Frederico Paes: 'Não sei se Rodrigo Bacellar tem essa oposição toda'
Aluysio Abreu Barbosa, Edmundo Siqueira, Cláudio Nogueira e Mário Sérgio Junior - Atualizado em 25/05/2024 08:12
Frederico Paes no Folha no Ar
Frederico Paes no Folha no Ar / Genilson Pessanha
“Eu não sei se o Rodrigo Bacellar tem essa oposição toda ao Wladimir”, declarou o vice-prefeito de Campos e pré-candidato à reeleição, Frederico Paes, que foi o entrevistado dessa sexta-feira do programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3. Ele ressaltou que o dever presidente da Alerj, que é campista, é ajudar a cidade, pois seria “muito esquisito” se não fizesse isso. Paes também afirmou que acredita que o prefeito Wladimir Garotinho tem chance de chegar perto dos 70% dos votos válidos nas eleições de 6 de outubro e destacou que falta proposta nos pré-candidatos a prefeito da oposição que se colocam hoje no páreo. Ao falar sobre a estratégia oposicionista, Paes observa que a pulverização de votos não deva funcionar. O vice-prefeito também falou sobre os avanços na atual gestão, principalmente na área da agricultura onde tem vasta experiência como empresário.
Rodrigo Bacellar é oposição? — Será que tem? Eu não sei se o Rodrigo Bacellar tem essa oposição toda ao Wladimir. Não sei não. Eu acho que o presidente da Alerj, se ele não ajudar a cidade dele, vai ajudar qual cidade? Pode ser quem for prefeito. O prefeito pode ser João, Pedro, Manel, José. Se o presidente da Alerj está lá num cargo hoje, que é um poder enorme, não ajudar a cidade dele… Por exemplo, quando o Wladimir era deputado federal, o prefeito anterior não pediu ajuda dele. Tinha que pedir. Ah, é oposição? Seja o que for. Então, assim, eu acho que é dever, dever do presidente da Alerj também, seja quem for, ajudar a cidade dele. É uma coisa natural. Seria muito esquisito se não fosse feito.

Pesquisas — Se for falar o que a gente quer, a gente quer 70, 80%. O governo Wladimir, se observar nas pesquisas, tem uma situação muito do próprio Wladimir, a pessoa dele como prefeito, como cidadão, como pai de família. Então ele puxa muito voto. Tem o governo Wladimir e tem o Wladimir. O Wladimir é um cara que realmente tem, ele conquistou essa questão. Por exemplo, se você observar ao longo dos anos, a liderança da família Garotinho sempre colocava um vice da pedra. Eu, apesar de ser da roça, tenho ligação aqui na chamada pedra, que seria o Centro da cidade e as chamadas bordas. Eu falo isso com muito orgulho, porque na eleição passada, quando eu pedia voto para a Chapa, para o Wladimir, muita gente chegava para mim e falava assim: “ah, eu vou votar, eu nunca votei nos Garotinho, vou votar por sua causa”. Hoje, eu recebo diversas pessoas que falam: “eu agora vou votar no Wladimir”. Então, isso é uma conquista pessoal dele, com o que a gente fez, com o que a gente ajudou no governo, mas é uma coisa dele. Então, se observar nas pesquisas, vai ver que o Wladimir teve um ganho excepcional que ninguém até hoje conseguiu. E eu acredito em pesquisa. É como dizem quem não acredita, político que não acredita em pesquisa, chora na urna.

Primeiro ou segundo turno? — Eu não vejo, sinceramente, hoje uma oposição para levar para um segundo turno. Não vejo, sinceramente. Estou fazendo a análise Se eu falar aqui como pré-candidato a vice-prefeito, eu vou mascarar a minha fala e quem me conhece sabe que eu não faço isso. Eu vejo Wladimir com muita chance de chegar perto de novo dos 70% de votos válidos. Eu continuo com o meu número.

