Sessão da Câmara de Campos é suspensa após confusão
A Câmara de Campos viveu mais um dia de tensão, nesta terça-feira (28), e chegou a ter a sessão suspensa após uma confusão na plateia, quando seguranças tentaram retirar pessoas que estavam atrapalhando a fala de vereadores. Houve empurra-empurra e gritaria. O clima esquentou após um embate entre o presidente da Casa, Marquinho Bacellar (SD), e o vice-líder do governo, Juninho Virgílio (União). A Operação Rebote da Polícia Federal, que cumpriu mandados de busca de apreensão na casa da Lapa dos Garotinho, por suposta fraude no PreviCampos, foi tema abordado nas discussões, que, em diversas vezes, foi marcada por ataques entre os dois grupos políticos. O vereador Nildo Cardoso (União) usou a tribuna para dizer que a Câmara virou uma “baderna” e pediu uma reunião com os 25 vereadores para tentar elevar o nível da Casa, o que deve acontecer nesta quarta-feira (29), às 15h.
A sessão já começou de forma diferente com a base reprovando a dispensa da leitura da ata da sessão do dia 1º de agosto, quando foi aprovada a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), com voto do presidente da Câmara, o que vem sendo questionado desde então pelos governistas. Tanto Juninho, quanto o líder do governo, Álvaro Oliveira (PSD), falaram que Marquinho descumpriu o Regimento Interno. O presidente da Casa, por sua vez, disse que a discussão levantada novamente pelos governistas nesta terça foi uma “cortina de fumaça” diante dos fatos ocorridos com a Operação Rebote da Polícia Federal na casa dos Garotinhos, por suposta fraude no PreviCampos. “Mais uma vez estamos nas capas dos jornais envolvendo o mesmo grupo político”, disse.
Com a fala de ataque de Marquinho, teve gritos de “Ceperj” na plateia, inclusive com um homem usando um pano branco na cabeça, fazendo alusão a um “fantasma”. As reações do público motivaram a ação de seguranças, mas houve a recusa de algumas pessoas em deixar o plenário, gerando o tumulto. Até o vereador Silvinho Martins (MDB) saiu do seu lugar e foi para a plateia tentar intervir na confusão.
No retorno da sessão, Marquinho retomou sua fala e fez uma provocação usando um termo comum em postagens do ex-governador Anthony Garotinho em relação a investigações que envolvem o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União). Ao comentar mais uma vez sobre a operação na casa dos Garotinho disparou:
— Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac. Esse é o desespero da base do prefeito. Funcionário da IMTT interrompe fala de vereador, chefe de gabinete de vereador interrompe fala de vereador, funcionário público municipal, todos eles recebem dinheiro público, interrompem a fala de vereador. Mas esse é o desespero, como eu falei. Mas finalizando sobre a LDO, já foi votada, foi vetada, nós já estamos na LOA, então é assunto passado, não teve nenhum recurso na Justiça.
Alguns vereadores da base como Juninho e Silvinho foram à tribuna questionar a forma pela qual a operação da PF ocorreu e falaram em perseguição política aos Garotinho. Seguiram a mesma linha de uma live feita por Rosinha e Garotinho com críticas ao ex-prefeito Rafael Diniz (Cid.), apontado por eles como autor das denúncias do PreviCampos.
O vereador Nildo Cardoso (União), veterano de mandatos, também foi a tribuna e disse que nunca viu uma legislatura com tanta confusão e pediu uma reunião com todos os vereadores para tentar uma solução. “Estou conversando aqui com vereador Abdu, com cinco mandatos. Eu comecei em 2001, mas vou ser sincero, eu nunca vi igual essa gestão nessa Casa, tanto na gestão anterior quanto nessa atu-al, um clima tão ruim. Vamos fazer o que? Vamos embora? Porque a vontade é fazer isso, gente. As pessoas precisam entender que quem está lá fora, votou para a gente defender os interesses da população. Não é para ficar brigando não (...) Isso é uma baderna, isso não é uma Casa de Leis”, disse Nildo, que foi respondido por Marquinho sobre a reunião solicitada, sendo informado que a reunião iria acontecer.
Veja o vídeo: