Despedida de um craque: Adílio, herói de conquistas históricas, morre aos 68 anos
Maria Laura Gomes 05/08/2024 15:37 - Atualizado em 05/08/2024 18:56
Foto: Paulo Reis
Nesta segunda-feira (5), o ex-jogador de futebol Adílio faleceu aos 68 anos devido a um câncer de pâncreas. O ídolo do Flamengo estava em tratamento desde abril de 2024 e foi internado no dia 2 de agosto em um hospital na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A notícia foi confirmada pelo próprio clube carioca através das redes sociais, que também prestou uma homenagem ao lendário camisa oito. O ex-jogador deixa a esposa Sônia e os filhos Soni Adílio, Adílio Junior e Bruna, sendo que os dois últimos são frutos do seu primeiro casamento.

Adílio jogou pelo Flamengo entre 1975 e 1987, acumulando 377 vitórias e 129 gols em 617 partidas. Ele ocupa o terceiro lugar na lista de jogadores com mais jogos pelo clube e é amplamente considerado um dos maiores ídolos da história do Rubro-Negro. Com a camisa rubro-negra, Adílio conquistou a primeira Libertadores e o Mundial do clube, além de quatro campeonatos brasileiros.
O jornalista e poeta Aluysio Abreu Barbosa, diretor da redação da Folha da Manhã, expressou seus sentimentos: "Dia contraditório em emoções. Sobretudo aos rubro-negros. Pouco depois da atleta do Flamengo Rebeca Andrade conquistar o ouro em Paris na apresentação solo da ginástica, e se tornar a (o) maior medalhista da história do Brasil nas Olimpíadas, partiu o grande Adílio, aos 68 anos. Vítima de câncer no pâncreas, foi uma lenda do Flamengo e do futebol brasileiro. Na Seleção Brasileira, Adílio teve o azar de jogar na mesma época de Sócrates. Mas, diferente deste, foi campeão do mundo. Condição que, no futebol de clubes, concedeu a uma geração de flamenguistas ainda crianças, nascidos só após o Tri do Brasil em 1970 e que só veriam o Tetra em 1994 já adultos. Adílio foi um dos heróis da minha infância. Sempre será", concluiu Aluysio.

Várias personalidades do mundo do futebol expressaram suas condolências e prestaram homenagens a Adílio. O jornalista Antunis Clayton comentou sobre a genialidade do jogador: "Um jogador genial, que só não teve protagonismo na Seleção Brasileira por ter atuado numa geração fantástica do futebol brasileiro, nas décadas de 70, 80 e 90. Fez parte de um dos maiores times do futebol brasileiro", disse Antunis. 

Arnaldo Garcia, colunista e radialista, destacou a habilidade e criatividade de Adílio: "A morte de Adílio, do famoso meio-campo com Andrade e Zico, é a perda de parte do futebol arte com resultados efetivos. Habilidoso e criativo, foi um dos grandes jogadores de sua época. As conquistas de Adílio pelo super time do Flamengo falam por si só. Foram três campeonatos brasileiros, uma Libertadores e um Mundial. Adílio era excelente dentro e fora de campo, não à toa sua longevidade atuando pelo clube. A vida é cíclica, mas o feito dos grandes talentos sempre será lembrado. A arte de Adílio é imortal", finalizou Arnaldo. 

Matheus Berriel, jornalista e blogueiro do Folha1, expressou seu pesar pessoal e como torcedor do Flamengo: "O fato de ser apaixonado por futebol já seria suficiente para eu estar triste com a partida do Adílio. Mas, lamento essa notícia especialmente enquanto um torcedor do Flamengo que cresceu imaginando como era craque o nosso camisa 8 de 1981, autor do segundo gol no título mundial sobre o Liverpool. Feliz do clube que tem um Adílio para imortalizar em sua galeria de craques. Muito obrigado, ídolo". 

Luiz Costa, jornalista e botafoguense, relembrou a elegância de Adílio: "Adílio era o retrato da elegância, dentro e fora de campo. Marcou época no Flamengo, nos anos 80, e virou referência numa equipe vitoriosa, formando um meio-campo inesquecível ao lado de Andrade e Zico. Adílio era o tipo de jogador que, além do apoio da torcida rubro-negra, recebia carinho e admiração dos apreciadores do bom futebol, independente da paixão clubística".

Wesley Machado, escritor e compositor, compartilhou uma memória marcante: "Eu admirava o Adílio. Era um craque. Uma vez, em um dos tradicionais Jogos das Estrelas do Zico, vi pela televisão Adílio dar um drible de corpo em um adversário dando um giro rápido de 360 graus sem sair do lugar e sem tocar na bola. Coisa de gênio". 
O jornalista Paulo Renato também lamentou o falecimento de Adílio: "Naquele time de grandes craques como o Flamengo de 1981, ninguém mais que Adílio representou a escola brasileira de jogar futebol, onde a picardia, o drible, a inteligência privilegiada na armação das jogadas, tudo ali quase sempre passava pelos pés de Adílio. Tenho certeza que muito do que o Zico e o Flamengo representaram para a torcida rubro-negra, teve em Adílio uma presença decisiva naqueles anos de glórias eternas do Mãos Querido, que culminou com a conquista do Mundial Interclubes em 1981. Como jornalista esportivo que fui torcedor do Flamengo, lamento essa grande perda que hoje deixa enlutada a nação rubro-negra", finalizou Paulo.
 

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