Mais uma tragédia anunciada: chuvas afetam documentos históricos no Arquivo Público e Solar fica alagado
Edmundo Siqueira 25/11/2022 12:32 - Atualizado em 25/11/2022 12:38
Desde outubro de 2021, o Solar do Colégio — prédio secular que abriga o Arquivo Público Municipal de Campos — tem a promessa que seria restaurado e seu importante acervo, digitalizado. Para isso, foram disponibilizados R$ 20 milhões à UENF, que aceitou ser a responsável pela execução das obras, e está com o dinheiro em conta há mais de 10 meses.

Como fato incontestável, desde do acordo firmado, nada foi feito. Sequer um prego foi batido no Solar do Colégio, tampouco algum dos relevantes documentos que contam a história de toda região Norte Fluminense foi digitalizado.

Falando a este espaço, no início deste mês, o prefeito Wladimir Garotinho disse que faltaria “compromisso” da UENF, e que a demora nas obras seria um “jogo armado de enrolação”. Também a este espaço, o deputado estadual Bruno Dauaire, disse que estaria faltando do reitor Raul Palacio, “mais responsabilidade e vontade de salvar o nosso Arquivo Público”.


A Folha da Manhã, através do jornal e do portal Folha1, este espaço, o prefeito e deputado citados, a direção do Arquivo Público e parte relevante do setor cultural de Campos alertaram, reiteradas vezes, sobre o risco do período de chuvas que se iniciou em Campos desde outubro.

Mas a UENF demonstrou não se preocupar com os alertas. Insistindo que faltaria ainda o projeto por parte da prefeitura (que pode ser licitado diretamente pela Universidade) permaneceu com os recursos parados em conta até o momento.

Até que — em mais uma tragédia anunciada em Campos em relação a seu patrimônio histórico e cultural — o Solar do Colégio não conseguiu proteger, da última forte chuva em Campos, o acervo do Arquivo Público Municipal, e o risco anunciado sobre o prédio e os documentos, se concretizou. Apesar da construção ainda manter sua integridade, a falta de manutenção e restauro compromete seu futuro, uma vez que as chuvas devem persistir.

Na noite de ontem (24), o interior do prédio ficou repleto de água, parte da documentação foi atingida e o telhado de madeira da construção apresentou diversas goteiras nas salas que estão acondicionados os documentos.
A tragédia, mesmo anunciada, não foi evitada, apesar do dinheiro disponível para isso. Veja as fotos:

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