Principal linha de investigação é que traficantes executaram médicos na Barra por engano
05/10/2023 17:42 - Atualizado em 05/10/2023 17:50
Marcos Corsato, Diego Bomfim e Perseu Almeida foram mortos
Marcos Corsato, Diego Bomfim e Perseu Almeida foram mortos / Reprodução
A principal linha de investigação do ataque a tiros na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, é que os quatro médicos foram baleados por engano – três morreram e um está hospitalizado.

A informação sobre as investigações é do G1. De acordo com uma publicação do portal, essa linha foi revelada pela TV Globo com fontes nas polícias. Uma hipótese é a de que traficantes tinha como alvo um miliciano da região de Jacarepaguá que se parece com uma das vítimas, o médico Perseu Ribeiro Almeida. É Perseu que aparece com a camisa do Bahia na última foto tirada pelo grupo de colegas. O médico morreu na hora.

Entre os mortos na execução está o ortopedista Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada Sâmia Bomfim.
Devido à proximidade com a parlamentar, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal acompanhe a investigação. Dino, no entanto, diz que não vê motivos para federalizar o caso.
Médicos foram mortos em quiosque
Médicos foram mortos em quiosque / Reprodução rede social



Quem seria o alvo?
Segundo a principal linha de investigação da polícia, o verdadeiro alvo da execução seria Taillon de Alcântara Pereira Barbosa. Ele é filho de Dalmir Pereira Barbosa, apontado como um dos principais chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste. Segundo apurou a TV Globo, o miliciano mora perto do quiosque onde ocorreu o crime.
A polícia investiga se uma pessoa viu o grupo sentado e informou aos assassinos. Na imagem da câmera de segurança, é possível ver um dos atiradores voltando para conferir o Perseu, já baleado. Outras linhas de investigação, no entanto, ainda não estão descartadas.

Os investigadores também acreditam que o crime não teve um planejamento prévio, e que os criminosos receberam uma informação dando a localização da suposta vítima, e decidiram partir para a empreitada na mesma hora. Isso explicaria, segundo fontes ouvidas pela TV Globo, um dos assassinos estar vestindo bermuda, traje incomum em casos de execuções feitas com planejamento. Os outros criminosos estavam com camisas e calças escuras, mas não cobriram os rostos.
O Departamento de Homicídios da Polícia Civil mobilizou equipes para a investigação. Um dos objetivos é refazer o trajeto do veículo usado no crime.
A Polícia Civil do RJ acredita que houve uma execução, já que nada foi levado, e os criminosos chegaram atirando. Testemunhas contaram ainda que os bandidos nada falaram.
O vídeo mostra que, assim que o veículo encosta na pista ao lado da ciclovia, os criminosos descem, correm na direção das vítimas e efetuam pelo menos 33 disparos. De acordo com a câmera de segurança, o crime aconteceu à 0h59.

Polícia do Rio concentra esforços para identificar envolvidos
O governador Cláudio Castro determinou, nesta quinta-feira (05/10), que a Polícia Civil utilize todos os recursos necessários para a elucidação dos homicídios de três médicos na Barra da Tijuca. O secretário de Estado de Polícia Civil, delegado José Renato Torres, fez um pronunciamento pela manhã, reforçando a integração entre órgãos das diferentes esferas governamentais para a conclusão do caso. O secretário estava na Região do Médio Paraíba do estado em compromissos do Governo Presente com o governador, e retornou à capital para acompanhar o processo de investigação de perto.
Pronunciamento sobre o caso
Pronunciamento sobre o caso / Foto: Rafael Wallace


- É um crime bárbaro. Determinei ao secretário José Renato Torres que empregue todos os recursos necessários à investigação. A Polícia Civil do Rio de Janeiro possui tecnologia e expertise necessárias para elucidar o crime e vamos fazer um trabalho integrado. Entrei em contato com o ministro Flávio Dino, que colocou a Polícia Federal à disposição das investigações - afirmou o governador ao se solidarizar com as famílias das vítimas.

Durante o pronunciamento, na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o secretário da Polícia Civil reforçou que os assassinos não ficarão impunes.

- Todo o aparato da Polícia Civil está à disposição da Delegacia de Homicídios da Capital para a elucidação destes crimes. Que a população do estado e os nossos turistas acreditem nas forças policiais do Rio de Janeiro. Tenho certeza que a autoria dos assassinatos será esclarecida diante do nosso trabalho - disse José Renato.

O secretário de estado de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Pires; o diretor do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), delegado Henrique Damasceno; além de representantes do delegado regional executivo da Polícia Federal do Rio, João Paulo Garrido, e a promotora Adriana Lucas, do Ministério Público Estadual, estiveram presentes durante o pronunciamento à imprensa. Como parte do trabalho integrado, a Polícia Civil de São Paulo também contribui com informações.

Desde a madrugada, a DHC realiza diligências para apurar a autoria e a motivação dos homicídios. A perícia foi realizada no local, testemunhas estão sendo ouvidas e imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas.
Fontes: G1 e Ascom do Governo do RJ

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