Prédio do Grande Hotel Gaspar é cotado para sediar órgão da Prefeitura
O prédio em que funcionou o Grande Hotel Gaspar, na praça do Santíssimo Salvador, está sendo avaliado para sediar uma secretaria da Prefeitura de Campos. Durante esta semana, a secretária e o subsecretário de Turismo, Patrícia Cordeiro e Edvar Júnior, inclusive visitaram o prédio junto a arquitetos da secretaria de Planejamento Urbano, Mobilidade e Meio Ambiente. O bom estado da edificação e a sua importância são dois fatores que favorecem a possibilidade de levar um órgão público para o local, funcionando como um marco simbólico para o projeto de revitalização do Centro Histórico.
Construído por volta de 1830, o prédio em questão, originalmente, foi a residência do fazendeiro José Gomes da Fonseca Paraíba, 40º provedor da Santa Casa de Misericórdia de Campos e fundador do Recolhimento das Expostas no Asilo da Lapa. Reformado em torno de 1840, o imóvel chegou a ser especulado como local para receber o então imperador Dom Pedro II durante visita a Campos, mas este acabou se hospedando na casa do Barão de Muriaé, onde hoje está sediado o Corpo de Bombeiros.
Após a morte de José Paraíba, sua casa foi integrada aos bens da Santa Casa e posteriormente vendida pela sua segunda esposa, Izabel Maria Pessanha, para o português Gaspar Cardoso, em 1883. Este fez do prédio um hotel, cujo salão nobre recebeu reuniões de campistas adeptos à proclamação da República. Em 1891, o renomado maestro e compositor Carlos Gomes se hospedou no local. Outro hóspede ilustre foi o escritor Mário de Andrade, em 1935, quando o Hotel Gaspar já era apontado como o mais luxuoso da região. Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural em 1987, o prédio se encontra fechado desde 2013. Reformas realizadas durante os quase 200 anos de existência tornaram eclética a sua arquitetura.