Odor e gosto forte na água de Campos foram causados pela proliferação de algas, diz Águas do Paraíba
Yasmim Lima 25/07/2024 18:02 - Atualizado em 25/07/2024 18:13
Genilson Pessanha
A concessionária Águas do Paraíba, em nota divulgada na tarde desta quinta-feira (25), informou que o gosto e o odor forte na água distribuída para os moradores de Campos foram causados pela proliferação de algas encontradas no rio Paraíba do Sul. A concessionária disse que o período de seca prolongado e a baixa vazão dos rios do Norte Fluminense ocasionaram a proliferação e afetou a qualidade da água bruta em diversos municípios da região, inclusive Campos. Nos últimos dias, moradores de bairros do município reclamaram que a água que saía das torneiras estão com cheiro e odor forte. 
Ainda segundo a nota, a concessionária esclareceu que os efeitos e gostos não apresentam risco a saúde. As águas captadas do rio está em conformidade com os parâmetros da potabilidade. 
"A concessionária esclarece que essas manifestações são temporárias e eventuais efeitos de gosto e/ou odor, que possam ser percebidos por parte da população na água tratada, não apresentam nenhum risco à saúde. Apesar da última análise laboratorial (recebida em 25/07) ter identificado a presença dessas algas cianofíceas na água bruta captada no rio, a água tratada está em conformidade com os parâmetros da Legislação, própria para consumo. Todas as medidas de controle e tratamento estão sendo tomadas para garantir a qualidade da água distribuída. As estações de tratamento de água da concessionária contam com tecnologias avançadas e estão preparadas para tratar com eficiência a água nessas condições. Em anos anteriores, esse evento já ocorreu no município e toda a água tratada fornecida à população sempre esteve dentro dos padrões de potabilidade. A empresa está monitorando ativamente a situação, conforme a orientação do Ministério da Saúde, por meio de sua Portaria GM/MS nº 888", finalizou a nota.
Notificação da Prefeitura 
Nesta quinta-feira, por meio das redes sociais, o prefeito Wladimir Garotinho, informou que a Prefeitura de Campos havia notificado a Águas do Paraíba para que apresente laudos sobre a potabilidade da água no município. Na publicação, o prefeito disse que os laudos devem ser apresentados sob pena de multas diárias.
“As informações iniciais são de que algas estão se multiplicando no leito do Rio Paraíba devido ao longo período sem chuvas e não apresentam riscos, mas queremos os laudos técnicos e precisos, para ter garantia que o nosso povo está em segurança e que não teremos problemas no abastecimento da cidade”, disse o prefeito.
De acordo com a Prefeitura, a concessionária foi notificada na quarta-feira (24) e os laudos apontaram não haver contaminação da água. Nesta quinta, houve uma nova notificação enviada à concessionária.
"Nesta quinta-feira, uma nova notificação foi emitida para a concessionária para saber quais medidas foram adotadas pela empresa para tirar o gosto e cheiro estranhos relatados pelos consumidores e o que será feito para compensar a população pelos dias que não receberam o produto adequado, conforme estabelece o contrato de concessão", disse a nota.
Coleta de amostras 
Pesquisadores do Laboratório de Ciências Ambientais (LCA), da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), colheram amostras do Rio Paraíba do Sul para análise, na quarta-feira (24). O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Primeira Promotoria de Investigação Penal, também acompanhou as coletas e apurou o caso. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea), também enviou uma equipe para a região com o objetivo de realizar coletas e ajudar na investigação. A coleta das amostras da água pelo laboratório da Uenf também foi feita na Estação de Tratamento e em algumas residências do bairro.
No rio Pomba, afluente do Rio Paraíba, foi percebida que a coloração da água estava mais esverdeada e com mau cheiro, além de peixes mortos encontrados em Santo Antônio de Pádua, no Noroeste Fluminense, o que pode ter causado a situação atípica na planície goitacá. A concessionária Águas de Pádua informou, pelas redes sociais, que o odor apontado pelos clientes é proveniente da proliferação de algas no Rio Pomba.
Ainda na quarta-feira, a empresa "Biovep Qualidade Ambiental", que realiza análise de água e efluentes, explicou sobre a "Geosmina", substância química que teria provocado forte cheiro e alteração no sabor da água. Na postagem, a empresa ressalta que a "Geosmina" não causa danos à saúde. A substância seria um composto orgânico produzido por bactéria presente no solo.
 

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