Dudu Azevedo aposta em harmonia entre situação e oposição
Cláudio Nogueira, Gabriel Torres e Mário Sérgio Junior - Atualizado em 11/01/2025 09:02
Dudu Azevedo no Folha no Ar
Dudu Azevedo no Folha no Ar / Folha da Manhã/Arquivo
O vereador Dudu Azevedo (Republicanos) foi o entrevistado dessa sexta-feira (10) do programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3. Parlamentar de primeira viagem, ele acredita que a atual legislatura seja desenvolvida com harmonia entre situação e oposição. Ele comentou sobre a eleição da Mesa Diretora, que teve Fred Rangel (PP) eleito entre uma disputa com o vereador Juninho Virgílio (Podemos), líder do governo na Câmara. Dudu destacou que, apesar da disputa, o resultado não afetou a base do prefeito Wladimir Garotinho (PP). Dudu destacou ainda que os assuntos relacionados à Câmara devem ser resolvidos com a própria Câmara, assim como os do Executivo devem ser tratados com a Prefeitura. Em relação à 2026, o vereador disse que Wladimir tem chances de alcançar novos patamares e que acredita que “não existe uma conversa política hoje, que não seja obrigado a pelo menos citar o nome de Wladimir”. Para o vereador, Campos vive um momento histórico pela segunda vez.
Mesa Diretora — “O grupo entendeu. A gente conversou, tivemos várias reuniões. Ele explicou os motivos dele, tinha a vontade dele de participar, de ser o presidente. Também seria um ótimo presidente, tenho certeza total disso. Mas foi muito tranquilo, natural, não houve racha nenhum. O Juninho segue líder do governo, zero problemas. Foi uma questão pontual mesmo, de eleição. Eleição ela deixa algumas feridas, tanto eleição nossa, quanto a eleição da Mesa ali, deixa algumas feridas, mas passou a eleição, vida que segue. Infelizmente cada vereador ali só tinha um voto. Queria eu ter dois votos para poder votar tanto no Fred quanto no Juninho, que são dois amigos, são dois Irmãos, mas infelizmente eu tinha um voto só, então eu tive que optar. Isso aí deixa a gente triste, porque Juninho também seria um ótimo presidente da Câmara, com toda certeza.”

Atual Legislatura — “Eu acho que dessa vez, nessa construção de voto com o presidente da Câmara, tanto Fred quanto o Juninho, fizeram duas campanhas muito voltadas para isso. Que assuntos da Câmara se resolvam na Câmara, assuntos com o Executivo se resolvam com o Executivo. Então acho que teve o entendimento da maioria e graças a Deus conseguimos resolver a Câmara dentro da Câmara. Por isso que a gente conseguiu ter os votos também desses vereadores de oposição no nosso presidente Fred Rangel. Ficou resolvido que Câmara se resolve com a Câmara e eu acho que os próximos dois anos pelo menos, eu tenho fé nisso, que vamos ter climas mais tranquilos na Câmara e trabalhos mais assertivos.”

Legislatura passada — “Passaram-se muito tempo brigando e o trabalho legislativo, na minha concepção, principalmente nesses três últimos anos, foi um trabalho legislativo muito ruim. Eu não estou criticando os vereadores aqui não, longe de mim, eu estou falando que perderam muito tempo nos embates e com brigas. Que obviamente acabaram esquecendo do principal papel que eles precisavam ter ali dentro, que era o trabalho, desenvolver projetos, leis. Eu acredito que esses próximos dois anos o clima vai ficar um pouco mais ameno. Com a oposição, a situação, isso é normal em qualquer sistema democrático. Isso é normal, salutar, sem problema nenhum quanto a isso. Mas aqueles embates pessoais que a Câmara nos últimos três anos passou a ter de vereador, que passar no corredor não se cumprimentar, porque era embate pessoal, levando para o lado mesmo quase as vias de fatos”.

Conflitos — “Há relatos e aí eu não estava lá, não posso afirmar, mas há relatos de uma sessão da Câmara que teve mais de 10 armas acauteladas, ou seja, era segurança, era vereador, era todo mundo, era um clima muito ruim. Aquela Casa não é para isso. Pelo contrário, ali é para você trazer sua ideia, eu ter a minha, a gente divergir, sentar, conversar e desenvolver o melhor trabalho para a população, não ficar brigando contra A contra B, não. Eu não sou dessa linha. Eu sou um cara tranquilo, quem me conhece sabe, eu sou um cara extremamente da paz, mas também não fujo de um embate. Eu tenho conversado com os vereadores, tanto de situação quanto de oposição, que a gente tenha sempre diálogo, sempre um respeito, sempre uma linha muito serena e muito de tranquilidade. Mas também se alguém cruzar a linha e vir um pouco mais agressivo, vai ter de mim também uma postura mais dura, mais firme, mas também nada a ser comparado”.

