Funcionários da Campostur protestam
Paula Vigneron 19/12/2017 15:04 - Atualizado em 20/12/2017 12:27
Funcionários da empresa Campostur, que, até o último domingo (17), era responsável pelas linhas Campos X São João da Barra, realizaram uma manifestação na manhã desta terça-feira (19). Os serviços prestados pela Campostur foram suspensos pelo Departamento de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro (Detro/RJ). Conforme divulgado no blog do Arnaldo Neto, hospedado na Folha 1, o órgão considerou diversas irregularidades, que podem ser regularizadas. Entre elas, estão “as inúmeras reclamações quanto à qualidade do serviço prestado pela Empresa de Ônibus Sanjoanense Campostur LTDA., destacando a falta de ônibus, o descumprimento de horários e o péssimo estado de conservação dos veículos“, a irregularidade da frota junto à autarquia.
Motoristas e cobradores se reuniram, inicialmente, em frente à sede do Ministério Público do Trabalho (MPT), perto da Câmara de Vereadores. Logo depois, o grupo seguiu para o Shopping Estrada, onde está instalado o Detro. A ideia dos trabalhadores é pedir a intervenção do órgão em apoio à classe. Os funcionários estão com três meses e meio de salários atrasados e não receberam o 13º e as férias. Ainda não há previsão de acordo.
Motorista da empresa há quatro anos e morador do Açu, em São João da Barra, Ubirajara Luiz Patrício, 44 anos, explicou que, agora, diante da definição do Detro, não há dinheiro para quitar os salários atrasados e regularizar a situação:
— Ela está alegando que não tem dinheiro para pagar porque os carros estão todos parados. O último salário foi o de agosto. Essa situação tem se agravado de um tempo para cá, mas vinha sempre controlando. Mas, há cinco ou seis meses, ela começou deixando a desejar. O salário vinha sendo parcelado em cinco ou seis vezes, em um mês, em vales. Ela (proprietária) dava assim. Agora, estamos nisso aí. Todo mundo tem família. Eu mesmo pago pensão. Estou me virando. Peguei dinheiro emprestado para pagar conta de luz. Na farmácia do Açu, não tenho mais crédito. São pessoas boas, mas eles não podem vender. Se eu quiser liquidar a dívida, vou ter que pegar dinheiro emprestado. Está em R$ 500 e pouco porque precisei de remédio.
Segundo os trabalhadores, a entrada da Brasil e da Auto Viação 1001 agravou a situação da Campostur. A intenção dos funcionários é pedir auxílio ao Detro para que as novas empresas responsáveis pelas linhas Campos X São João da Barra possam contratá-los. "Por enquanto, está todo mundo na rua. O Detro poderia fazer uma intervenção na empresa, aproveitando os funcionários, e não uma intervenção na linha", ressaltou Renato Sales Fiúza, 44 anos, que também trabalha na Campostur.
Os motoristas e os cobradores estão cumprindo o mesmo prazo da empresa: caso a proprietária consiga reverter, em um ano, as irregularidades, o funcionamento será normalizado e os trabalhadores retornarão aos seus serviços. "O Detro deu 360 dias para legalizar tudo e colocar em dia. Se ela não conseguir, a empresa fecha, e nós estamos na rua. A dona da empresa só alega que a Prefeitura de São João da Barra deve um dinheiro a ela, mas não repassa. Estamos todos em situação difícil", pontuou Ubirajara.
Em nota, a Campostur disse que a decisão de intervenção imediata, publicada no diário oficial do município foi uma surpresa para a empresa, "num período em que a empresa mais tem chance de recuperar, período mais propício de conseguirmos nos organizar melhor e colocar as contas em dia".
"O que nos preocupa são os nossos funcionários, nos preocupamos com a estrutura das pessoas que dependem da empresa, nos deixando triste. Mas nós lutaremos para reverter isso o mais prontamente possível, pois entendemos este ato como uma injustiça”, disse.

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