Em Brasília, Wladimir pede mais recursos ao governo Lula mas quer apoio de Bolsonaro
Prefeito de Campos tem recebido repasses bilionários do governo federal
Em 2023, o saldo de investimentos do governo Lula em Campos alcançou a marca histórica de pouco mais de 1.3 bilhão de reais. Deste montante, pouco ou nenhum destaque foi feito pelo governo Wladimir creditando o governo federal. A apropriação de programas federais pelo governo municipal tem sido tática frequente de um prefeito intimamente ligado ao bolsonarismo mas que se beneficia com emendas, maquinários, obras e tantos outros investimentos garantidos com a retomada dos investimentos públicos nos municípios pelo governo Lula. Ontem, em Brasília, essa estratégia ficou explícita na agenda de Wladimir, que teve desde visitas a Ministros do governo Lula para aumentar os bilionários repasses à cidade, como solicitou no encontro com o ex-deputado federal Chico D’Angelo, assessor direto da Ministra da Saúde, Nisia Trindade, até uma reunião no fim do dia com Flavio Bolsonaro, onde pleiteou ao Senador o apoio da família do ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje investigado pela Polícia Federal, para sua tentativa de reeleição em 2024. Mas a relação de Wladimir com a direita e, em especial, com o antipetismo, vem de longa data, conforme poderemos observar adiante nesta matéria que resgatou posts antigos do atual prefeito no twitter. Em Campos, Lula obteve 100 mil votos no 2º turno das eleições 2022. A depender dos demais candidatos e da crescente rejeição a Bolsonaro, esses votos podem ajudar a decidir o resultado de 2024.
Nos bastidores, entre seus poucos apoiadores e integrantes do governo posicionados mais à esquerda, Wladimir alimenta a versão de que nunca foi um bolsonarista. Em que pese o posicionamento um pouco mais moderado que aqueles assumidos hoje por seus pais e sua irmã Clarisse, esse discurso se desmonta quando, nas eleições de 2022, o prefeito declarou apoio e pediu voto na ruas para Bolsonaro, que viria a ser derrotado semanas depois.
Nos bastidores, entre seus poucos apoiadores e integrantes do governo posicionados mais à esquerda, Wladimir alimenta a versão de que nunca foi um bolsonarista. Em que pese o posicionamento um pouco mais moderado que aqueles assumidos hoje por seus pais e sua irmã Clarisse, esse discurso se desmonta quando, nas eleições de 2022, o prefeito declarou apoio e pediu voto na ruas para Bolsonaro, que viria a ser derrotado semanas depois.
Além disso, ontem (21), chamou atenção que a agenda de Wladimir com bolsonaristas não era meramente política e instituciuonal em benefício da cidade como sustentam alguns de seus apoiadores à esquerda, constatado a partir da foto com Michele Bolsonaro, ex-primeida dama que não ocupa qualquer cargo público que justificasse a aproximação que não fosse o alinhamento ideológico de ambos.
Mas pra quem se dedicar a ir um pouco mais a fundo no passado de Wladimir Garotinho, pode constatar de vez em diversos posts no antigo twitter que o atual prefeito de Campos sempre foi um antipetista de carteirinha, conforme é possível observar no post abaixo de 2010 onde ele interage com Índio da Costa, ex-deputado de direita preso em 2019 suspeito de participar de um esquema de corrupção nos Correios em fraudes teriam que causado prejuízo de R$ 13 milhões.
Entre os mais emocionados, havia quem dissesse que, com a eleição de Lula, Wladimir se distanciaria de Bolsonaro e manteria ótima relação com o governo federal. De fato, o prefeito tem tido muita habilidade em amealhar recursos do governo federal, em diversas áreas e programas, com destaque para as áreas da saúde, com a vinda de 54 novos profissionais através do Programa Mais Médicos - retomado por Lula - e da agricultura que, além dos recursos do PRONAF e PAA, recebeu recentemente maquinários com recursos do governo federal. Ambos propagandeados pelo prefeito como conquistas de sua gestão, mas sem qualquer menção ao governo Lula.
Esta prática explica a habilidade de Wladimir em subverter alguns fatos a seu favor. Mas serve de alerta aos mais de 100 mil votos obtidos por Lula, em Campos, no 2º turno de 2022, votação ainda expressiva numa “cidade bolsonarista” e que pode ser o fiel da balança no resultado das próximas eleições a depender de como avançar ainda mais ou não as relações entre as famílias Garotinho e Bolsonaro.
Esta prática explica a habilidade de Wladimir em subverter alguns fatos a seu favor. Mas serve de alerta aos mais de 100 mil votos obtidos por Lula, em Campos, no 2º turno de 2022, votação ainda expressiva numa “cidade bolsonarista” e que pode ser o fiel da balança no resultado das próximas eleições a depender de como avançar ainda mais ou não as relações entre as famílias Garotinho e Bolsonaro.