"Esse monstro acabou com a minha família", diz mãe de grávida morta em março deste ano, em Campos
“Não tem um dia na minha vida que acordo e não penso na minha filha”. Chorando, esse foi um dos relatos de Cintia Peixoto, mãe de Letycia Peixoto, gestante assassinada a tiros em março deste ano, em Campos. Cintia presenciou o assassinato da filha e foi baleada ao tentar segurar os atiradores. O advogado da família, Márcio Rangel Marques, informou que recentemente foram realizadas algumas diligências referentes ao caso.
Para a mãe de Letycia, Diogo, que dormiu na casa dela no dia do crime, é considerado um homem frio.
No dia do crime, Letycia estava no carro da empresa em que trabalha conversando com sua mãe, que estava do lado de fora do veículo, na rua Simeão Scheremeth, próximo à Arthur Bernardes, quando, por volta das 21h, as duas foram surpreendidas por dois homens em uma moto, que pararam ao lado do automóvel. O carona disparou diversos tiros na direção da gestante, que foi atingida na face, no ombro, na mão esquerda e no tórax. A mãe de Letycia, por instinto, chegou a correr em direção aos criminosos, momento em que foi atingida na perna esquerda. Câmeras de segurança flagraram o momento do assassinato.
“Não tem um dia na minha vida que acordo e não penso na minha filha”. Chorando, esse foi um dos relatos de Cintia Peixoto, mãe de Letycia Peixoto, gestante assassinada a tiros em março deste ano, em Campos. Cintia presenciou o assassinato da filha e foi baleada ao tentar segurar os atiradores. O advogado da família, Márcio Rangel Marques, informou que recentemente foram realizadas algumas diligências referentes ao caso.
— O luto da gente vai ser eterno — disse Cintia, emocionada. — Não ter a minha filha mais aqui é muito dolorido. Para uma mãe, perder um filho da forma que eu perdi a minha filha, eu falo que não quero essa dor para mãe nenhuma e para ninguém, porque não tem um dia na minha vida que eu acordo e não penso na minha filha — destacou.
Nove meses após o crime, Cintia fala como foi passar o primeiro Natal sem Letycia.
— A minha filha adorava o Natal, porque desde pequena ela foi acostumada a passar com a família. Esse Natal, eu tive que visitar a minha filha no cemitério. Sabe o que é isso? Chegar e ver um túmulo e visitar seu filho no dia de Natal? Esse monstro acabou com a minha família — relatou.
Preso, mas ainda sem ser julgado, o ex-companheiro da vítima, Diogo Viola Nadai, é acusado de ser o mandante do crime. Casado, ele vivia um relacionamento extraconjugal com Letycia. A pressão da vida dupla, segundo a acusação, motivou Diogo a encomendar, por R$ 5 mil reais, a morte da gestante e do seu filho em gestação. Além de Diogo, outros três homens estão presos, acusados de participação no crime. Eles são: o atirador, o homem que pilotava a moto e o intermediário entre o mandante e os executores.
Para a mãe de Letycia, Diogo, que dormiu na casa dela no dia do crime, é considerado um homem frio.
— A frieza daquele monstro, porque a gente não pode chamar de ser humano... Uma mente perversa e cruel dentro da minha casa no mesmo dia que minha filha foi executada. Ele colocava a mão na barriga, sentia o filho mexer e falava: “meu filho Hugo”. Meu desejo hoje é que a justiça seja feita para todos eles. Todos eles planejaram e executaram. O que me faz estar de pé é a esperança que a justiça seja feita — afirmou Cintia.
De acordo com o advogado da família de Letycia e Hugo, a instrução criminal foi encerrada após a última audiência de primeira fase, realizada no dia 12 de julho, quando foram feitas as oitivas de testemunhas. Os réus optaram pelo direito constitucional ao silêncio.
Ainda segundo o advogado, posteriormente, algumas diligências foram realizadas, como a quebra de sigilo bancário de Gabriel Machado Leite (o intermediador), a juntada do laudo pericial de um dos telefones do Diogo (o mandante), entre outras medidas.
Márcio Rangel Marques informou que o Ministério Público e a Assistência de Acusação já apresentaram a última petição de acusação por escrito da primeira fase. As defesas de um dos executores (Fabiano Conceição) e do intermediador (Gabriel Machado) já apresentaram a última petição por escrito. Já a defesa do segundo executor (Dayson dos Santos) apresentou, nessa sexta-feira (29), a última petição da primeira fase.
No dia do crime, Letycia estava no carro da empresa em que trabalha conversando com sua mãe, que estava do lado de fora do veículo, na rua Simeão Scheremeth, próximo à Arthur Bernardes, quando, por volta das 21h, as duas foram surpreendidas por dois homens em uma moto, que pararam ao lado do automóvel. O carona disparou diversos tiros na direção da gestante, que foi atingida na face, no ombro, na mão esquerda e no tórax. A mãe de Letycia, por instinto, chegou a correr em direção aos criminosos, momento em que foi atingida na perna esquerda. Câmeras de segurança flagraram o momento do assassinato.
Também no momento do crime, Letycia deixava a tia-avó Simone Peixoto, de 50 anos, em casa, após um passeio de carro que fazia sempre com ela para acalmá-la. No banco do carona, Simone, que tem Síndrome de Down, ficou coberta de sangue e a família diz que ela chora o tempo inteiro. Segundo o tio de Letycia, eles chegaram a pensar que a Simone havia sido baleada, mas se tratava de grande quantidade de sangue de Letycia após ser atingida.
As duas foram socorridas pelo tio da gestante e levadas para o Hospital Ferreira Machado (HFM), onde Letycia morreu logo após dar entrada. Uma cesariana de emergência foi realizada e o bebê transferido para a UTI neonatal da Beneficência Portuguesa, mas ele não resistiu e morreu horas depois. Já a mãe da gestante foi atendida, fez exames e recebeu alta.