Fábio Ribeiro suspende eleição que deu vitória a Marquinho Bacellar
16/02/2022 17:20 - Atualizado em 17/02/2022 10:37

Genilson Pessanha

O presidente da Câmara de Campos, Fábio Ribeiro (PSD), suspendeu a votação que deu a vitória a Marquinho Bacellar (SD) como presidente da Casa para o próximo biênio (2023/2024). Fábio acatou dois requerimentos de vereadores da base. Um sobre o princípio da publicidade; outro, alegando que Nildo Cardoso (PSL) não votou durante a sessão. Houve tumulto na mesa, inclusive com bate-boca entre os vereadores, que contestaram a discussão. O clima só não foi pior porque, minutos antes da leitura do parecer, Fábio pediu para que o plenário fosse esvaziado, visando, segundo ele, garantir a segurança dos vereadores. A sessão foi suspensa e, mais uma vez, posteriormente encerrada. Vereadores da oposição seguiram para a delegacia para registrar queixa contra o atual presidente da Casa por abuso de autoridade.

— Gostaria de informar aos senhores vereadores, ao público em geral, ao povo de Campos, que existem tramitando nesta Casa dois processos, um de autoria do vereador Juninho Virgílio (Pros) e outro de autoria dos vereadores Thiago Rangel (Pros), Bruno Pezão (PL), Pastor Marcos Elias (PSC), Dandinho de Rio Preto (PSD) e Kassiano Tavares (PSD). Os dois, por motivos diferentes, solicitando a suspensão da votação para a Mesa e a anulação do processo eleitoral de ontem (terça). O do Juninho Virgílio baseado no princípio da publicidade e o dos vereadores baseado na não votação do vereador Nildo Cardoso e, com isso, o desrespeito ao regimento desta Casa. Informa aos senhores que dou provimento parcial aos requerimentos, suspendendo a eleição e anulando a proclamação do resultado de ontem. E informando que os dois estão na Procuradoria para posterior apreciação do mérito — disse Fábio, antes de suspender a sessão devido ao tumulto entre os próprios vereadores.

Marquinho Bacellar comentou a posição do atual presidente. “De forma obscura e arbitrária, o presidente anulou a votação de ontem e encerrou a sessão de hoje sem nos dar direito à palavra, sem dar continuidade à pauta da sessão. Não tendo hoje, não vai ter mais. Enquanto não seguir a pauta e respeitar a decisão da maioria”.

Além de esvaziar o plenário para a população, a imprensa também foi impedida de entrar na Casa. A discussão entre os vereadores seguiu no entorno da Mesa Diretora, mas o áudio foi suspenso em alguns momentos da transmissão. Na discussão, em alguns momentos, ocorreram ameaças de judicialização da questão, além de um grito para todos irem para a delegacia. Fábio alega que está cumprindo o regimento. Os vereadores da oposição falaram em abuso de autoridade e foram à delegacia.

Na terça, Fábio entrou no plenário com a assinatura de 13 vereadores declarando apoio à sua reeleição. Na votação, Maicon Cruz (PSC), que havia assinado com o atual presidente, votou em Marquinho Bacellar. O líder da oposição foi, então, proclamado eleito pelo presidente Fábio Ribeiro (o que, ao menos por ora, está anulado. O placar registrado pela imprensa foi de 13 a 12. Só que a base agora, contesta que Nildo não votou. Cardoso era cotado como possível candidato da oposição à presidência da Casa. Contudo, na tribuna, retirou sua candidatura e encaminhou o apoio a Marquinho.

Ao rever o vídeo da sessão é possível notar que realmente Nildo não votou. Aliás, ele nem foi chamado para votar. “Eu perguntei ao secretário porque eu não fui chamado. Acho que depois do 'M', que foi o voto de Maicon Cruz, o emocional falou mais alto”, disse o vereador do PSL, lembrando que sem o voto deleo resultado seria um empate. E o regimento interno prevê a vitória do mais votado nas urnas em caso de empate — e, também nesse caso, a vitória seria de Marquinho.

Já Juninho Virgílio, que estava na secretaria de Governo, mas faz parte da atual Mesa, contesta a decisão de Fábio, que só minutos antes da sessão de terça publicou a pauta a votação da Mesa. Segundo Fábio, no requerimento, Juninho alega que queria ser candidato a presidente, mas foi prejudicado por saber da eleição na última hora. Vale lembrar que o vereador pediu exoneração do cargo de secretário antes de participar da sessão que tinha a eleição da Mesa para o biênio 2023/2024 em pauta.

 

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