Análise de pré-candidaturas — A chance do Wladimir conquistar mais votos de agora é grande por falta de proposta da oposição. Vamos ver a campanha, o que vai acontecer. O que a oposição vai falar? Qual a proposta da oposição? Eu adoro a Carla Machado, por exemplo, mas eu não vejo ela trazendo para Campos o que ela não fez em São João da Barra. São João da Barra hoje tem um índice de pobreza violento, uma arrecadação maravilhosa. Sabe qual é a arrecadação em São João da Barra per capita, em relação a Campos? Cinco vezes. O Porto da Açu é uma potência. Quisesse eu que fosse em Campos. Eu não vejo outros candidatos de oposição trazendo. A doutora Madaleine, Tiago Rangel, o Jefferson, o Buchaul. Eu não vejo essa oposição trazendo. O pessoal quer falar mal do Wladmir. Poxa, traz a proposta. Na polarização do governo da eleição nacional houve ataques, mas houve propostas. E a proposta vencedora foi do PT e ganhou a eleição, paciência. Agora, em Campos eu não vejo isso. Não vejo a oposição dizer “olha, não vote no Wladimir, vote em mim porque a minha proposta é essa”. Só fica falando mal do governo, falando mal disso, inventando troço. A população está começando a enxergar que é melhor você seguir um governo que está dando certo do que entrar numa aventura. Independente do Wladimir ser reeleito, ele vai ter apoio do Governo do Estado. Porque Campos é a maior cidade do interior.

Pulverização de votos — Existem pessoas que entendem de políticas estrategistas, claro, melhor ou pior do que a gente, mas eu não vejo isso como um grande feito, não. Eu acho que essa pulverização, que se ponha 15 candidatos, não tem consistência para tirar eleitor do Wladimir. Não acredito que tenha consistência de número de voto pra levar para o segundo turno porque a proposta que o Wladimir tem feito para eleição é uma proposta que está dando certo. Então assim, não tem quantidade. Ah, vamos botar vinte candidatos. Para ter quantos votos? Então, assim, não acho que essa estratégia de popularização vai funcionar.

Nominatas — Há tendência, realmente, que a gente faça uma Câmara bastante numerosa. Assim, uma análise bem fria, uma análise bem tranquila, eu acredito que a gente possa... O próprio MDB, por exemplo, que é o meu partido, fez um vereador, que é o Silvinho, na eleição anterior, e está projetando ali três vereadores, pelo menos. Então, todos os partidos que estão com a gente estão bastante fortalecidos com nomes importantes, nomes fortes. Muitos deles que são vereadores, outros que estão voltando, tentando voltar para a Câmara. Então, a gente tem hoje a possibilidade de fazer pelo menos 17. Há quem diga que pode chegar até 18.

Avaliação do governo — Em uma reunião política, há uns 15 dias atrás, eu falei para as pessoas, inclusive tinham ex-secretários que saíram para se candidatar a vereador, que o sarrafo subiu. E por que o sarrafo subiu e a exigência da população está cada vez mais? Porque a gente entregou. Vou dar o exemplo aqui do próprio nosso querido Ferreira Machado, grande hospital, que hoje, graças a Deus, a gente não tem mais aquela coisa lastimável que era o paciente nos corredores. Aquilo era uma coisa terrível. Eu que fui diretor de hospital durante 20 anos, aquilo me assustava muito. E, graças a Deus, não tem mais. Há mais de dois anos que nós não temos nem no HGG, nem no Ferreira. Então, o que é esse sarrafo subiu? Antigamente o cara queria sair do corredor. Aí hoje ele já vai para um quarto que tem ar condicionado, que está na condição decente. Então agora ele quer que melhore a condição daquele quarto. Isso é o sarrafo subir. Quando você entrega asfalto novo na cidade, e que infelizmente ficou alguns bueiros baixos, a população reclama dos bueiros baixos. Então assim, a exigência da população está cada vez mais, e esse é o nosso desafio. Seja o Wladimir que for reeleito, se Deus quiser, seja outro candidato, ele vai ter que entregar mais do que nós entregamos. E o grande desafio hoje para nós, que somos pré-candidatos e queremos nos reeleger, é mostrar para a população que a gente pode fazer mais do que já fizemos até agora. Então, assim, muito foi feito. Claro que na campanha nós vamos falar, vamos mostrar tudo que nós realizamos, como que a gente põe a cidade. Agora, o desafio maior é mostrar o que nós podemos fazer mais para frente. (…) Sinceramente, esses dias eu falei também em uma entrevista, só o que nós fizemos no HGG, se o governo acabasse hoje, eu já tinha orgulho de ter participado do governo. Porque ali são atendidos milhares de pessoas por mês, as pessoas que precisam do poder público, que não têm plano de saúde, que não podem pagar. E a quantidade de vida que a gente salva. Quer outro exemplo? O SOS Coração, nós salvamos mais de 250 pessoas. A estatística é a seguinte: dos 250 infartados que foram salvos, 30% pelo menos iam morrer. Acredito que esse programa vai ser levado para o Estado e quem sabe até pro Brasil. Então, isso tudo que a gente vem fazendo, nós estamos conseguindo avançar para entregar e com certeza a população vai querer saber o que nós vamos botar para frente.

