Empresários se reúnem com Wladimir, mas não aceitam aumento de impostos
10/06/2021 22:06 - Atualizado em 10/06/2021 22:20
Wladimir Garotinho
Wladimir Garotinho / Genilson Pessanha
Representantes do setor produtivo de Campos voltaram a se reunir com o prefeito Wladimir Garotinho (PSD) nesta quinta-feira (10), na Prefeitura, mas os empresários rechaçaram novamente qualquer aumento de impostos e protocolaram uma carta firmando posição contrária a todo o projeto apresentado por Wladimir que prevê uma reforma no Código Tributário. Na sequência, o prefeito também esteve com os vereadores em uma reunião tensa e que é considerada pelo governo como um divisor de águas sobre a base na Câmara.
“As entidades representantes do setor produtivo (...) informam que, após análise cuidadosa do projeto (...), são absolutamente contrárias a qualquer legislação que vise aumentar tributos, especialmente esta proposta pelo Poder Executivo que afeta o setor produtivo, mas também afeta todos os cidadãos de nossa cidade, do mais humilde ao mais abastado (vide os aumentos na taxa de licença para execução de obras particulares e a taxa de coleta de lixo”, diz um trecho da carta.
Mais cedo, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) também se posicionou questionando os reajustes propostos por Wladimir, que conta com 11 votos para aprovar o novo Código Tributário. O número seria suficiente para um empate mesmo se Fred Machado (Cidadania), Bruno Vianna (PSL) e Raphael Thuin (PTB) – até então considerados indecisos – votarem contrário. No entanto, para isso, seria necessário o voto de minerva do presidente Fábio Ribeiro (PSD).
Para aumentar a margem, evitar surpresas e ter a maior quantidade possível de vereadores na base, o governo vai apostar até o final nas conversas com o trio do Cidadania, PSL e PTB, que é considerado um “grupinho fechado”. No entanto, após a reunião com os empresários, Thuin já firmou posição favorável ao setor produtivo e contra a proposta de Wladimir, assim como Bruno.
— Pedi a revisão do projeto por entender que era inviável a aprovação. Torço para que o governo consiga reerguer nossa cidade, mas acredito que esse tipo de projeto não trará benefícios para o município. Não será aumentando impostos, sobretudo neste momento, que iremos superar essa crise econômica — declarou Vianna.
Outra aposta do governo é insistir nas negociações com Thiago Rangel (Pros) e Maicon Cruz (PSC), que integram o grupo de dissidentes que votou contra o pacote de austeridade enviado à Câmara em 25 de maio. Na ocasião, 12 dos 13 projetos foram aprovados e justamente o Código Tributário foi retirado de pauta após pressão de Fred, Vianna e Thuin.
Apenas Leonardo Castro e Abreu, da Associação Comercial e Industrial (Acic), e Thieres Rodrigues, da Firjan, estiveram na reunião desta quinta. O motivo para a debandada dos empresários no encontro, segundo José Francisco Rodrigues – presidente da CDL – foi a falta de perspectiva para o diálogo.
“O projeto não tinha mais o que ser discutido. Não é questão de um capítulo ou outro, o projeto inteiro é inviável e está na contramão de todo mundo, que tem buscado justamente diminuir os tributos. Não é o momento de aumentar impostos”, disse José Francisco.
Ao todo, nove entidades de classe assinaram o documento que foi oficializado no Executivo e inclui a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), Sindicato do Comércio Varejista de Campos (Sindivarejo), Associação dos Comerciantes e Amigos da Rua João Pessoa (Carjopa), Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Sindicato dos Condutores de Autônomos de Veículos Rodoviários de Campos (Sicaveroc), Sindicato da Indústria de Cerâmica (SICCC), JCI Campos e a Rede de Construtoras de Campos (RedeCon).

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    Aldir Sales

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