Morre Washington Olivetto, gênio da publicidade brasileira, aos 73 anos
Não faltam atributos para tentar dimensionar a importância de Washington Olivetto para a propaganda brasileira e mundial. Dono de campanhas que fazem parte do imaginário do brasileiro, ele foi um dos precursores dos comerciais de oportunidade no país, ainda nos anos 1970. Fundador de uma das agências mais premiadas de todos os tempos, a W/Brasil, imortalizada na canção de Jorge Ben Jor, Olivetto possui mais de 50 Leões do prestigiado Festival de Publicidade de Cannes, conquistados ao longo de cinco décadas de carreira. Olivetto morreu neste domingo (13), aos 73 anos, no Rio de Janeiro.
Olivetto era colunista do GLOBO, e escreveu até ser internado, há quatro meses. Na televisão, foram várias as campanhas célebres. Quem não se lembra do "Garoto Bombril", criado em 1978, personagem, interpretado por Carlos Moreno. Ou, então, do comercial "O primeiro sutiã a gente nunca esquece", de 1987, criado para a marca Valisére. Com sua sensibilidade para entender os anseios da sociedade, Olivetto ajudou a criar bordões que hoje fazem parte da cultura popular brasileira, como "Mãe é Mãe", de 1989, desenvolvido para o banco Bamerindus.
Olivetto, que nasceu em 29 de setembro de 1951, iniciou sua carreira em 1969, aos 18 anos, como redator. Em 1970, migrou para a DPZ, uma das agências mais importantes para a história da propaganda no país. Foi lá que ganhou o primeiro Leão de Ouro da publicidade nacional em Cannes, abordando um tema ainda relevante nos dias de hoje: o etarismo.
Em uma de suas entrevistas, Olivetto lembrou o processo de criação da campanha "Homem com mais de quarenta anos", junto com o publicitário Francesc Petit, diretor de criação da DPZ, que ganhou o primeiro Leão de Ouro (prêmio mais conceituado da publicidade) do Brasil. A campanha foi criada para o Conselho Nacional de Propaganda:
"No início dos anos 1970, a maior parte dos anúncios classificados, requisitando ou recrutando profissionais, tinha uma frase em comum: 'Empresa de tecnologia procura engenheiro experiente, idade máxima: 40 anos'. E, para combater esse tipo de preconceito, nasceu a campanha, lançada em pleno 1º de maio, Dia do Trabalho".
Olivetto deixa a mulher Patrícia Olivetto e três filhos, Homero, Theo e Antônia.
Com informações de O Globo