População insatisfeita — “Vou usar aqui a palavra, não que os vereadores fiquem chateados mesmo, muita baixaria. Nos últimos três anos tivemos baixarias na Câmara. Isso deixou a instituição ruim. Hoje, se você fizer uma pesquisa de satisfação da Câmara, eu aposto que dá mais de 60% de insatisfação com a instituição Câmara Municipal de Campos. Então acho que esse é um trabalho que eu venho também conversando com o presidente Fred, que a gente vem desenvolvendo pra que a gente consiga mudar essa imagem da Câmara Municipal. Que a população volte a enxergar a Câmara sendo uma instituição parceira, que está ali pra lutar pelo direito da população. Melhoras pra nossa qualidade de vida e política da cidade. Então acho que eu prego e prezo e tenho certeza que foi esse estilo que fez Fred conseguir ter os 22 votos que ele teve. É esse entendimento, que Câmara se resolve na Câmara”.

Menos interesse pessoal — “Tem que ser feito, tem que ser cobrado, mas tem que ser feito e cobrado da maneira certa. Começaram a utilizar aquilo ali de maneira errada e muito para o lado pessoal. O que mais me deixava triste, às vezes chateado, de olhar para aquela situação era realmente ver que estava tudo indo para o lado pessoal e ali não existe pessoal, ali o interesse é da população, da cidade. Não é o interesse de A ou B. Vou eu criticar a tal situação do governo porque eu sou oposição? Eu vou elogiar tal situação do governo, porque eu sou a situação? Não, ali tem que criticar e elogiar o que é para ser criticado e o que é para ser elogiado. Esse é o trabalho. Fiscalizar, desenvolver bons projetos e ter o clima de tranquilidade. Nós somos 25 vereadores iguais, independente quem entrou ali com x voto ou com y voto, hoje somos 25. Se não tiver uma harmonia entre os 25, o trabalho da Câmara obviamente vai ser prejudicado. Então acho que esse é um grande desafio que o presidente Fred Rangel vai ter pela frente, para tentar mudar essa imagem da Câmara, com a condução dele com os outros vereadores, Isso é muito importante, mas também passa pela participação de nós vereadores também, de darmos a nossa contribuição. E eu falo do que depender de mim, Dudu Azevedo, o trabalho da Câmara vai ser um trabalho sério, coeso, sem ataque e com a qualidade técnica muito grande”.

Ligação com o entretenimento — ”Acho que pela ligação que eu tenho com o entretenimento, já de carreira profissional, tenho muito vínculo com essa parte cultural, de entretenimento, esporte, com muitos eventos esportivos, essa parte de turismo. Então acredito que vou tentar desenvolver a maioria dos meus projetos nessa área, voltado para o esporte, entretenimento, turismo, cultura, lazer, obviamente não abandonando outras pautas importantes como saúde, educação, ajudar no que for preciso pra gente resolver o mais rápido possível a questão do transporte também. Mas o que tenho mais identificação pra trabalhar mais essas áreas que falei, esporte, cultura, entretenimento e turismo”.

Trajetória na política — “A política partidária entrou na minha vida aos poucos, nada forçado. Não era algo que eu planejei, não era algo que eu busquei. Esse caminho foi acontecendo aos poucos. Eu sempre falo do meu primeiro episódio político, aquele lá em 2014, quando Wladimir me pediu ajuda para coordenar a campanha do Bruno Dauaire, a época deputado estadual de primeiro mandato, ali na região da pedra. Mais especificamente pelo meu perfil, de lidar com um público jovem, de evento, e ter essas características. E Bruno era um candidato à época novo. Então eu comecei a participar e a gente vai tomando gosto, vai entrando com a política, vai conhecendo os atores da política, conhecendo os bastidores da política. E a gente vai se contagiando com essa magia que é a política, que muitas das vezes criticam. Mas como eu sempre falo, a política é uma ferramenta excepcional. Só que toda ferramenta ela é capaz de construir ou destruir, basta a pessoa saber usar da forma certa. Então, quando a gente vê a ferramenta da política na mão de pessoas sérias, isso vai dando perspectiva da gente mudar a vida das pessoas, ajudar. Eu acho que com isso a gente foi aos poucos ingressando nessa vida e hoje está graças a Deus como vereador eleito da cidade de Campos.”

