Comércio usa meios para superar a crise
Paulo Renato Pinto Porto 28/03/2020 20:22 - Atualizado em 08/05/2020 18:36
Seviços de entrega através de motoboys têm sido a opção para o comércio
Seviços de entrega através de motoboys têm sido a opção para o comércio / Rodrigo Silveira
O Covid-19 adquiriu alcance de pandemia, a propagação do vírus se alastra, seu poder de letalidade no mundo inteiro é indubitável. Mas, além de exterminar vidas humanas, o poder de destruição do coronavírus tem acarretado perdas materiais quase irreparáveis nos negócios, com o fechamento parcial do comércio. Os estabelecimentos autorizados a funcionar, como supermercados, farmácias, drogarias, padarias, açougues, mercadinhos e pet shops, entre outros, buscam superar a crise com a utilização de serviços de entrega a domicílio, também com uso das redes sociais e plataformas digitais.
Numa situação atípica, comerciantes buscam superar o momento de crise. “Vivemos uma situação atípica, estamos tentando superar esse momento, fazendo serviço no sistema de delivery (entregas),reforçando o quadro para fazer esse serviço. Estamos utilizando muito a internet, fazendo uso do e-mail, do celular, do WhatsApp para sobreviver neste período de isolamento social, atendendo especialmente os idosos que não podem sair de casa’’, disse o comerciante Paulo Luna, proprietário do supermercado Preço Bom no Centro.
Luna admite que o isolamento social reduz o movimento do comercio. “Estamos funcionando em expediente reduzido e buscando nos adaptarmos a essa nova realidade. Vamos tentar superar esta ausência de clientela presencial com esse novo sistema de vendas. Temos compensado essa ausência com as entregas, o sistema de delivery aumentou bastante, a quantidade de pedidos tem sido grande. Como tenho aqui uma estrutura familiar, trabalho aqui com um quadro de funcionário e minha família, vamos administrando da melhor maneira possível com esse mutirão’’, disse.
Paulo Lula afirma também que os cuidados com a propagação do vírus causam demora no atendimento, ao contrario de uma situação de normalidade. “Temos que higienizar o nosso local de trabalho e as embalagens com mais frequência, evitando aglomerações’’, acrescentou.
Em alguns mercadinhos de bairros, comerciantes decidiram limitar o acesso das pessoas para evitar o contágio pelo coronavírus. No Hortifrut da Família, no Jóquei, o comerciante afixou comunicado na parede frontal da loja com um alerta. “Prezados amigos, estamos controlando a entrada de pessoas no, servindo a cada dois clientes. Por favor, aguarde a vez de ser atendido’’.
Em um outro mercadinho do Jóquei, o proprietário do estabelecimento, na Rua Osvaldino Lima Ribeiro, montou um gradil para continuar funcionando e proteger a si e os clientes. Com a grade que impede a entrada de pessoas, os clientes têm que chamar pelo atendente, que vai até o gradil para fazer a venda.
No Centro e na Pelinca, os estabelecimentos com portas abertas ontem vendiam alimentos, como mercados, açougues e hortifrutis. Eram lojas as responsáveis por tirar as pessoas de casa.
Objetivo final é levar os produtos até os clientes, a maioria em confinamento
Objetivo final é levar os produtos até os clientes, a maioria em confinamento / Rodrigo Silveira
Resistência com o baixo fluxo de clientes
Para outro comerciante, Celso Chagas Manhães, dono da Peixaria Vilamar, na Pelinca, referência em Campos em salmão, bacalhau e outros frutos do mar, o quadro desanimador o leva a pensar numa decisão.
— Fazemos entregas em qualquer ponto da cidade, mas o movimento tem sido fraco, tanto no balcão como em delivery. Por vezes a gente fica pensando se vale a pena continuar. Estamos há 30 anos funcionando em Campos, sendo essa a primeira vez que pensamos nisso — admitiu o comerciante.
Apesar do quadro de abatimento, Celso Chagas não pensa em demitir funcionários, mas admite que a situação preocupa em razão da indefinição.
— Demitir, jamais. Mas a gente fica sem saber o que fazer porque não sabemos ate quando vai continuar essa paralisação. Janeiro e fevereiro foram meses muito ruins, um período tradicionalmente fraco de movimento, porque muita gente viaja ou vai para as praias. Agora veio essa pandemia, a situação ficou precária. Nunca vi alguma coisa parecida — acrescentou.
Celso tem organizado a freqüência presencial dos funcionários na peixaria.
— Aqui temos oito funcionários qualificados, buscamos fazer um revezamento, quatro deles trabalham um dia, no outro dia trabalham outros quatro, a fim de evitar a aglomeração. Eu mesmo estou em casa, tenho 64 anos, estou no grupo de risco. Somente vou ao estabelecimento no fim da tarde para fechar o caixa. Fico na quarentena — conclui o comerciante.
Comprar sem sair de casa pela internet
Com a expansão do coronavírus no mundo que restringe a circulação de pessoas em todo mundo, as empresas de delivery e serviços online estão sendo cada vez mais solicitadas e tomam medidas de proteção para clientes e colaboradores. O Achei Campos é uma ferramenta importante na busca de opções para comprar sem sair de casa, onde as empresas e profissionais liberais expõem seus produtos e serviços de forma fácil e ágil.
Portal de negócios desenvolvido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Superintendência de Ciência, Tecnologia e Inovação, conta atualmente 200 empresas de todos os tamanhos, profissionais liberais e microempreendedores individuais cadastrados. O endereço eletrônico é (www.acheicampos.com.br),
A proliferação da pandemia tem impulsionado as vendas pela internet, segundo dados da Abcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). Pesquisa mostra que categorias de bens de consumo chegaram a ter crescimento de mais de 100% no comércio online, como saúde (111%).
Outros instrumentos tem impulsionado as vendas como os entregadores de aplicativos como o iFood que se espalham pela cidade movimentando a categoria dos motoboys e bikeboys que entregam alimentos e outros produtos.

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