Marcão Gomes projeta 19 dos 25 eleitos em 2024 do grupo de Wladimir
- Atualizado em 23/12/2023 08:43
Marcão no Folha no Ar
Marcão no Folha no Ar
Com uma trajetória política, até então, marcada pela oposição ao grupo dos Garotinhos, o ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara Municipal de Campos Marcão Gomes (PL, de mudança ao MDB) trabalha para tentar voltar ao Legislativo municipal, desta vez aliado ao prefeito Wladimir Garotinho (PP). Identificando o perfil alinhado do seu eleitor com o prefeito, principalmente na região eleitoral da “pedra”, o advogado e servidor federal vê encaminhada a reeleição de Wladimir, ainda no primeiro turno, nas eleições em 6 de outubro de 2024. Projeta também o cenário da Câmara, que vive momentos de tensão com o travamento da votação da Lei Orçamentária Anual (LOA), visto por ele como “irresponsabilidade” do presidente do Legislativo campista, Marquinho Bacellar (SD). Ao comentar sobre a pesquisa Iguape, encomendada pelo grupo dos Bacellar, na qual a atual Câmara é reprovada pela maioria de 38,6% da população, Marcão diz que isso é o reflexo de confusões na Casa, que “acabam envergonhando o eleitor e a cidade”. Com base na mesma pesquisa, feita em 10 de julho com 1.001 campistas, que apontou a aprovação do governo Wladimir em 74,7%, além de outras duas avaliações, o ex-vereador também analisou o reflexo disso no atual quadro da Câmara, apostando em uma renovação maior. Dos 25 vereadores eleitos em 2024, acredita que 19 cadeiras serão ocupadas por nomes ligados ao prefeito.
LOA travada — Eu vejo de forma muito temerária essa atitude do presidente Marquinho Bacellar em reter a votação de uma importante lei, na verdade é a lei mais importante a ser votada na Câmara de Vereadores (...) Nós temos uma LOA que ao meu ver não tem problema técnico algum, está madura para ser votada, só vejo isso como um ato de irresponsabilidade. Eu acompanhei a entrevista do professor Rodrigo Resende, que inclusive é um profissional competentíssimo, independente de grupos políticos, foi meu controlador também na Câmara, e ele falou que tem previsão para pagamento agora em janeiro da folha de servidores da ordem de R$ 100 milhões, dinheiro que vai circular em toda a cidade. E a previsão, se for calculada em cima de duodécimos, só tem autorização para poder empenhar cerca de R$ 79 milhões. Quem que ele vai deixar sem receber? (...) Não basta ter o dinheiro na conta, o prefeito não pode pegar o dinheiro na conta e transferir para quem ele quiser transferir. Primeiro, ele tem que empenhar e esse empenho precisa de dotação orçamentária, por isso que ele precisa da LOA, porque se ele não fizer assim, ele está em desrespeito à lei e, por certo, ele terá as contas dele reprovadas no Tribunal de Contas do Estado. Então, ele precisa obedecer a norma, a lei, e a Câmara precisa de forma diligente e não ficar de forma inerte, atrapalhando a gestão do município. Eu vejo um ato de irresponsabilidade do presidente Marquinho Bacellar ficar retendo a lei orçamentária, que é o principal instrumento para execução e para o pagamento das despesas do exercício seguinte. As entidades da assistência social, que atendem pessoas com deficiência, o pessoal que atende na área da saúde, os próprios servidores públicos podem ficar sem receber... obras em andamento podem ser paralisadas. Então, é um ato de irresponsabilidade, salvo se ele tivesse algum motivo justificável para não votar até agora. Eu não vi a apresentação de nenhum motivo que pudesse justificar a ausência de votação da Lei Orçamentária Anual. Nem a questão do remanejamento é motivo para poder não votar (...) Na verdade, o Poder Legislativo, tendo um planejamento minimamente bom, ele consegue executar sem precisar remanejar nenhum orçamento. Não está diminuindo o orçamento da Câmara, porque o Poder Executivo ele não tem poder para diminuir o orçamento do Legislativo, que já é previsto em lei (...) Eu acho que política se resolve na política. Técnica se resolve na técnica. Os vereadores foram eleitos pela população para poder fiscalizar o Poder Executivo para criar projetos de lei e para aprovar ou negar os projetos que são encaminhados pelo poder Executivo. E é isso que tem que ser feito.

