Crítica de cinema - As paixões humanas dos super-heróis
02/07/2018 18:07 - Atualizado em 03/07/2018 14:19
Divulgação
(Os Incríveis 2) -
Para nós, pobres mortais, os super-heróis da DC Comics e da Marvel estão entre os humanos e Deus. Alguns são semideuses de verdade, como Thor. Eles não têm família e as mesmas paixões que nós. Tomemos Super-Homem, que completa 80 anos em 2018. Ele tem uma namorada com a qual nunca se casa. Fica na nossa imaginação o que aconteceria se ele se casasse. Pois os heróis de “Os Incríveis” são demasiadamente humanos. Um casal com superpoderes teve três filhos e conta com amigos especiais. Os personagens, mostrados ao mundo em 2004, merecem uma continuação em “Os Incríveis 2”. Sobre os traços de personalidade de cada um, Brad Bird, o diretor e roteirista de ambos os filmes, concebeu uma história dotando os heróis de paixões humanas e de temas bastante discutidos na atualidade.
Um empresário infantilizado que viveu sua infância vendo “Os Incríveis” resolve promovê-los novamente. Existem outros espalhados pelo mundo. Ele tem uma irmã diabólica. Pela sua fisionomia, é possível concluir que ela aprontará algo maléfico. Todos os heróis caíram na ilegalidade por fazerem justiça com as próprias mãos. Mesmo assim, eles contam com um simpatizante dentro da polícia. A população deseja sua volta, mas não os políticos, tão estigmatizados quanto no Brasil.
O empresário convida o casal incrível para voltar ao mercado de trabalho. O ricaço dá um jeito para que eles saiam da ilegalidade, algo que não foi devidamente tratado pelo roteirista, mas contrata apenas a Sra. Incrível, agora com um traje que realça bastante suas formas femininas. O Sr. Incrível ficará em casa cuidando dos três filhos. Um casal aposentado em que os papeis tradicionais são trocados. Marca do movimento feminista. Inveja e despeito são os sentimentos que acometem o Sr. Incrível. Mas sua mulher deixa-se picar pela vaidade que lhe insufla o empresário e a irmã.
Como responsável pelo lar, o Sr. Incrível descobre que o filho mais novo do casal é dotado de poderes ainda não conhecidos e descontrolados. É o elemento cômico da animação do princípio ao fim, dentro de um drama familiar. Poder, inveja, despeito, vaidade, infantilidade humanizam os heróis. , embora ela deva ser creditada ao talentoso Brad Bird, autor de tantos outros bons resultados. Minha implicância fica apenas com a computadorização de animação, que tende muito a padronizar.

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