Limpeza de canais — A cidade é uma planície. E pouca gente sabe, ou quase ninguém sabe, que as águas da chuva não escoam para o Paraíba. As águas escoam para os canais da Baixada. Ou seja, toda essa área central, a água não vai para o Paraíba não. Quando chove, ela vai para o lado contrário. Então se a gente não tiver os canais limpos, e a Prefeitura de Campos, com a parceria com a Asflucan, pediu ajuda também na época ao vice-governador, que era o secretário de Meio Ambiente, o Pampolha, ele mandou máquinas aqui também para a região. É uma parceria importantíssima que nós temos com a Prefeitura. A compra de máquinas que a Prefeitura de Campos nunca teve, 40, 50 anos atrás. Zezé Barbosa que comprou máquinas, depois de lá pra cá ninguém comprou. Hoje a Prefeitura de Campos, a secretaria de Agricultura de Campos, tem diversas máquinas chamadas long reach, escavadeiras hidráulicas, motoniveladoras, tratores, para limpar os canais, que seria obrigação do Estado. Acho que tem que juntar a mão. O Estado ajudou com o programa Limpa Rio. A Prefeitura está fazendo. O professor Almy, com a capacidade dele de conhecimento. Foi reitor da Uenf, é produtor rural, é engenheiro agrônomo, tem uma equipe técnica que não tinha, tem veterinários, tem agrônomos, secretaria, assistência jurídica. Nós estamos hoje limpando esses canais que são importantíssimos para a nossa Baixada Campista, que é afetada com as águas, mas é importante também para a área central.

Experiência na agricultura — O que mais me orgulha na agricultura são as pessoas, é a equipe hoje que nós conseguimos formar. E formar equipe não é fácil. É uma equipe que está hoje na agricultura, do secretário, do subsecretário, de toda a equipe que está lá. Tem gente antiga que fala que nós fizemos uma revolução na agricultura. Muita gente pergunta: “mas, Frederico, qual planta que você plantou?”. Gente, nós temos que dar infraestrutura. O produtor sabe produzir, ele sabe fazer, ele precisa de apoio. O governo não vai pegar uma plantinha, uma semente e colocar na terra para o produtor. O produtor sabe fazer isso. O que ele tem que ter? Estrada vicinal de qualidade, tem que ter canais limpos, tem que ter maquinário pronto para atender em caso de chuvas extremas. Então, assim, é importante dizer que sem equipe não se faz nada. Eu tenho orgulho muito grande da equipe que está na Agricultura hoje, o professor Almy com toda a sua equipe lá, que montou nesses três anos e pouco, está fazendo literalmente uma revolução.

Tempo de gestão — O Wladimir falou comigo quando estava com quatro meses de governo, quatro pra cinco meses, ele chegou para mim e falou assim: “Fred, eu tô preocupado”. Eu falei “com o quê?” Ele respondeu “já passou 10% do nosso governo”. São 48 meses, estava ali com quatro ou cinco meses. E aí eu pude enxergar, porque em iniciativa privada, o tempo vai passando e você vai melhorando, você vai fazendo mais na sua empresa, na sua indústria, no seu comércio, tem que melhorar. No governo, a contagem é regressiva. Então, realmente, quatro anos, eu cheguei a essa conclusão, é muito pouco. Seja para o governo municipal, para o governo estadual, para o governo federal. É muito pouco tempo. Acho que o Brasil precisava ter uma mudança, talvez passar pra cinco anos, sem reeleição, ou seis, porque quatro anos é muito pouco tempo.

Perspectiva para 2026 — Eu trabalho com a perspectiva de ajudar o Wladimir a governar a cidade como eu sempre fiz. Inclusive na eleição passada, foi a pergunta que eu fiz a ele: “Wladimir, você quer que eu te ajude a se eleger ou você quer que eu te ajude a governar?” Então, a minha perspectiva é continuar ajudando. Minha família sabe que é um desgaste, você toma energia, toma tempo, a gente que tem outras atividades, mas eu tenho muito orgulho hoje, muito orgulho de estar junto com o Wladimir fazendo o que a gente fez por Campos. E cada coisa, parece pouco, mas quando a gente inaugura uma escola, uma praça, uma UBS, que faz bem as pessoas, as vilas olímpicas que foram reformadas no interior, é muito gratificante. Você entregar isso para as pessoas que precisam é muito gratificante. Isso me faz um bem tremendo e é o que eu quero continuar fazendo bem para as pessoas.

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