Falta de diálogo — Eu vejo o prefeito Wladimir Garotinho dialogando com todos os atores da política local, da política estadual e da política nacional. Eu não vejo ausência de diálogo por parte do Poder Executivo. Agora, o Poder legislativo e os anseios de cada um dos vereadores têm que estar preparados para poder receber um sim, quando pode ser dito um sim, e também para receber um não quando não for de interesse do Executivo. E tudo isso se resume à democracia, ao voto, coloca para votar, a maioria vai aprovar ou a maioria vai rejeitar. Agora, diálogo, eu não vejo está faltando não por parte do prefeito. Não faço parte do governo. Não tem o cargo algum no governo de Wladimir. Então falo como cidadão de Campos, observador da política, falo também como político.

De adversário a aliado de Wladimir — Com o prefeito, a gente fez a aproximação de forma muito natural. Como falei, não ocupo nenhum cargo no município, mas sou cidadão que observo o belo trabalho que ele vem fazendo, a forma dele receber e de dialogar com todos os atores, com todas as instituições. Vendo o bom governo, o que ele está fazendo, dialoguei politicamente. Ele me mostrou o que pretende continuar fazendo pela cidade nos próximos quatro anos. Eu enxergo no Wladimir um político que tem muito futuro pela frente, que vem fazendo uma grande gestão. E antes disso, antes de fazer essa escolha, eu procurei ouvir os meus amigos, meus familiares, as pessoas que militam no meu grupo político e todas elas falaram da boa gestão que ele vem fazendo. Então isso gerou a nossa aproximação.

Disputa à Câmara — A eleição de vereadores é uma das mais difíceis, até pela quantidade de candidatos que concorrem à eleição de vereadores. Ela é muito pulverizada. Ela é muito fatiada, mas eu acho que a dificuldade é para todo mundo. A dificuldade de encontrar esse voto e a gente superar a dificuldade. Como eu costumo falar para todo mundo, que eu só tenho um único votinho, que é o meu. Os demais eu conquisto. Primeiro dentro da minha família, a minha família me dá total apoio. O meu grupo político me dá apoio, então é família, grupo político e trabalho. Não tem nada que supere o trabalho. Então, mesmo fora de mandato a gente vem trabalhando muito, vem ajudando a muitos projetos (...) É nessa toada que a gente vai buscar a discussão do voto em uma eleição que de fato é muito difícil.

