A dependência digital trouxe mais um medo: o vício em pronografia. O alerta é do psiquiatra Daniel Feijó, secretário-geral do departamento de sexologia da Associação Brasileira de Psiquiatria. Segundo ele, esse vício parte do mesmo mecanismo que leva à dependência de drogas e álcool, com um problema a mais, já que o tratamento e diagnóstico do consumo excessivo de pornografia são mais difíceis. O maior suporte também precisa partir da família. O vício está relacionado principalmente à falta de prazer no dia a dia e na vida. Portanto, será necessário ajustar os aspectos sociais, comportamentais e psicológicos.

Esse é um dos problemas sexuais mais comuns atualmente, afetando homens e mulheres. Os psiquiatras alertam que ele é frequentemente associado a altos níveis de ansiedade e depressão, menor satisfação com a qualidade de vida e relações sociais, uso problemático de álcool e drogas, traumas sexuais e uso compulsivo de jogos.

Na batalha para se livrar da dependência da pronografia para uma vida sexual plena, os especialistas dizem que será necessário ajustar aspectos sociais, comportamentais e psicológicos.

“As dependências que antes nos preocupavam eram as químicas. Hoje, nossas preocupações se voltam para as dependências digitais, que estão se tornando cada vez mais comuns no Brasil, afetando tanto crianças quanto adultos”, disse o profissional em entrevista que abordou a questão na Folha de São Paulo.
Atenção - Os profissionais já adiantam que existem perguntas que se respondidas como “sim”, são possíveis sinais de compulsão por Pornografia e/ou Masturbação. Busca pornografia e/ou se masturba várias vezes por semana? Após gozar, sente culpa, frustração e perda de prazer? Teve diminuição de ereções espontâneas ou do desejo pela(o) parceira(o)?

De pais para filhos - Falar de sexo ainda é tabu, em muitos lares. Recentemente, a atriz Cláudia Raia contou que na sua casa havia uma placa na porta do quarto do filho mais velho indicando que ele estava se masturbando. A declaração da atriz ganhou fóruns de discussão nas redes dos favoráveis e contrários. No jornal O Extra, a coluna “Sexo e afins”, de Regina Racco, ela foi cirúrgica quando a questão é falar abertamente sobre o assunto com os filhos, até mesmo para evitar o consumo de forma errada por outros meios.

“O sexo está aí, não dá para enganar, camuflar etc... A informação correta irá protegê-lo muito mais do que a desinformação; essa sim, perigosa para a formação de qualquer jovem”, chegou a escrever, ressaltando que os pais devem se tornar amigos dos seus filhos para tratar a questão do sexo.