por estar aqui. Aliviada".

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