Lado oposto a Rafael Diniz e a força na pedra — Nós continuamos sendo bons amigos. Tenho um carinho muito grande pelo Rafael. Independentemente de posição política, a gente se respeita muito e somos amigos. Como eu disse, na cabeça do meu eleitor, dos grupos políticos que eu tenho conversado, das pessoas que me apoiam, eu vejo com muita naturalidade e com uma aceitação muito boa minha aproximação ao grupo do Wladimir, e isso é demonstrado, inclusive, nas pesquisas eleitorais. Se você for observar nas pesquisas eleitorais, aonde a gente tem o maior núcleo de amizades, que é, nas zonas eleitorais da pedra de Campos, o Wladimir, de forma histórica e inédita, ele vem mantendo uma ascensão na pedra, coisa que nunca havia sido vista antes no grupo dos Garotinhos. Ele tem obtido uma aceitação na pedra, colocando uma vantagem enorme sobre os demais candidatos, coisa que nunca foi vista antes. O Garotinho e a Rosinha nunca conseguiram isso, que o Wladimir vem conseguindo. Então esse é o espelho das pessoas, que eu ouço, das pessoas que eu converso. Então o eleitor olha que o Marcão está em uma posição que o eleitor já tomou essa decisão. A maior parte do eleitor que eu tenho conversado, ele já tomou a decisão da recondução do prefeito no ano que vem. Então, olhando para as pessoas que eu dialogo procuro representá-las, eu estou indo ao encontro delas (...) As pessoas comparam a memória recente (...) Eu ouso dizer que a gestão atual do prefeito, ela é melhor não só do que a do Rafael, mas também melhor do que a da Rosinha, no segundo mandato. As pessoas observam isso e eu estou me colocando em uma posição onde a maioria das pessoas vem enxergando isso, que é de manutenção de um governo que vem dando certo (...) Muitas que conheço e votaram em Rafael, Makhoul ou em Arnaldo, hoje escolhem o Wladimir. A entrada e o belo trabalho que o vice-prefeito Frederico Paes vem fazendo ao lado do prefeito, está contribuindo muito com esse crescimento do Wladimir na pedra. O Frederico vem fazendo um magnífico trabalho, dialogando com todo o mundo. O Mauro Silva também é um ator importantíssimo, que dialoga muito bem com as camadas da pedra, que também vem fazendo um trabalho muito bom lá no Desenvolvimento Econômico, e a gestão do prefeito, como um todo, que vem trabalhando não só para a pedra, mas está trabalhando muito forte também nos bairros mais periféricos.

Filiação ao MDB? — A probabilidade de a gente estar se filiando ao MDB, concorrendo no MDB é muito grande. Como eu disse, o nosso grupo político entende que nós devemos aprovar e dar continuidade a um projeto que traz segurança para a nossa cidade (...) Respondendo à questão partidária, se o PL entende que o projeto político interessante para a cidade não é a continuidade do mandato do atual gestor, que eu vejo que está fazendo um excelente trabalho, de forma muito natural, a gente vai se desfiliar. Eu já venho mantendo entendimentos com o vereador Silvinho Martins, que é o presidente aqui do MDB, já tive um diálogo com o nosso vice-prefeito, com Frederico Paes, que também é quadro político do MDB. Tive a oportunidade, através da apresentação que o senador Romário me fez ao Washington Reis, de ter um diálogo na presidência estadual do MDB. Me convidaram a me filiar ao MDB. O convite para me filiar foi feito e nosso grupo político também entendeu como sendo salutar essa minha ida. Esse deve ser de fato, o caminho natural. Nos próximos meses a gente deve estar se filiando

Nominata — A disputa à Câmara de Vereadores, ela é sempre muito forte. Eleição de vereador é uma das mais difíceis que tem. De fato, o MDB está muito bem conduzido pelo Silvinho na presidência, e também pelo vice-prefeito Frederico Paes. Ele está construindo uma boa nominata. A gente tem a expectativa de eleger grandes quadros lá e a disputa ela vai se dar naturalmente nas urnas. É, é algo muito natural (..) E a gente espera fazer uma disputa boa lá no MDB. Logicamente que eu vou trabalhar para que a gente conquiste uma vaga. Eu acho que a gente pode ajudar bastante ao governo, voltando para o poder legislativo. Espero que tenhamos êxito nesse trabalho. Não só no MDB, mas em qualquer partido, a disputa vai ser muito acirrada, diferente do Poder Executivo, que eu vejo o encaminhamento da reeleição de Wladimir com naturalidade.

Pesquisas apontam reeleição — Vejo com muita naturalidade o encaminhamento do Wladimir a uma reeleição no primeiro turno, porque a gente não vê nenhum outro ator, que seja capaz de fazer um confronto com Wladimir e que tenha experiência em administração pública em Campos e articulação política como ele tem hoje. Ele está há três anos gerindo com as contas aprovadas, com a aprovação da população e com uma articulação política não vista anteriormente (...) A pesquisa aponta o que a gente encontra nas ruas, o que está conversando com os eleitores. A pesquisa aponta exatamente o sentimento da população de Campos, que é um sentimento de aprovação de um governo que vem realizando muito, que vem entregando muito para o povo, advogado.
Carla Machado candidata em Campos — Como advogado, não vejo possibilidade alguma. Na verdade, ela não pode. É a tese do prefeito itinerante. Isso já é consolidado na jurisprudência eleitoral. A lei é muito clara nesse sentido. Só se houver uma mudança, uma virada. Eu não vejo possibilidade. Com todos os agentes jurídicos que eu conheço, todo pessoal que tem experiência em direito eleitoral, ninguém vê essa possibilidade.

