'Maratona Zezé Motta' para comemorar os 80 anos da atriz campista
Dora Paula Paes 26/06/2024 15:46 - Atualizado em 26/06/2024 15:47
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Ela saiu da área rural de Campos, de uma vida cercada por canaviais, e perseguiu sua estrela que nunca parou de brilhar. No auge da fama, decidiu que precisava também lutar contra a invisibilidade do negro. A atriz e cantora Zezé Motta, uma das grandes damas da arte cênica brasileira, completa 80 anos e as homenagens para essa grande artista brasileira não cessam. Nesta quinta-feira (27), dia do seu aniversário, o Canal Brasil preparou uma maratona de 24 horas de trabalhos da atriz para comemorar a data. Com suas raízes fincadas em Campos, a Folha da Manhã, também já prestou homenagem a Zezé Motta, quando lhe foi entregue o troféu Folha Seca.

A programação começa na virada do seu aniversário, a partir da meia-noite, com a apresentação do Cinejornal especial e segue com a exibição em sequência de 13 filmes emblemáticos que marcaram a trajetória de Zezé no cinema desde a década de 1970.
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Uma entrevista inédita com a atriz abre a maratona à 00h, em um Cinejornal comemorativo apresentado por Simone Zuccolotto. "Quando as coisas deram certo pra mim, vi que éramos poucos negros em cena. Comecei a cobrar dos produtores e da mídia sobre essa invisibilidade do negro. Foi aí que criei um arquivo de atores negros, o CIDAN. Apesar de o país ser tão miscigenado, é um país racista, vou ter que brigar por isso", conta Zezé, que em 1984 fundou o Centro de Informação e Documentação do Artista Negro (CIDAN), um espaço que facilitou e potencializou a entrada de artistas negros no audiovisual.

Zezé também fala sobre suas próximas estreias, papéis marcantes de sua carreira e a chegada aos 80 anos. "Eu fico muito feliz de inspirar as pessoas e de ter conseguido passar, principalmente para as mulheres negras, o poder de olhar e falar: eu também posso!".

Entre os destaques da Maratona Zezé Motta, está o clássico “Xica da Silva”, dirigido por Cacá Diegues. O filme é baseado no romance "Memórias do Distrito de Diamantina", do autor João Felício dos Santos. A atriz interpreta a escrava Xica da Silva, que torna-se a primeira dama negra brasileira. O papel rendeu à ela troféus de Melhor Atriz no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no Prêmio Coruja de Ouro de Cinema e no Prêmio Air France de Cinema em 1976, e no Prêmio Governador do Estado de São Paulo em 1977.

Ainda completam a programação os longas-metragens “A Serpente”, do diretor Alberto Magno; “Para Viver Um Grande Amor”, de Miguel Faria Jr.; “Jubiabá”, de Nelson Pereira dos Santos; “Natal da Portela”, de Paulo César Saraceni; “Vai Trabalhar Vagabundo”, de Hugo Carvana; “Orfeu” e “Tieta do Agreste”, de Carlos Diegues; “Bróder”, de Jeferson De; “Nó do Diabo”, de Gabriel Martins, Ramon Porto Mota, Ian Abé e Jhésus Tribuzi; “Alemão 2”, de José Eduardo Belmonte; e “Gonzaga - De Pai Pra Filho”, de Breno Silveira.
Com informações de assessoria.

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