2026 — “Concordo com as pessoas que falam que 2006 é logo ali. Porque na política uma eleição termina, já começa a outra. Isso é quase clichê pra quem vive principalmente nos bastidores da política. De fato, o trabalho para 2026 de muitos players políticos já começou. E aí é uma briga por espaço e por posição. A eleição de 2024 deixa números que vai projetar realmente quem serão os nomes de 26. E quando eu falo em nome de 26, hoje, com certeza, sem sombra de dúvidas, nós temos um nome de Wladimir muito forte para 2026. Pelo trabalho que Wladimir desenvolveu, pelo potencial que Campos tem, uma cidade muito grande que já tem aqui dois ex-governadores, um presidente da Alerj e um prefeito muito atuante. Então posiciona Campos muito bem. Nesse cenário, agora, trazendo a figura do Wladimir especificamente, eu volto aquela analogia novamente do futebol. Wladimir é um centroavante no auge, trabalhando bem. Vou comparar o Wladimir com o Romário de 94, trabalhando bem. Só que o nosso time não quer perder jogos do nosso centroavante. Então o que eu falo quando o centroavante é convocado pra essa seleção brasileira? Obviamente ele tem que ir, mas o time que está jogando outros campeonatos não quer perder jogos desse centroavante. Então a gente não quer perder o Wladimir como prefeito de Campos. Mas automaticamente, às vezes ele vai ser convocado por uma condição maior, mais importante, e às vezes é missão. Não que isso seja uma coisa já definida, mas é uma realidade.”

Potência de Wladimir — “O Wladimir hoje se colocou com uma votação expressiva, como uma grande liderança estadual e com certeza o nome de Wladimir em qualquer construção para 2026 vai ter sempre alguém citado na mesa. Não existe uma conversa política hoje, ao meu ver no Estado, a nível de 2026, que não seja obrigado a pelo menos citar o nome do Wladimir. Alguma participação de Wladimir dentro dessa construção de 2026 se tornou algo praticamente obrigatório pela votação, pelo trabalho, pelo histórico familiar que ele tem durante esses anos todos na política. Então vai ser um caminho muito natural do Wladimir participar dessa tomada de decisão de 2026. E tem a relação do partido. O Wladimir tem uma relação muito boa com o Doutor Luizinho, que é o presidente estadual do PP, que o Wladimir hoje está no PP. O Wladimir tem uma relação ótima também com o Ciro Nogueira, que é o presidente nacional do PP. Então as questões partidárias tem que ser analisadas. Os partidos políticos, como eu falei anteriormente, chegaram e diminuíram ainda mais. Então a participação dos partidos, como esses partidos vão se arrumar, quem serão os nomes desses partidos para possíveis vagas em 2026 e analisar o dia a dia da política até chegar a hora certa de jogo vai ser feito. Mas hoje não existe, ao meu ver, conversa política que não envolva o nome de Wladimir na ajuda de alguma tomada de decisão para 2006. Seja para qualquer cargo, seja para montar uma chapa de governador, para Wladimir apoiar alguém, ou Wladimir estar na chapa como governador, como vice. É um respeito que ele acabou criando dentro da política, por todo trabalho que ele desenvolveu e fez durante esses quatro anos por Campos e também somado aos dois anos exemplares que ele teve como deputado federal. Então hoje ele se tornou realmente um agente muito importante que com certeza vai estar participando de todo esse processo de construção para 26. O que vai ser construído a gente não sabe”.

Campos no presente — “Campos vive um momento histórico pela segunda vez. Campos já teve dois governadores e hoje Campos tem um presidente da Alerj e tem um prefeito muito bem avaliado. Então acho que é um momento histórico de sentar à mesa, conversar, trazer recursos para o municípios, fazer essa cidade avançar ainda mais. Campos já é considerado uma metrópole, em números pelo IBGE, população, enfim, tudo que os dados do IBGE trazem. Então acho que é um momento histórico que a gente precisa analisar isso com muito carinho e muito cuidado, porque quatro anos passa muito rápido. E será que nós vamos ter outro momento histórico desse? Então acho que a hora de fazer as coisas acontecerem é agora.”

Vitória de Wladimir — “A vitória de Wladimir nessa eleição eu atribuo muito ao trabalho. Pode às vezes não parecer, não sei se a população consegue ter essa visão, ou não está tão próximo talvez da política. Às vezes a população só fica próxima da política quando tem alguma demanda mais emergente a ser atendida, quando está tudo funcionando em perfeita ordem, a gente acaba passando desapercebido. Mas Wladimir, a passagem dele por Brasília fez com que ele soubesse as portas certas de bater e pedir. Então essa capacidade dele de articular, de fazer política, pedir recursos novos, trazer o recurso para o município, de trabalhar incansavelmente, de colocar realmente as coisas para acontecer, foi dando a ele essa perspectiva de realmente um cara que trabalha muito, que está muito ativo, está muito presente.”

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