Santa Casa de Misericórdia de Campos é alvo de operação da Polícia Federal
Rafael Khenaifes 10/10/2024 08:36 - Atualizado em 10/10/2024 13:03
Operação PF
Operação PF / Divulgação
Na manhã desta quinta-feira (10), a Polícia Federal realizou uma operação denominada "Expulsão dos Batavos", com o objetivo de apurar irregularidades na contratação de uma empresa para fornecer insumos médico-hospitalares à Santa Casa de Misericórdia de Campos. A situação teria se iniciado com uma emenda parlamentar enviada para a unidade. 
Na ação de hoje, policiais federais cumpriram seis mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal de Campos dos Goytacazes, nas residências dos quatro investigados e na própria Santa Casa de Misericórdia, no município de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro e em Maricá/RJ (esses últimos locais vinculados ao responsável pela empresa contratada). Quatro dos mandados foram cumpridos em Campos, sendo eles na unidade e nas residências dos três investigados. 
Na ação, foram apreendidos documentos, celulares e automóveis, além de uma arma de fogo encontrada pela equipe policial em Maricá, na casa de um dos investigados, que seria responsável pela empresa contratada pela unidade. O caso está sob investigação na delegacia da PF em Niterói.

De acordo com a investigação, que teve início em agosto de 2024 por requisição do Ministério Público Federal, a contratação da empresa supera o valor de R$ 3 milhões. Além disso, os insumos médico-hospitalares foram adquiridos com valores superfaturados, e boa parte dos materiais comprados sequer chegou a ser entregue à Santa Casa de Misericórdia. Segundo informações apuradas, o superfaturamento é de, aproximadamente, 93% do valor. A compra foi feita no dia 5 de agosto deste ano e o pagamento dois dias depois.

A Justiça também determinou o afastamento dos gestores da instituição, os quais estão proibidos de ingressar no hospital, bem como a quebra dos sigilos bancários e o sequestro de bens dos envolvidos. A Justiça determinou, ainda, que os investigados estão proibidos de manter contato com funcionários da Santa Casa, além de se ausentarem do país. Os investigados poderão responder pelo crime de peculato, além de outros crimes que possam ser revelados no decorrer das investigações.

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