Ciro Rocha: 'Hoje eu votaria em Juninho'
Entrevistado no programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, dessa terça-feira (12), o vereador eleito Ciro Rocha (SD) comentou sobre as articulações para a eleição da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores e afirmou que votaria no vereador reeleito Juninho Virgílio (Podemos) para o cargo. Ele também não escondeu sua vontade de ver outros nomes, como os dos vereadores Kassiano Tavares e Marquinhos do Transporte, na composição da Mesa, por questões de proximidade. Eleito com 3.578 votos e aliado aos Bacellar, Ciro diz que tem a porta aberta tanto em seu em grupo atual quanto no grupo do prefeito Wladimir, ao qual diz ter boa relação. Atuante em serviços sociais voltados para dependentes químicos há mais de 10 anos, ele disse que o resultado das urnas já era esperado e que pretende defender na Câmara seu projeto para a criação de uma clínica para internação compulsória em Campos. Ainda sobre o trabalho no Legislativo, Ciro afirmou que não baterá tanto de frente com o prefeito Wladimir, mas que defenderá seus posicionamentos.
Cenário da eleição da Mesa — “A gente vê aí um cenário, com Fred Rangel. Tem ali um cenário também, uma candidatura ensaiada ali de Juninho Virgílio. E o outro, o Alonsimar já desistiu, né? Tem ali alguns blocos, alguns amigos que eu até gostaria que estivessem ali, unidos com o Juninho, com o Marquinho, Kassiano, para a turma que eu tenho mais proximidade. São vereadores amigos, que são nomes fortes na Câmara. Eu gostaria muito que se unisse ali junto com o Juninho e tal, que para mim teria minha preferência de voto entre esses três, Juninho, Kassiano e Marquinho do Transporte. Com certeza, são vereadores que eu tenho mais intimidade, tenho mais amizade. Eu não tenho muito vínculo com o Fred, não tive nenhuma conversa com ele ainda. Ele também não me procurou a respeito de eleição, não tocou nesse assunto comigo. Então, a minha posição fica meio neutralizada. Vamos aguardar para ver essa movimentação do tabuleiro, para ver como que vai ficar. Eu vejo muito o seguinte, tem que levar em consideração a experiência do vereador, o conhecimento, da Lei Orgânica, de funcionamento da Câmara, pessoas que têm mais mandatos. Eu acredito muito que teria que ser por esse caminho, entendeu? Então por isso que eu tenho minhas preferências. O vínculo pessoal e também pelo conhecimento que os caras têm de experiência de Câmara”.
Posição na Câmara — “Eu não tive nenhum convite para ser base ainda não. Eu tive uma conversa com o Wladimir por telefone, que ele me deu os parabéns e tal. E eu acredito que as portas estão abertas, eu acredito nisso. Até porque para a gente se relacionar bem. Mas não tem como eu me posicionar sem antes ter uma conversa com o Rodrigo. Ele me ajudou na minha candidatura, querendo ou não, abriu as portas do partido para mim, teve uma abertura de muita transparência. Então eu não posso cuspir no prato que eu comi, essa que é a verdade. Então eu tenho algumas coisas palavreadas com ele que eu vou cumprir até o final, a não ser que ele não queira. Se ele não quiser, eu sigo meu caminho. Mas a minha palavra com ele eu vou cumprir, pode ter certeza disso. Eu vejo muito o Abdu Neme hoje com as questões da Saúde, mas como presidência da Câmara eu tenho outras preferências. Me dou bem com ele também, é muito experiente também na Câmara. Seria um bom nome. Primeiro mandato, eu estou focado em outra missão. Acho que não cabe muito a mim requerer um espaço e mesmo diretor no momento. Mas se precisarem de mim, eu tô à disposição também”.
Discordância — “Mas se alguns vereadores discordarem com a indicação de Wladimir e tiver seis votos da oposição, aí se forma um bloco para competir a Mesa Diretora. Olha, ser bem sincero para você, eu opto por Juninho. Eu opto por Juninho, mas é aquilo que eu te falei, eu gostaria de ver uma Mesa Diretora formada também com o Marquinho e com o Kassiano, que eu vejo nomes fortes, o qual tem uma apreciação muito boa. Eu acho que seria óbvio, né? Vamos ver. Mas aí cada um tem seus interesses particulares, cada um defende suas ideias. É a minha sugestão, até para eles mesmo”.
Fred Rangel — “Não tem nada contra Fred não, entendeu, mas é mais por questão mesmo de vínculo, de amizade. Juninho, por exemplo, eu moro na rua deles ali. Thiago Virgílio mesmo é meu amigo de longa data, Juninho também. Eu tenho um vínculo muito forte também com o Marquinho. Conheci Kassiano há pouco tempo, mas eu percebia as boas intenções dele. Fred eu nunca tive nenhum tipo de contato ainda. Então eu não posso falar de uma pessoa que eu não tive nenhum tipo de contato. É muito mal um aperto de mão ali pelos corredores da Câmara. Então é por mais essa falta mesmo de diálogo mesmo. Possa ser que daqui a uma semana eu mude de ideia e fale pra você que eu tenho a preferência de Fred ser o presidente da Câmara, mas eu tenho que ouvi-lo.
