Vereador Bruno Pezão é transferido da 134ª DP, em Campos
19/09/2024 10:38 - Atualizado em 19/09/2024 13:16
Rafael Khenaifes
O vereador Bruno Pezão (PP) foi transferido da 134ª Delegacia de Polícia na manhã desta quinta-feira (19), segundo a delegada titular da 134ª Delegacia de Polícia, Carla Tavares. A equipe de reportagem da Folha da Manhã constatou a saída do vereador da delegacia, que aconteceu por uma van da Polícia Civil. Ainda segundo a delegada, ele passou por exame de integridade física no Instituto Médico Legal (IML) e, em seguida, foi encaminhado para a Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), ainda não consta, no sistema, informação sobre data da audiência de custódia até o momento. Ele foi preso nessa quarta (18) por suspeita de lavagem de dinheiro, durante uma operação que investiga o assassinato de um cabo eleitoral ocorrido na Baixada Campista. A delegada titular ressaltou que, como regra, os presos passam pela audiência no dia posterior à chegada na casa de custódia. 
A Operação "Pleito Mortal" cumpriu mandados de busca e apreensão em Campos e no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. No total, foram apreendidos mais de R$ 1 milhão na casa do vereador. Além de Bruno Pezão, outras cinco pessoas foram alvos da operação, inclusive um suposto traficante que está preso desde 2010. A operação foi deflagrada pela Polícia Civil, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco/MPRJ) e com o apoio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
Coletiva de imprensa (Fotos: Rodrigo Silveira)
Coletiva de imprensa (Fotos: Rodrigo Silveira) / Rodrigo Silveira
Segundo a Polícia Civil, as investigações apuram o homicídio ocorrido no dia 19 de julho deste ano, na localidade de Campo Novo, onde Aparecido Oliveira de Morais foi morto dentro do seu carro com oito disparos de arma de fogo. Ainda de acordo com a Polícia, Aparecido teria domínio nos colégios eleitorais de Valeta e Venda Nova, ambos em Campo Novo, e antes de morrer teria selado apoio político a um outro candidato a vereador, concorrente de Bruno Pezão.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de Bruno Pezão, em seu gabinete na Câmara e em seu comitê de campanha, assim como na casa de sua mãe e de outros três investigados pelo crime. Durante a operação, foram encontrados mais de R$ 660 mil em espécie, na casa do vereador, e mais de R$ 460 mil em cheques e notas promissórias. Também foram apreendidas armas, celulares e anotações para onde iria cada quantia. Em um dos endereços, em São Sebastião, foram apreendidos também uma quantia em torno de R$ 12 mil.
Ainda segundo informações da Polícia Civil, Pezão também teria feito uma reunião política, na véspera do homicídio, onde faz uma videoconferência com José Ricardo Rangel de Oliveira, conhecido como Ricardinho, que seria suposto chefe do tráfico da localidade de Campo Novo e Barcelo, e está preso desde julho de 2010. A videoconferência foi feita de dentro da cadeia, em Bangu. Na manhã do mesmo dia da prisão, foi realizada uma coletiva de imprensa para dar detalhes sobre toda a situação. 

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