Reação de Wladimir a relatório da CPI da Educação repercute na Câmara
Mário Sérgio Junior 22/05/2024 15:43 - Atualizado em 22/05/2024 16:12
Sessão da Câmara de Campos
Sessão da Câmara de Campos / Genilson Pessanha
A reação do prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PP), sobre o relatório final da CPI da Educação, que foi lido na Câmara nessa terça (21), teve repercussão na sessão legislativa desta quarta-feira (22). Em vídeo postado nas redes sociais na tarde dessa terça, Wladimir disparou: "A oposição de Campos não tem vergonha na cara". O presidente da Casa, vereador Marquinho Bacellar (União), rebateu as palavras de Wladimir ao questionar a necessidade do prefeito fazer ataques em vídeo.
— Se (Wladimir) não tem nada a esconder e a CPI está mal feita, para que esse medo todo? Para que vídeo? Para que ataque? Para que essa mobilização de continuar falando de CPI da educação? Acho que a CPI, pelo menos na Casa aqui, passou por um momento e está por conta agora da Justiça, dos órgãos competentes. E se foi mal feito ou não, se tinha algo errado ou não, cabe à Justiça agora decidir sobre isso. Mas me espanta e mostra a fragilidade do prefeito — disse Marquinho em discurso durante o tema livre.
O vereador Igor Pereira (União), relator da CPI, também respondeu o prefeito. "É importante destacar que, a todo tempo, fizeram para que não tivesse a CPI da Educação. Se não tem nada a esconder, por que não dar as informações? O prefeito, de uma forma errada, não sei o que ele quis dizer, mas que o relator, que sou eu, mora na casa de empreiteiro. Olha, você vai explicar isso muito direitinho. (...) E você vai responder, não vai ser em entrevista, não. Vai ser na Justiça", afirmou.
O relatório final da CPI da Educação foi apresentado na Câmara, durante a sessão dessa terça-feira (21). O documento aponta suposta omissão do então secretário de Educação, Marcelo Feres, e possível improbidade administrativa de gestores públicos. O relator da CPI defendeu aprovação da conclusão e o encaminhamento de todas as peças ao Ministério Público Federal, Polícia Federal, Tribunal Regional Eleitoral, Ministério Público Estadual, Tribunal de Contas do Estado, Polícia Civil, entre outros órgãos.
Horas depois, o prefeito Wladimir Garotinho publicou um vídeo em suas redes sociais atacando a oposição. "Me desculpem aqui o desabafo, mas a oposição em Campos não tem vergonha na cara, não tem projeto político. O único projeto que eles têm é atacar, difamar e tentar atrapalhar o bom andamento das questões em benefício da população", chegou a declara o prefeito.
Nesta quarta-feira (22), o ex-vereador Maicon Cruz, que presidia a CPI antes de ter o mandato cassado pela Justiça Eleitoral em ação que apurava denúncia de fraude na cota de gênero das eleições de 2020, também publicou um vídeo em suas redes sociais para falar sobre o relatório. Ele argumentou que o prazo de validade da CPI era de 180 dias. "Dentro desse período, nós tivemos diversas dificuldades. O governo e a sua base aliada tentaram a todo instante protelar a CPI. Comprometeu o trabalho da CPI. (...) Cabe destacar que a CPI, no âmbito do município, não tem as mesmas prerrogativas e os mesmo direitos e respaldo como uma CPI no âmbito federal. A nossa CPI, no âmbito municipal, como diz o regimento interno da Câmara, lá no artigo 116, a gente tem como missão elaborar relatório técnico apontando possíveis índices ou suspeitas de irregularidades, suspeitas de ilicitudes. E esse relatório, após ser submetido ao plenário, é encaminhado para os órgãos de controle e fiscalização. Nós estivemos na secretaria de Educação buscando documentos que o secretário não mandava", comentou.
Ele também falou sobre as declaração de Wladimir: "O que nós vimos nas redes sociais do prefeito nada mais é do que uma cortina de fumaça porque essa CPI seguiu o rito ordinário".

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