Segundo voo diário de Campos a Campinas é retirado do Bartolomeu Lisandro
Ingrid Silva 22/07/2024 16:24 - Atualizado em 24/07/2024 15:23
Aeroporto Bartolomeu Lisandro
Aeroporto Bartolomeu Lisandro / Foto: Genilson Pessanha

Depois do cancelamento do voo de Campos para o Aeroporto Santo Santos Dumont, no Rio de Janeiro, desde outubro de 2023, através do Aeroporto Bartolomeu Lisandro, o segundo voo diário que liga Campos a Campinas, em São Paulo, foi retirado do site da Azul sem justificativa. O único voo disponível no momento de Campos rumo ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas, é o das 11h25, chegando às 13h15. 

A informação foi divulgada pelo subsecretário de Turismo de Campos, empresário e ex-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Campos, Edvar Junior. Além da retirada dos voos, Edvar informou que dois funcionários foram realocados para outros aeroportos mesmo com demandas de passageiros no município, o que desestabiliza também a economia, segundo ele.

“A gente já perdeu o voo Campos-Rio, agora perdemos o Campos – Campinas, que conseguimos lutar e foi muito anunciado, divulgado e, agora, foi retirado do site da empresa o segundo voo (...) Precisamos manter o ciclo virtuoso de desenvolvimento sustentável de Campos promovido pelo prefeito Wladimir Garotinho, que atinge diretamente toda a cadeia produtiva, comercial, agropecuária, de prestação de serviços, turismo e logística”, disse Edvar.

Edvar ainda informou que foi enviado um ofício, no dia 8 de fevereiro, solicitando uma reunião para debater a ampliação do Aeroporto Bartolomeu Lisandro. O documento, que apresenta a situação do cancelamento do voo e outras reivindicações, foi direcionado ao ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e ao ministro de Turismo, Celso Sabino.
Outras reivindicações presentes no ofício são sobre a ampliação da Pista do Aeroporto Bartolomeu Lisandro (CAW) de 1.500 para 2.000 metros, sem a interrupção no seu funcionamento, possibilitando a operação de aviões de grande porte de forma mais segura, melhorias no piso asfáltico do aeroporto, que hoje recebe a classificação 29, com elevação para a classificação 33 e a concessão de incentivos como a redução do ICMS do querosene de aviação.

De acordo com Edvar, quem está com a concessão do aeroporto, que é a Infra Operações Aeroportuárias, é uma empresa que, segundo ele, não tem experiência com aviação, o que prejudica a situação.

“Outro grande erro que nós temos aqui na nossa cidade é a concessão que foi feita para uma empresa que não tem uma experiência com aviação. A empresa aqui era uma construtora e se tornou agora uma empresa que tem a concessão do nosso aeroporto, uma concessão de 30 anos. Isso também prejudica muito, porque você pega os aeroportos de Congonhas, Jacarepaguá, Santos Dumont, têm a Aena, têm a Azuri, que são empresas que têm especialização. Esses são empresas especializadas em administrar aeroportos. E o daqui foi uma concessão, com certeza, muito mal feita”, disse.

Ainda segundo o empresário, a suspensão dos voos para a capital do Estado do RJ e a não confirmação do segundo voo Campos – Campinas pode acarretar em graves prejuízos econômicos e sociais, além de fragilizar a manutenção de milhares de empregos principalmente no Porto do Açu e a geração de novos negócios e novos postos de trabalho. “A Prefeitura de São João da Barra e a Gás Natural Açu (GNA) estão apoiando as reivindicações e buscando melhorar a situação em que o aeroporto se encontra”, finalizou.
Em nota, a concessionária Infra Operações, que adminstra o aeroporto, informou que "por uma decisão da Azul Linhas Aéreas, a segunda frequência diária de Campos para Campinas foi suspensa desde maio deste ano. Toda a programação de voos é de responsabilidade da companhia aérea que opera as rotas de acordo com a demanda de passageiros e disponibilidade de aeronaves. O Aeroporto Bartolomeu Lisandro está totalmente apto a receber novas demandas e, em parceria com as autoridades municipais, trabalha incessantemente na prospecção para atrair mais voos para Campos. A concessionária Infra Operações Aeroportuárias é uma empresa especializada que vem investindo constantemente no aeroporto e no heliporto de Campos para oferecer o melhor serviço aeroportuário para a região".
Na tarde desta terça-feira (23), a Azul enviou respostas à Folha sobre a retirada do segundo voo. Por meio de nota a companhia disse que como parte de um processo normal de ajuste de capacidade à demanda, desde maio opera com um voo diário entre Campos de Goytacazes (RJ) e Campinas (SP), seu principal hub, de onde é possível conectar para outros 66 destinos. "A Azul, como empresa competitiva, está sempre atenta ao mercado e avalia constantemente as possibilidades de negócios e alterações em sua malha", finalizou. 

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