“Sou do diálogo” — “Eu sou muito diálogo e tenho os meus projetos, eu defendo a minha bandeira. Eu vou muito em prol disso, mas também tenho a minha opinião formada sobre vários assuntos, principalmente sobre essa questão da presidência da Câmara. E eu tenho minha opinião formada sobre alguns assuntos e dependendo do diálogo também eu não abro mão daquilo que eu acredito. Depende da conversa, depende do diálogo. Preciso conhecê-lo. Qual o projeto dele para a Câmara? O de Juninho eu já sei, o dele eu não sei. Entendeu? Que nem conversou comigo. Ciro, o meu projeto, caso eu seja presidente, é esse, esse e esse. Eu gostei do projeto. Agora o de Fred, qual é? Eu não ouvi ainda, nem pelas notícias”.
Sem embates — “O meu próprio posicionamento na Câmara vai ser nesse formato. Eu faço parte de um grupo de oposição, mas eu defendo aquilo que eu acredito. Então, você é oposição ao prefeito em tudo? Claro que não. Eu tenho minhas ideias que eu defendo, tem o que eu concordo e o que eu não concordo. Eu não vou estar batendo de frente com o prefeito o tempo todo. Mas a minha opinião vai ser dada. Isso você pode ter certeza. O meu trabalho de fiscalizador vai ser feito. Isso aí estando na situação ou estando na oposição”.
Voto em Juninho — “Por enquanto a gente tem dois candidatos aí, Juninho e Fred. Por enquanto declarados candidatos, em qual eu votarei? Hoje eu votarei em Juninho. Hoje eu votarei em Juninho. Eu gostaria muito de ver essa formação da Mesa Diretora com os candidatos ali, que eu tenho mais proximidade, mais vínculo de amizade e que eu tenha até mais conhecimento do trabalho deles. Que é o Kassiano, o Marquinho do Transporte, que eu te falei. Essa composição, e eu acredito nela. Nildo tem uma bandeira também que me atrai muito, que é o Ceasa, de trazer o Ceasa para a região”.
Resultado das urnas — “Eu esperava sim que poderia ter esse resultado. Não foi novidade não. Guarus, apesar de ter sido bem votado também na Baixada, na pedra, mas a minha base é mais Guarus. Nascido e criado em Santa Rosa, tendo aqui a maior vivência minha dentro das comunidades. Eu ouvia muito, na rua, até que Magal faria mais voto do que eu. Muito trabalho social meu, era muito no anonimato. Por exemplo, há 10 anos trabalhando com casos de dependente químico e esse trabalho era todo no anonimato, eu não divulgava isso. Meu Instagram, por exemplo, antes do período eleitoral, antes de eu me colocar à disposição para ser candidato, meu Instagram era até privado. Eu tinha mil seguidores. Me tornei candidato, me coloquei o nome na pedra. Hoje eu tenho 7.800 seguidores, quando eu comecei a divulgar o trabalho social que eu tinha. Então, quer dizer, muitas das vezes a questão política era pouco desconhecida por isso. Mas em 1998 eu já trabalhava na Câmara de Vereadores com o Dr. Eusebio, com o Paulo Albernaz, na gestão de Paulo Albernaz. Lá em 1998 eu tinha 18 anos. Eu trabalhava na Câmara de Vereadores. Aí Arnaldo prefeito, Mocaiber secretário de Saúde. Aí teve aquela primeira candidatura de Mocaiber ali. Tive a oportunidade de estar com um grupo ajudando. E tivemos sucesso naquela eleição dele, fiz um trabalho maciço em Guarus, dei uma votação boa a Mocaiber naquela oportunidade. Então a gente tem uma certa experiência, como também entrar na área de gestão”
Projetos — “Hoje, por exemplo, eu ajudo três casas de recuperação mais intensas, que é a Vila Amor, a Resgatarte e a Agape. Hoje são aproximadamente 150 homens internados tratando de dependência química. Então, os meus projetos como vereador, a minha intenção de ser vereador é em torno disso, para movimentar essa área, que é uma área abandonada. Eu tenho um projeto também de montar uma clínica compulsória em Campos, de trazer essa estrutura para a nossa região, o qual a gente não tem. É um trabalho muito delicado. O poder público tem que voltar a atenção a isso, porque existe uma demanda muito grande e abandonada nessa área, principalmente também na área de saúde mental. Tem que se criar outras ferramentas. Por exemplo, tem verba federal ir para a residência terapêutica. Quantas residências terapêuticas a gente tem na nossa cidade hoje? Uma? Eu acho que isso é muito pouco. Aí eu te faço uma pergunta, por que essa comunidades terapêuticas hoje que eu ajudo a manter do meu bolso praticamente, através da minha empresa, de amigos meus que me ajudam, por que eles não são acolhidos, por exemplo, com essa verba de residência terapêutica pelo município? Até que é um recurso federal que pode ser transferido para eles. Então, um dos motivos de eu querer ser vereador é para fazer essa verba chegar lá, para brigar por esta causa, para ter a melhor distribuição disso”
Votação de Wladimir — “Já era um pouco meio que esperado, pelo índice de aprovação dele. Principalmente nos locais que eu andei muito em Guarus, o índice de aprovação dele era gigantesco. E pelo governo dele ter sido também após o governo de Rafael Diniz, que foi um período muito difícil que a cidade passou. O governo dele se destacou muito, ele, dentro do possível, ele fez um bom trabalho. Muitas obras, essa obra do HGG agora chamou muita atenção, do Ferreira Machado, e eu acredito que ele se destacou muito mediante a isso. E teve esse sucesso de voto que ele teve. Para mim, já era um pouco esperado. Eu que ando muito Guarus, que o índice de aprovação dele era gigantesco, 192 mil votos, foi uma explosão de votos. Foi difícil fazer campanha sem estar com Wladimir, entendeu? A delegada Madeleine é uma pessoa maravilhosa, gente finíssima. Não tive oportunidade de conhecê-la, fiz o que eu pude para tentar ajudá-la. Mas em Guarus foi muito difícil fazer política sem estar com Wladimir, mas mesmo assim conseguimos ser bem sucedido, graças a Deus”.
