Quem deu votos em São João da Barra a quem matou Marielle?
“Milagre” na foz
O “milagre” da multiplicação dos votos do ex-deputado estadual Domingos Brazão e do seu irmão e (ainda) deputado federal Chiquinho Brazão (União) às margens do Paraíba do Sul não se operou só em Campos — como mostramos aqui na última coluna. Mas, seguindo o curso do rio, também se repetiu no município vizinho de São João da Barra (SJB). Os irmãos Brazão foram presos pela Polícia Federal no domingo (24). São acusados de serem mandantes da execução a tiros da ex-vereadora carioca Marielle Franco (Psol) e do seu motorista, Anderson Torres, em 14 de março de 2018, seis anos antes.
Multiplicação de votos
Ambos cariocas, Domingos e, depois, Chiquinho Brazão, vieram de votações naturalmente irrisórias de candidatos de fora, para operarem o “milagre” da multiplicação de votos a partir de 2006. O que leva à pergunta já feita em Campos: quem deu votos em São João da Barra a quem matou Marielle? Domingos Brazão foi eleito cinco vezes consecutivas deputado estadual, antes de ser premiado em 2015 com o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). Em 1998, dos 27.287 votos que elegeram Domingos pela primeira vez à Alerj, apenas 1 foi de SJB.
Em números I
Em 2002, a proporção seguiu naturalmente: dos 68.300 votos que o reelegeram à Alerj, apenas dois foram de SJB. Até que, em 2006, como em Campos e às margens do mesmo Paraíba, o “milagre” da multiplicação de votos a Domingos Brazão também se operou rio acima: dos seus 73.263 votos, 58 foram de SJB. Os “milagreiros” cresceriam a multiplicação de votos aos Brazão em São João da Barra. Em 2010, dos 91.774 votos de Domingos, 72 foram de SJB. Em 2014, sua última eleição à Alerj, dos seus 70.314 votos, 270 foram de SJB. De deputado estadual a federal, de Domingos a Chiquinho Brazão, o “milagre” seria ainda maior em SJB.
O “milagre” da multiplicação dos votos do ex-deputado estadual Domingos Brazão e do seu irmão e (ainda) deputado federal Chiquinho Brazão (União) às margens do Paraíba do Sul não se operou só em Campos — como mostramos aqui na última coluna. Mas, seguindo o curso do rio, também se repetiu no município vizinho de São João da Barra (SJB). Os irmãos Brazão foram presos pela Polícia Federal no domingo (24). São acusados de serem mandantes da execução a tiros da ex-vereadora carioca Marielle Franco (Psol) e do seu motorista, Anderson Torres, em 14 de março de 2018, seis anos antes.
Multiplicação de votos
Ambos cariocas, Domingos e, depois, Chiquinho Brazão, vieram de votações naturalmente irrisórias de candidatos de fora, para operarem o “milagre” da multiplicação de votos a partir de 2006. O que leva à pergunta já feita em Campos: quem deu votos em São João da Barra a quem matou Marielle? Domingos Brazão foi eleito cinco vezes consecutivas deputado estadual, antes de ser premiado em 2015 com o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). Em 1998, dos 27.287 votos que elegeram Domingos pela primeira vez à Alerj, apenas 1 foi de SJB.
Em números I
Em 2002, a proporção seguiu naturalmente: dos 68.300 votos que o reelegeram à Alerj, apenas dois foram de SJB. Até que, em 2006, como em Campos e às margens do mesmo Paraíba, o “milagre” da multiplicação de votos a Domingos Brazão também se operou rio acima: dos seus 73.263 votos, 58 foram de SJB. Os “milagreiros” cresceriam a multiplicação de votos aos Brazão em São João da Barra. Em 2010, dos 91.774 votos de Domingos, 72 foram de SJB. Em 2014, sua última eleição à Alerj, dos seus 70.314 votos, 270 foram de SJB. De deputado estadual a federal, de Domingos a Chiquinho Brazão, o “milagre” seria ainda maior em SJB.
Em números II
Em 2018, pouco mais de seis meses após a morte de Marielle, Chiquinho se elegeu com 25.817 votos à Câmara Federal, desses 494 foram sanjoanenses, bem mais do que em Campos, onde obteve 95 votos. Em 2022, dos 77.367 votos que o reelegeram, nada menos que 930 foram de SJB, registrando ainda um salto vultuoso na votação obtida na planície goitacá com 4.935. Domingos também colheu frutos do apoio que recebeu em Campos. Saltou em 1998 dos seus 49 votos campistas para quase 3 mil em 2010, mantendo índice próximo em 2014. Foi o “milagre” dos “milagres” ao clã miliciano da Zona Oeste da cidade do Rio operado na foz do rio Paraíba.
Patrimônio
Além de multiplicar votos, o conselheiro do TCE também chama a atenção por multiplicar seu patrimônio. Uma reportagem de O Globo revelou que Domingos Brazão enriqueceu 2.300% entre 2002 e 2010: seu patrimônio passou de cerca de R$ 209 mil para R$ 5 milhões. A conclusão consta no relatório final da Polícia Federal sobre a morte de Marielle e o motorista. De acordo com a PF, a evolução patrimonial coincide com o seu ingresso na carreira pública, em 1996, quando passou a se relacionar com diferentes políticos de prestígio, o que se mantinha até a sua prisão.