Avaliação da Câmara — Em relação à aprovação e reprovação do Poder, é algo que pode ser medido de forma mais eficaz. Com uma margem de acerto maior, porque você aprova, ou você reprova, e se a maioria está reprovando a Câmara, ela está discordando do modo de operação ao qual vem sendo conduzido às sessões, muitas sessões tumultuadas, muitas brigas em plenário. Algo que acaba envergonhando até o eleitor e a cidade. Eu acho que em muitos casos têm acontecido muitas confusões que acabam gerando uma reprovação.

Projeção ao Legislativo após 2024 — A pesquisa em relação a nomes para ocupação de espaços nas eleições do ano que vem relacionadas ao Poder Legislativo, a margem de erro é enorme e porque a quantidade de candidatos e a quantidade de partidos e o sistema que é proporcional, ele não permite uma eficácia. Nessas pesquisas, eu posso até me citar como exemplo, concorri a duas eleições de vereador e venci as duas e em várias pesquisas eu não estava eleito, e eu fui o mais votado nas nos partidos pelos quais disputei, uma delas, eu ainda fui o mais votado da cidade (...) A precisão da pesquisa pode se dar, sim, em relação à aprovação ou reprovação do Poder Legislativo, o que deve gerar uma mudança significativa nos quadros de vereadores nas eleições do ano que vem. Acredito que, de fato, o grupo do Wladimir e dos partidos que vão construir essa aliança com o prefeito, possam eleger de 18 ou até 19 vereadores no próximo Legislativo. São as contas que a gente também faz por enxergar a aprovação do governo e no leque de alianças e na formação das nominatas e das estratégias que o governo vem colocando em relação à ocupação de espaço na Câmara.

Fim da pacificação e reação da oposição — A acho que o prefeito, nesses próximos meses, até a eleição são 9 meses, período de uma gestação, vai ter como resultado final o parto do novo mandato dele. Eu acho que a partir de agora ele vai crescer ainda mais. Quando ele for fazer o encontro com a população e a prestação de contas de todas as ações de governo praticadas durante os três anos, até o período do encontro com as urnas, acho que ele cresce ainda mais, porque tomou o cuidado de fazer uma gestão muito equilibrada, de ter os números e o financeiro dele muito controlado. Ele tem em caixa conforto para poder tocar as obras que ele precisa tocar. As denúncias, elas vão acontecer naturalmente, se a oposição fizer de forma responsável, mas com fatos, com substância, apresentando provas daquilo que eles estão alegando. Na questão da CPI da Educação, por exemplo, qual é o fato determinado para ser investigado? Eu dei uma linda, não vi nenhum fato determinado proposto pela Câmara. Temos prova do que está acontecendo? Eu acho que é muito mais um floreio pré ano eleitoral. Não vejo motivo algum para que essas possíveis denúncias, elas frutifiquem ao ponto de fazer com que a intenção de voto caia, porque a gente não enxerga nenhuma irregularidade. Também a questão da pacificação, olhando como cidadão, pacificação entre aspas, porque nesse período de pacificação o que não faltou, foi tiro, porrada e bomba, o tempo inteiro. Então, na verdade, dizer que a aprovação do governo se deve à pacificação tem sentido algum. Ela se deve ao trabalho dos secretários, ao trabalho da equipe do prefeito e aquilo que ele vem apresentando para a população de Campos e que, a meu ver, vai aumentar ainda mais essa aprovação até acontecer o encontro com as urnas no ano que vem.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS