Demolição do prédio do antigo Hotel Flávio, em Campos, tem continuidade
15/02/2024 12:49 - Atualizado em 15/02/2024 12:49
  • Prefeitura segue com demolição do Hotel Flávio

    Prefeitura segue com demolição do Hotel Flávio

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O trabalho de demolição do prédio do antigo Hotel Flávio, em Campos, continua nesta quinta-feira (15). Segundo o subsecretário de Obras, José Fernando Guedes, no momento as equipes estão concentradas na avaliação do restante da estrutura do imóvel para definir a melhor forma de concluir a demolição, de forma mecânica ou manual. Nesta quinta, a rua Carlos de Lacerda, que foi bloqueada após o incêndio em 2022, amanheceu sem interdições, mas o subsecretário José Fernandes destacou que a via não foi liberada oficialmente pelo Poder Público, o que irá acontecer apenas após a conclusão dos trabalhos.
O subsecretário de Obras explicou as etapas da demolição. "Essa obra começou na segunda-feira para evitar transtornos à população ao redor e também ao trânsito. Hoje (quinta-feira, 15) estamos fazendo a avaliação do restante que ficou na parte de trás e da lateral, onde tem uma residência que abriga bastante pessoas. E essa parte da obra agora vai ser dividida na parte manual e na parte mecânica. Estamos hoje aqui avaliando como vai ser cada etapa disso. A parte dos fundos vai ser de um jeito, mecanicamente, e a parte lateral de início vai ser manualmente. A gente que evitar o máximo de risco para as pessoas ao redor aqui"", comentou José Fernandes.
 
  • Antropólogo Yann Belmont

    Antropólogo Yann Belmont

  • Graziela Scocard, historiadora

    Graziela Scocard, historiadora

  • José Fernando Guedes, subsecretário de obras

    José Fernando Guedes, subsecretário de obras

 
Sobre a liberação da rua Carlos de Lacerda, ele disse que há previsão para daqui a 15 dias. "A rua só vai ser liberada assim que concluir a parte de limpeza do terreno, que é previsto para daqui a 10 dias úteis ou 15 dias corridos. A rua ainda não foi liberada por parte da Prefeitura e só será assim que terminar o serviço", pontuou.
Segundo a Prefeitura, a demolição foi necessária porque o prédio apresentava riscos iminentes de queda.
A movimentação no local e a liberação irregular da via chamou a atenção de pessoas que passavam pelo trecho. Muitos são a favor da demolição do hotel, como disse a aposentada Lídia Bueno, de 62 anos. "Eles demoraram para demolir, porque o risco era grande, até mesmo porque as pessoas continuam passando, trabalhando por aqui", comentou.
Já para outros, a demolição foi uma perda para a cidade, como explicou o antropólogo e bolsista de apoio de ensino de antropologia na Universidade Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), Yann Belmont.
— Cheguei na cidade recentemente e fiquei muito surpreso com a notícia. Há que se pensar em uma política mais robusta, principalmente de preservação desses bens imóveis. E, acima de tudo, também uma política de valorização das ruínas, acredito eu. Aqui pelo que eu percebi é bem específico, então tem o poder público derrubando, numa justificativa que é para garantir a segurança, mas acredito que há outros modos também que poderiam fazer a contenção desse prédio que não necessariamente derrubá-lo. Acredito que ações muito, digamos, pouco onerosas e mais simples de preservação desses equipamentos poderiam existir, e infelizmente não existem.  Ações concretas para que não fique nessa sensação de perda — disse o antropólogo. 
A historiadora e diretora do Museu Histórico de Campos, Graziela Escocard, também esteve no local e falou sobre a demolição do hotel. "É uma tragédia. eu enquanto historiadora, está presenciando um fato desse, de um prédio que tem tamanha história. Por mais que conte a história da aristocracia, mas conta também um fato cultural da nossa cidade, que é importante. Seria muito importante ter esse prédio restaurado e dar uso à ele. Quem sabe Campos poderia ter até uma galeria de arte. Então é mais um prédio histórico que foi ao chão. Infelizmente na nossa cidade, a palavra tombamento é sinônimo de ir ao chão, infelizmente", disse.
A historiadora frisou que acredita que isso parte de uma falta de consciência da população, " que desconhece e não cobra a questão do patrimônio histórico, que não é passado em sala de aula e isso me preocupa no que diz respeito as futuras gerações. Será que eles vão preservar o que ainda resta na nossa cidade?", questionou. 
Por meio de nota, a Prefeitura de Campos informou que prossegue nesta quinta-feira (15) com a demolição do prédio do antigo Hotel Flávio e que o prédio ficou abandonado por vários anos pelos proprietários.

"Na segunda-feira (13) foram iniciadas as obras de demolição do prédio. Inicialmente, uma máquina fez a demolição das paredes do vão livre vizinho ao estacionamento e parte da parede frontal do segundo e terceiro piso. No momento, homens acompanhados por técnicos da Secretaria de Obras e Infraestrutura, coordenados pelo subsecretário da pasta, José Fernando Guedes, fazem a demolição manualmente dos blocos, uma vez que são paredes germinadas com prédios vizinhos. O acesso do pessoal está sendo feito pela Avenida 7 de Setembro, com homens e ferramentas manuais para que evite danos aos prédios vizinhos" informou o município.
Incêndio - Na madrugada de 19 de novembro de 2022, um incêndio de grandes proporções atingiu o prédio. O fogo se espalhou rapidamente tomando os três andares do edifício e destruindo quase que completamente a estrutura do imóvel que é tombado pelo patrimônio histórico. Enquanto nada se resolvia, trecho da rua Carlos de Lacerda, bem no centro histórico e comercial, seguia interditado.

O prédio desativado foi tombado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Arquitetônico Municipal (Coppam) em 2013. Em abril do ano passado, houve uma tratativa do Coppam com herdeiros. O escoramento da fachada ficou marcado para acontecer em novembro também de 2023, mas nada foi feito.
 

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