Pais de menina de 9 anos estuprada no Capão são presos em São João da Barra
Os pais da menina de 9 anos que foi estuprada no bairro do Capão, em Campos, foram presos na tarde desta quinta-feira (18), em São João da Barra. A prisão preventiva foi decretada pela Justiça e realizada pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam). O casal foi transferido para a delegacia do Centro de Campos por volta das 17h30, onde foram ouvidos pela delegada titular da Deam, Juliana Buchas, que concedeu uma coletiva de imprensa na noite desta quinta. Moradores do Capão, bairro onde a família mora, soltaram fogos quando souberam da prisão. A criança, segundo informações da delegada, recebeu alta da unidade hospitalar na segunda-feira, e foi encaminhada para um abrigo.
O caso começou a ser investigado no dia 28 de março, uma semana após a criança ter sido internada no Hospital da Unimed por outros motivos, como baixo peso e questões clínicas. O Conselho Tutelar foi acionado após a consulta com a ginecologista, onde foi constatado o rompimento parcial do hímen.
No último sábado (13), moradores do Capão espalharam cartazes pelo bairro pedindo por justiça, após a divulgação da informação de que Deam estava investigando o estupro sofrido pela menina 9 anos moradora do bairro. Indignados com o crime, além de pedir justiça pelo caso, os moradores alertaram sobre o maio laranja, mês de combate ao abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes.
Os pais da menina de 9 anos que foi estuprada no bairro do Capão, em Campos, foram presos na tarde desta quinta-feira (18), em São João da Barra. A prisão preventiva foi decretada pela Justiça e realizada pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam). O casal foi transferido para a delegacia do Centro de Campos por volta das 17h30, onde foram ouvidos pela delegada titular da Deam, Juliana Buchas, que concedeu uma coletiva de imprensa na noite desta quinta. Moradores do Capão, bairro onde a família mora, soltaram fogos quando souberam da prisão. A criança, segundo informações da delegada, recebeu alta da unidade hospitalar na segunda-feira, e foi encaminhada para um abrigo.
Durante coletiva, Juliana Buchas disse que os dois acusados informaram que foram para outro município por medo após as manifestações realizadas por vizinhos do bairro. Ainda segundo a delegada, os dois, tanto o pai quanto a mãe, tiveram conduta ativa na ação do estupro contra a menina. Para além disso, Buchas ressaltou que a menina teve diversas internações nos últimos meses, e que o estado de saúde dela já demonstrava que ela vinha sofrendo maus-tratos, incluindo a maneira em que ela chegou no hospital, sem tomar banho há uma semana e com infestação de piolho.
“Existe um histórico dela de internações recentes. A partir de fevereiro deste ano, foram 12 passagens pelo hospital da Unimed. E muitas delas sem motivo clínico aparente. A mãe relatava que ela vomitava muito. Muito provavelmente por conta do abalo emocional que ela sofreu diante a esses abusos (...) Ela teve uma perda abrupta de peso, de aproximadamente 10 kg, e ela vomitava, não se sentia bem, não conseguia comer. Ela já estava há uma semana sem tomar banho e há um mês sem lavar o cabelo. Ela chegou com o cabelo infestado de piolho e com feridas na cabeça de tanto piolho”, relatou Buchas.
Após receber atendimento de uma médica ginecologista, foi constatado o rompimento do hímen e também lesão no ânus da menina, o que comprovou os abusos. A menina chegou a relatar para essa médica que os pais praticavam os atos. Os laudos foram realizados também no Centro de Atendimento ao Adolescente e à Criança Vítima de Violência Sexual (CAAC), confirmando o que já havia sido constatado pela ginecologista do hospital.
“Foi feito um primeiro laudo pela ginecologista da Unimed. Nesse laudo, ela apontou o rompimento do hímen de aproximadamente 2 cm. E ela anotou também um abaloamento anal, na região períneo da menina. A menina relatou a essa médica que a mãe introduziu o dedo e o pai introduzia, não se sabe o dedo ou a mão, no ânus dela. E ela ficava em posição fetal quando ela fazia isso", contou a delegada.
Ainda de acordo com informações de Juliana Buchas, a menina, que frequentou apenas 3 dias de aulas em duas escolas diferentes neste ano, demonstrava medo em falar quem realizava os abusos e dizia "ele vai me matar". Após algumas conversas, ela falou sobre a participação dos pais. Por medo, antes de falar sobre a participação deles, a menina chegou a falar que foi um colega da escola, ou outras pessoas que moravam com ela, mas só moravam os três na residência, já que a criança é filha única.
Os acusados foram afastados da menina desde o dia 29, um dia depois da Polícia Civil ser acionada. A denúncia contra eles também foi realizada pelo Ministério Público. Buchas informou, ainda, que o pai negou as acusações e se manteve em silêncio, enquanto a mãe tentava passar uma postura de "super proteção" em relação aos maus-tratos, uma posição de "mãe permissiva".
"O pai se manteve em silêncio, estava acompanhado do advogado, e negou todas as acusações. A mãe tentou passar uma postura de muito cuidado com essa menina. Existia até uma sensação, no início da internação dela, no dia 21, que existia um excesso de zelo por parte dos pais. Na verdade isso é uma impressão que os próprios pais tentavam dar a ela, que ela não tomava banho porque ela não queria, a mãe não queria forçá-la a tomar banho. Ela não se alimentava porque ela não queria (...) Parecia que ela era só uma mãe permissiva. Só que depois, com os relatos que a gente foi ouvindo, de escola, que ela era inassídua na escola, em todas as escolas que ela passou (...) Aí a gente começou a perceber que aquilo ali não era verdade. Aquela impressão que ela tentava passar de uma mãe super protetora, na verdade, era pra encobrir o que a menina estava passando dentro de casa”, disse Juliana Buchas.
Veja o momento em que os pais da menina chegam na Deam-Campos:
O caso começou a ser investigado no dia 28 de março, uma semana após a criança ter sido internada no Hospital da Unimed por outros motivos, como baixo peso e questões clínicas. O Conselho Tutelar foi acionado após a consulta com a ginecologista, onde foi constatado o rompimento parcial do hímen.
No último sábado (13), moradores do Capão espalharam cartazes pelo bairro pedindo por justiça, após a divulgação da informação de que Deam estava investigando o estupro sofrido pela menina 9 anos moradora do bairro. Indignados com o crime, além de pedir justiça pelo caso, os moradores alertaram sobre o maio laranja, mês de combate ao abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes.
Fotos: Rodrigo Silveira