Maestro Ethmar Filho*


Henry Betti foi um compositor e maestro françês, nascido Henri Benjamin Rabaud em uma família musical muito respeitada em Paris, onde seu pai era violoncelista e professor de violoncelo no Conservatório de Paris. Hippolyte Rabaud, sua mãe era uma cantora que praticamente criou o papel de Marguerite na ópera Fausto a pedido do compositor Charles Gounod, seu avô materno um flautista famoso e sua tia-avó era a soprano operística Julie Dorus-Gras; ou seja, músicos pra todo lado. Estudou no Conservatório de Paris com Jules Massenet e Andre Gedalge e se tornou maestro na Ópera-Comique em Paris em 1908. De 1914 a 1918, ele foi o maestro da Ópera de Paris antes de assumir o papel de diretor musical da Orquestra Sinfônica de Boston por uma temporada em 1918. Enquanto estava lá, ele se tornou membro da fraternidade Phi Mu Alpha Sinfonia para homens na música. Em 1935, ele entrou no Conservatório de Paris, onde estudou música na mesma classe de Maurice Baquet , Paul Bonneau , Henri Dutilleux e Louiguy . Foi aluno de Lazare Lévy para a classe de piano e Raymond Pech para a classe de harmonia. Tornou-se pianista clássico, mas em 1940, quando foi dispensado do serviço militar, do Setor Fortificado do Dauphiné em Briançon , ele conhece o compositor corso Roger Lucchesi na Promenade des Anglais , que lhe disse que compôs uma canção para Maurice Chevalier e pediu-lhe para acompanhá-lo ao piano numa apresentação em sua propriedade La Louque em Cannes. Maurice Chevalier recusou a canção, mas pediu a Henri Betti para ser seu acompanhante regular. Durante as turnês de canto, interpretaram a Balada nº 1 em sol menor, Op. 23 de Frédéric Chopin entre as canções. Ansioso por renovar seu repertório, ele também pediu para compor canções. Henri Betti então compôs quarenta canções com letras de Maurice Chevalier e Maurice Vandair até 1945, como Notre Espoir e La Chanson du maçon em 1941 ou La Fête à Neu-Neu em 1943. Das quinze músicas da turnê de Maurice Chevalier em 1945, Henri Betti assinou quatorze. Após a Segunda Guerra Mundial, experimenta um grande sucesso com Le Régiment des mandolines em 1946 e Le Chapeau à plumes em 1947 para Lily Fayol. Em 1947, Maître Pierre e Rien dans les mains, rien dans les poches em 1948, para Yves Montand e especialmente C'est si bon em 1947 para Jean Marco com Jacques Hélian e sua Orquestra. A canção é cantada por Yves Montand antes de se tornar um padrão do jazz internacional com Louis Armstrong , que gravou pela primeira vez em Nova York em 1950 na versão em inglês de Jerry Seelen .

De 1949 a 1983, sua produção musical é abundante: revistas para o Le Lido, o Moulin Rouge, o Folies Bergère, o Olympia, o Stardust e o Tropicana em Las Vegas, além de muitas operetas e peças de teatro. Ele também compôs para o cinema na década de 1950 e para a televisão na década de 1960. Sua trilha sonora mais famosa é a de Honoré de Marseille , que teve quase 4 milhões de ingressos na França em 1957. Neste filme, Fernandéz canta três músicas compostas por Henri Betti com letras de Jean Manse . Henri Betti e Jean Manse escreveram uma quarta música para o filme, C'est Noel , cantada por Fernandel em uma cena editada. A música foi posteriormente cantada por Tino Rossi e Georges Guétary. Em 1953, ele desempenhou o papel do compositor e acompanhante da companhia de Jean Nohain em Soyez les bienvenus de Pierre-Louis, para o qual ele também compôs a música do filme.

Henri Betti casou-se em 30 de julho de 1949 em Bois-Colombes com a dançarina Françoise Engels, que conheceu na opereta Baratin, naquele mesmo ano. Suas testemunhas de casamento foram Bruno Coquatrix e André Hornez. O casal teve três filhos e o padrinho e a madrinha de seu primeiro filho foram André Hornez e Paulette Coquatrix. É importante citar os padrinhos porque quase que o Maestro Henri estabeleceu, em sua vida, um casamento somente com a música.