“Portas abertas” — “Eu não tenho o que falar mal de Wladimir. Graças a Deus, eu tenho até um certo vínculo de amizade com ele, não tenho o que falar dele. Infelizmente, politicamente, ele não deu para gente caminhar junto, por alguns assuntos empresariais, particulares, alguns vínculos ao grupo de Bacellar, que eu, meu sócio, tínhamos ali naquele momento. Então não foi muito viável politicamente estar junto com o Wladimir. Até porque foi mais propício a questão de partido. O partido Solidariedade eu vi que teria a possibilidade melhor de ganhar a eleição ali. Os partidos ligados ao Wladimir estavam pesados para eu vir, entendeu? Então, por eu ter a porta aberta praticamente nos dois grupos, acabei ficando ali com o grupo Bacellar, mas por outras questões particulares, empresariais mesmo”
Contato com Wladimir — “Wladimir fez contato primeiro, me desejando um bom trabalho, me dando os parabéns. Como eu falei, eu me relaciono bem com ele. Quem pensa que politicamente a gente tem alguma zanga, algum conflito, não tem nenhum, graças a Deus. Sempre me dei muito bem em qualquer grupo politico. Eu não tenho restrição em grupo político nenhum, graças a Deus. Me dou bem todo mundo”.
Oposição — “Eu estou lá com eles, eu faço parte lá do grupo dos Bacellar. Esse grupo de oposição também, de vereadores eleitos. A gente tem um certo vínculo com o Rogerinho Matoso, me dou bem também com o Dandinho, até com o próprio Marquinho Baccellar, mas eles também não se comunicam muito comigo não, entendeu? Eles tem aquela panela deles fechada ali, tomam as decisões deles, não tem me participado de muita coisa não. Mas 2025 vem aí, como você falou, eu vou estar com a caneta na mão, eu vou focar mais no trabalho social que eu faço, vou focar mais nessa bandeira que eu defendo, na área da dependência química. Não quero ficar me apegando muito a essa questão de posição, oposição, de grupos políticos, de blocos políticos, de vereadores, vou ficar mais focado na minha missão mesmo”.
Campanha de Madeleine — “Ela foi bem votada, no entanto, se você comparar ali a votação de Bruno Calil, com o apoio de Rodrigo, para votação dela, a votação dela foi bem mais expressiva. Então ela fez o que coube. Infelizmente, como você falou, a aprovação de Wladimir estava muito grande, entendeu? Agora os projetos dela eram bons, entendeu? Principalmente na área da saúde mental, ela tinha projetos muito interessantes. Tivemos um bate-papo sobre isso. E ela foi bem acolhedora relacionada a essas questões da saúde mental que eu debati com ela. Ela colocou muita coisa até no próprio plano de governo dela. Mas a votação dela eu achei também que foi uma votação expressiva, principalmente comparada a que Bruno Calil teve na última eleição, que foi o candidato dos Bacellar”.
Grupo Bacellar — “Eu sigo no grupo Bacellar, mas eu preciso saber até onde eles têm o interesse também de me ter no grupo, entendeu? Até agora tem tido essa dificuldade aí, de comunicação. Eu vou aguardar o tempo que for possível, essa comunicação aí, e por enquanto eu faço parte do grupo Bacellar sim, faço parte do grupo da oposição, e vamos aguardar. Estou aguardando esse contato deles, essa aproximação. Eu estou sempre à disposição, entendeu? Estou sempre à disposição, sempre estou procurando. Tentei contato com o Rodrigo, não tive sucesso. O grupo da oposição tivemos o primeiro contato ali, uma primeira reunião, foi muito boa, mas depois também não tivemos mais diálogo. Eu acho assim, com toda essa movimentação relacionada à Mesa Diretora, a gente teria que estar mais conectados. E não estamos conforme eu imaginava. Enquanto isso, eu vou seguindo ali com minhas ideias, com aquilo que eu acredito, e vamos trabalhando”.