Lula cobra ações contra a fome e desigualdade em discurso na Assembleia-Geral da ONU
19/09/2023 12:30 - Atualizado em 28/09/2023 09:51
Lula discursou na Assembleia-Geral da ONU
Lula discursou na Assembleia-Geral da ONU / Reprodução - Instagram
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), discursou na abertura da 78ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (19), em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Sem usar de improviso, Lula citou a desigualdade e as mudanças climáticas como principais desafios a serem vencidos pelos líderes mundiais. Ao anunciar que o Brasil está de volta ao mundo, foi aplaudido inclusive por Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado respectivamente, que foram aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Como não me canso de repetir, o Brasil está de volta. Nosso país está de volta para dar a sua devida contribuição ao enfrentamento dos principais desafios globais”, apontou.
Lula lembrou de sua primeira participação na Assembleia-Geral da ONU e reafirmou seu discurso. "Há 20 anos, ocupei esta tribuna pela primeira vez. Volto hoje para dizer que mantenho minha inabalável confiança na humanidade, reafirmando o que disse em 2003. Naquela época, o mundo ainda não havia se dado conta da gravidade da crise climática. Hoje, ela bate às nossas portas, destrói nossas casas, nossas cidades, nossos países, mata e impõe perdas e sofrimentos a nossos irmãos, sobretudo os mais pobres. A fome, tema central da minha fala neste Parlamento Mundial 20 anos atrás, atinge hoje 735 milhões de seres humanos, que vão dormir esta noite sem saber se terão o que comer amanhã", declarou.
O chefe de estado brasileiro afirmou que, para reduzir as desigualdades dentro dos países, é preciso incluir os pobres nos orçamentos nacionais. “E incluir os ricos pagando impostos. No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, frisou.
O presidente também citou programas de combate à desigualdade como o Brasil sem Fome e o Bolsa Família, e a lei aprovada este ano que obriga empresas a pagar salários iguais para homens e mulheres na mesma função.
Sobre as mudanças climáticas, Lula disse que é preciso pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas. "Agir contra a mudança do clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas. Os países ricos cresceram baseados em um modelo com alta taxa de emissão de gases danosos ao clima. A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implantação do que já foi acordado", disse.
Ao encerrar seu discurso, Lula ressaltou que a desigualdade deve gerar a "indignação" dos líderes globais.
Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro país a discursar na fase de debates. Após a fala de Lula, foi a vez do presidente dos EUA, Joe Biden, ocupar a tribuna. Ele foi aplaudido ao falar com mais incisão contra a Rússia na invasão desta à Ucrânia. Cujo presidente, Zelensky, estava presente e, finalmente, terá encontro com Lula daqui a pouco.
“Os Estados Unidos, juntamente com os nossos aliados e parceiros em todo o mundo, continuarão a apoiar o corajoso povo da Ucrânia na defesa da sua soberania e integridade territorial – e da sua liberdade. Se permitirmos que a Ucrânia seja dividida, estará garantida a independência de qualquer nação? A resposta é não", disse Biden.
Com informações do G1, Uol e Metrópoles

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