Pais de alunos protestam para que Escola Manoel Simões de Rezende não feche as portas
Os pais e responsáveis de alunos da Escola Municipal Manoel Simões de Rezende se reuniram na manhã desta segunda-feira (25) na Estrada do Carvão, em Campos, com o objetivo de evitar que a unidade de ensino feche as portas. Antes disso, aconteceu uma reunião entre a Secretaria de Educação e pais de alunos na escola, localizada no Parque Aurora, que teve o intuito de informar aos responsáveis que a instituição não iria aceitar matrículas novas em 2025, além de transferirem os alunos do 6º ano para uma escola no centro do município. Os moradores chegaram a fechar a rua em que a escola fica localizada devido a preocupação com as crianças moradoras da região.
Michele de Souza da Conceição, mãe de alunos da instituição e também moradora da área, afirmou que não concorda com a situação.
"Tem essa possibilidade de fechar as portas. Eles estão querendo tirar o sexto ano. Tirando o sexto ano ano, logo depois, vai ser o sétimo, em outro ano, o oitavo. E assim sucessivamente. A gente falou lá que "então, já que quer tirar, tira o nono que já são grandinho, já sabem ir. Mas estão pegando no pé, falando que o sexto ano vai sair. Então, eu não concordo, não vou assinar papel nenhum porque eu não concordo. A maioria das mães que estão lá não estão concordando porque, em vez de melhorar o ensino, querem tirar", disse Michele.
Segundo a diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Andressa Lopes, os pais e responsáveis de alunos não foram informados sobre a decisão tomada pela secretaria até a reunião nesta segunda-feira (25). Além disso, ela informou que o Sepe foi impedido de participar da reunião.
"O sindicato e os professores foram impedidos de participar junto aos pais (...) Não houve uma conversa inicial com a comunidade, não houve uma pesquisa sobre o impacto pedagógico e de logística com relação a isso. A escola é a mais próxima da moradia da comunidade, não só isso, mas é uma escola que está designada no quadro de Campos como escola do campo (...) Essa escola tem quatro turmas, ela vem sofrendo com algumas faltas de estrutura, tanto de elétrica como hidráulica, e aí a gestão da escola vem, diversas vezes, notificando a Secretaria de Educação, e essa estrutura não vem sendo regularizada, essas denúncias, então parece, no nosso ver, que a solução que a Secretaria de Educação deu para toda essa falta de estrutura, inclusive falta de pessoal", disse Andressa.
A diretora do Sepe ainda ressaltou para onde eles poderão ser realocados e falou sobre a falta de ônibus, além de ressaltar sobre a integridade física das crianças caso tenham que se arriscar em pegar condução que não pararia em frente a escola.
"A fala inicial é que seria para o CIEP Arnaldo Viana, no Parque Aurora. Porém, essas crianças não tem estrutura para estar indo para lá, porque não há ônibus suficiente que leve essas crianças até lá, deixaria no meio da estrada da Artur Bernardes. Crianças do 6º ano não tem capacidade nenhuma de ir andando dentro de uma via expressa, colocaria a vida deles em risco, não há um ônibus escolar, apesar de ter verba para isso, então seria colocar em risco também até a integridade física das crianças", explica.
Para Willian José Rosa, conhecido como Jhon, e líder comunitário da região, seria triste perder uma escola tradicional na área.
"Nós estamos aqui insatisfeitos com a situação que vem ocorrendo. É muito triste saber que é um colégio tradicional, um colégio que já existe há cerca de 60 anos, e hoje a gente vê que, de fato está próximo de fechar as portas. Então, devido a situação hoje, a gente se sente triste. Porque eu mesmo sou morador da localidade, meus pais estudaram aqui, eu estudei aqui e hoje vê que tá próximo do colégio de fato encerrar as atividades, porque desde o instante que não haverá o sexto ano e inscrição do ano de 2025, é fato que o colégio será fechado", disparou.
"Eles vieram relatar do encaminhamento das crianças e estudarem lá pro centro. Mas não tem condição criança de dez, onze anos, a gente botar lá pro centro, sem ônibus. Estou revoltada, se as matrículas acabarem, a escola também pode acabar", contou uma mãe de aluno que preferiu não se identificar.
A Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, através de nota, informou que vem dialogando com os gestores e comunidade escolar da unidade, que conta com cerca de 60 alunos, para avaliar a melhor estratégia de atendimento para o próximo ano, cujas tratativas ainda seguem acontecendo, de forma democrática e transparente.
"O Departamento de Supervisão Escolar, de Matrícula e o Setor Pedagógico farão nova reunião com os pais e responsáveis nos próximos dias para conversar sobre a dinâmica da escola que é municipalizada e atende, apenas, alunos de 6º ao 9º ano de escolaridade. Os alunos do Carvão são atendidos em outras unidades como Ciep Arnaldo Rosa Viana, Escola Municipal Gonçalo Francisco Nunes e Ciep Francisco Portela. A proposta da Secretaria é sempre a de ofertar as melhores condições de atendimento aos estudantes e profissionais", diz a nota.
Em outro comunicado, que foi divulgado durante à tarde, a Seeduct, afirmou que a unidade escolar não será fechada e passará a atender, em 2025, estudantes do 7º ao 9º ano. "Nenhum aluno da Escola Manoel Simões será prejudicado, pois a unidade já não atendia o 5º ano e, portanto, também não há demanda para continuar atendendo o 6º ano", finalizou. (I.S E R.K)