Homem que foi espancado por suspeita de abusar da filha é preso pela Deam
Catarine Barreto 21/09/2023 08:27 - Atualizado em 21/09/2023 10:20
Homem foi preso nesta quinta
Homem foi preso nesta quinta / Divulgação - Deam
Policiais da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) em Campos prenderam um homem, no início da manhã desta quinta-feira (21), por suspeita de abusar sexualmente da própria filha de 9 anos, em Campo Novo. No último domingo (17), ele havia sido agredido por conta do crime e foi levado para a Deam, mas foi liberado por não haver mais flagrante. Em coletiva, a delegada titular da Deam, Madeleine Dykeman, alertou para o aumento de casos de abuso sexual contra menores.
Ainda de acordo com Madeleine, o mandado de prisão contra o suspeito foi expedido na noite dessa quarta-feira (20). Ele não resistiu à prisão.
No último domingo, a Polícia Militar foi acionada para verificar uma agressão. No endereço, os militares foram informados que o homem teria sido agredido a pauladas por populares depois de supostamente ter abusado sexualmente da filha, que não teve a idade informada.

Ainda de acordo com o registro passado pela PM, o homem teria confessado o abuso e disse que queria se entregar para a Polícia.
O suspeito foi levado para o Hospital Ferreira Machado (HFM), devido aos ferimentos. Logo em seguida, o homem foi encaminhado para a Deam, que, na ocasião, informou que por não haver flagrante e nem um mandado de prisão em aberto, ele foi ouvido e liberado.
Delegada da Deam Campos, Madeleine Dykeman
Delegada da Deam Campos, Madeleine Dykeman / Catarine Barreto
 
Em entrevista coletiva nesta quinta, a delegada Madeleine Dykeman comentou sobre o crime e destacou que casos como esse têm aumentado na cidade.

— Infelizmente os casos têm aumentado e têm nos assombrado, principalmente se dando entre pais e filhas que é o caso dessa prisão de hoje (quinta, 21). A mãe esteve aqui na sexta-feira (15), noticiando que ela foi acionada pela diretora da escola municipal da criança, de 9 anos, após a vítima contar para uma coleguinha que o pai tirava a roupa dela e pedia para ela sentar em cima dele. Sabendo disso, a diretora acionou a mãe, que ficou horrorizada. Ao questionar a filha, a criança confirmou que de fato o pai abusava dela — contou a delegada.

Durante o depoimento, segundo a delegada, a mãe contou que ela e o pai da menina, de 38 anos, estão separados desde dezembro de 2022 e que a filha ficava com ele durante o dia enquanto a mãe trabalhava como diarista. O pai é auxiliar de operações do Porto do Açu.

— De acordo com que a filha relatou para ela, a menina deitava na mesma cama que o pai, que tirava a roupa dela e pedia para ela sentar em cima dele. Às vezes ele ficava em cima dela, mas não houve penetração porque a vítima chorava muito e não houve o rompimento do hímen. Felizmente ela é virgem — explicou Madeleine.

Em sede policial, a criança teria confirmado os abusos e foi submetida ao exame de corpo de delito. O casal tem quatro filhos juntos, sendo dois meninos de 8 e 15 anos e duas meninas, de 13 e 9 anos. "O procedimento estava em apuração quando se foi noticiado que o homem havia sido espancado por populares em Campo Novo. Ele se apresentou no DPO da localidade e foi conduzido para a delegacia, onde confessou o crime. Em seu depoimento, ele contou que depois da separação, passou a se sentir deprimido e se sentir atraído pela menina, confirmando todos os relatos da filha", comentou a delegada.

Na ocasião, ele não foi preso porque não havia uma situação de flagrante. "Então pedimos imediatamente a prisão que foi expedida na noite dessa quarta, e na manhã de hoje, os policiais aqui da Deam foram até a residência dele onde foi preso”, disse Madeleine.

A delegada enfatizou a importância de notar sinais dados pelos filhos que sofrem de abuso sexual, como automutilação, tristeza e isolamento, por exemplo. Madeleine parabenizou a escola por ajudar neste caso. "Chama atenção, mais uma vez, a proatividade dessa mãe, que não hesitou ao saber dos fatos e procurou a delegacia. Neste caso, ela contou que a filha estava triste, então fiquem atenta os sinais. Ela não contou para a mãe porque tinha vergonha. Parabenizar também a escola que imediatamente acionou a mãe", concluiu.

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