Transferências
Os irmãos Brazão seguem presos como mandantes, segundo a PF, da morte de Marielle. Também está na cadeia o ex-chefe de Polícia Civil do RJ Rivaldo Barbosa, indicado ao cargo dois dias antes do crime pelo então interventor federal na Segurança Pública do RJ, general Walter Braga Netto. Chiquinho e Domingos foram transferidos de Brasília, na última quarta (27), para penitenciárias federais de Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO), respectivamente. As movimentações na Câmara Federal demonstram que Chiquinho não deve ficar preso muito tempo, mas deputados tentam ganhar tempo para decidir se o colocam em liberdade.
OAB Campos
Os advogados Mariana Lontra Costa e Christiano Fagundes são os pré-candidatos, respectivamente, da situação e oposição à presidência da OAB Campos. Ainda sem data definida, é certo que o pleito ocorrerá em novembro, mês seguinte às eleições municipais. O calendário e regras eleitorais serão divulgados em agosto. Atual secretária geral da OAB Campos, na gestão Filipe Estefan, Mariana atua como advogada na área cível e Direito das Famílias. Ex-vice-presidente da gestão anterior de Cristiano Miller na OAB goitacá, Christiano atua em Direito Trabalhista e é professor.
Pesquisa
Prefeita de Silva Jardim, Maira de Jaime é favorita à reeleição em 6 de outubro. Foi o que apontou pesquisa do instituto Factum, feita com 377 eleitores do município entre 21 e 23 de março, cuja consulta estimulada (com apresentação dos nomes dos candidatos) deu a ela 51,2% de intenções de voto, seguida por Juninho Peruca (20,2%) e André Lacerda (5%). A pesquisa Factum, que foi registrada no TSE sob o número RJ 03597/2024, aponta também a aprovação do governo da prefeita. Ótimo (19,9%) e bom (37,1%) por 57% da população, enquanto 25% acham regular, ruim para 6,1% e péssimo para 9,8%, com 2,1% que não responderam.
Em 2018, pouco mais de seis meses após a morte de Marielle, Chiquinho se elegeu com 25.817 votos à Câmara Federal, desses 494 foram sanjoanenses, bem mais do que em Campos, onde obteve 95 votos. Em 2022, dos 77.367 votos que o reelegeram, nada menos que 930 foram de SJB, registrando ainda um salto vultuoso na votação obtida na planície goitacá com 4.935. Domingos também colheu frutos do apoio que recebeu em Campos. Saltou em 1998 dos seus 49 votos campistas para quase 3 mil em 2010, mantendo índice próximo em 2014. Foi o “milagre” dos “milagres” ao clã miliciano da Zona Oeste da cidade do Rio operado na foz do rio Paraíba.
Patrimônio
Além de multiplicar votos, o conselheiro do TCE também chama a atenção por multiplicar seu patrimônio. Uma reportagem de O Globo revelou que Domingos Brazão enriqueceu 2.300% entre 2002 e 2010: seu patrimônio passou de cerca de R$ 209 mil para R$ 5 milhões. A conclusão consta no relatório final da Polícia Federal sobre a morte de Marielle e o motorista. De acordo com a PF, a evolução patrimonial coincide com o seu ingresso na carreira pública, em 1996, quando passou a se relacionar com diferentes políticos de prestígio, o que se mantinha até a sua prisão.
Transferências
Os irmãos Brazão seguem presos como mandantes, segundo a PF, da morte de Marielle. Também está na cadeia o ex-chefe de Polícia Civil do RJ Rivaldo Barbosa, indicado ao cargo dois dias antes do crime pelo então interventor federal na Segurança Pública do RJ, general Walter Braga Netto. Chiquinho e Domingos foram transferidos de Brasília, na última quarta (27), para penitenciárias federais de Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO), respectivamente. As movimentações na Câmara Federal demonstram que Chiquinho não deve ficar preso muito tempo, mas deputados tentam ganhar tempo para decidir se o colocam em liberdade.
OAB Campos
Os advogados Mariana Lontra Costa e Christiano Fagundes são os pré-candidatos, respectivamente, da situação e oposição à presidência da OAB Campos. Ainda sem data definida, é certo que o pleito ocorrerá em novembro, mês seguinte às eleições municipais. O calendário e regras eleitorais serão divulgados em agosto. Atual secretária geral da OAB Campos, na gestão Filipe Estefan, Mariana atua como advogada na área cível e Direito das Famílias. Ex-vice-presidente da gestão anterior de Cristiano Miller na OAB goitacá, Christiano atua em Direito Trabalhista e é professor.
Pesquisa
Prefeita de Silva Jardim, Maira de Jaime é favorita à reeleição em 6 de outubro. Foi o que apontou pesquisa do instituto Factum, feita com 377 eleitores do município entre 21 e 23 de março, cuja consulta estimulada (com apresentação dos nomes dos candidatos) deu a ela 51,2% de intenções de voto, seguida por Juninho Peruca (20,2%) e André Lacerda (5%). A pesquisa Factum, que foi registrada no TSE sob o número RJ 03597/2024, aponta também a aprovação do governo da prefeita. Ótimo (19,9%) e bom (37,1%) por 57% da população, enquanto 25% acham regular, ruim para 6,1% e péssimo para 9,8%, com 2,1% que não responderam.