Após tragédia no RS, supermercados racionam alimentos em Campos
Após tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul, foi impactada, também, a economia da cidade de Campos. A informação foi confirmada pelo Grupo Barcelos na manhã desta quinta-feira (9). Pelo menos o arroz já está escasso na cidade, tendo um limite de 3 unidades por cliente até o momento. Outros supermercados nos municípios do estado do Rio de Janeiro e capitais diversas também estão sendo prejudicadas, já que a região Sul é uma das maiores produtoras do alimento.
O economista Alcimar Ribeiro explicou os impactos na economia campista devido o Rio Grande do Sul viver uma situação de calamidade pública em meio ao caos das fortes chuvas que atingiram a região.
"A tragédia sobre o Rio Grande do Sul, ainda em andamento, já traz indicações de impactos negativos para todo o país e a nossa cidade de Campos dos Goytacazes e entorno não está isenta. O Sul é responsável por 70% da produção de arroz do país, além de ter importância significativa na produção de leite e derivados, de milho, soja e carnes. Estas culturas fazem parte do prato diário das pessoas, enquanto a soja e o milho compõem a ração de animais. Se somarmos a redução efetiva da oferta desses produtos e o desmonte da infraestrutura de escoamento dos mesmos para todo o Brasil, o impacto na inflação, ainda difícil de medir, será muito importante. Devemos considerar ainda os custos de construção de todo esta infraestrutura destruída afetará de sobre maneira as finanças de todos os munícipios do país. Devemos nos preparar para o desabastecimento e alta de preços em nossa cidade", enfatizou o economista.
Diversos clientes já estão em busca do arroz em supermercados da região para manter um estoque e a falta é registrada em prateleiras, assim como o aumento nos preços devido a dificuldade de conseguir fornecimento até o momento. Algumas marcas já sentem mais o impacto, enquanto outras, sobram como última opção para os moradores do município.
“Estou preocupada sim porque a gente não sabe como vai ser, a gente não sabe o que está por vir. No entanto, eu vim até comprar, mas já não tem mais as marcas que a gente tem costume. Eu espero que a gente não seja afetado tão grave por isso”, disse Germana Silva.
Já a professora Denise Pinheiro chegou a fazer um pequeno estoque em casa, adquirindo o arroz no limite estipulado, de três unidades, mas segue preocupada, principalmente, com os restaurantes e quem trabalha fazendo comida para se manter.
"Comprei ontem à noite, antes de fechar, fiz um pequeno estoque em casa, mas tem a questão também do trigo (...) Eu fico pensando também na questão dos restaurantes, quem vende quentinha, porque vai ficar complicado principalmente pra eles. Acho que vai afetar muito aí. Então, realmente, assim, hoje se nós pararmos pra pensar como a gente depende realmente do Rio Grande do Sul, a questão do trigo, do arroz, da batata, da uva, da mandioca, tudo vem de lá. A gente não sabe se vai ter falta de farinha realmente, que eu acredito que sim, então, eu já vou comprar farinha pra poder aprender a fazer pão em casa", conta.
Outros mercados ao redor de bairros em Campos também aumentaram seus preços devido ao valor que os fornecedores estão cobrando por conta de toda a situação, chegando até mesmo a R$ 65 um saco de 5 kg de arroz, de marca específica.
"Toda vez que acontece alguma coisa, alguém leva a culpa. Mas avisou que há uma terra lá, que a plantação de arroz é adoidado pra lá. Vai ter que subir frete, tudo, e não vai ter quase nada. A preocupação está muito grande, muito grande pra todos né? Hoje cheguei aqui, sumiu o arroz. Entendeu? Aí o que vai dar? (...) Eu me preocupo mais com os outros, que não tem uma condição. E isso dói. Isso machuca a família de num sei quantos filhos. E já não tá barato com esse aumento. Aí vai pra 50 e tantos reais um pacote”, desabafou Ricardo Peixoto, que também estava realizando as compras para o mês.
O nutricionista José Selem Abud Filho falou sobre a importância do arroz na dieta.
"Por ser a região Sul a maior produtora de arroz do Brasil, com essa tragédia ambiental, o país será obrigado a importar o arroz, que por consequência final, tenderá a subir o preço nas prateleiras dos supermercados, atingindo a população (...) É um alimento base na mesa do povo brasileiro, juntamente com o feijão. Possui grande valor nutricional, por ser fonte de carboidratos, incluindo as fibras, além de ser uma importante fonte de vitaminas e minerais", ressaltou.
De acordo com a assessoria do Grupo Barcelos, o Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil e as informações até o momento é que alguns produtores perderam a produção. “Os que não estão nas áreas de alagamento não conseguem transportar porque as estradas não têm passagem. Então, as mercadorias que a gente tem em casa a gente consegue vender. Mas hoje a situação que a gente tem é que a gente não consegue nem comprar”, disse a comunicação da empresa.
Sobre os preços, a assessoria do Grupo Barcelos informou que, quando conseguiram adquirir o produto, já estava em um preço acima do normal no mercado. “Então a gente não tem nem preço porque não tem fornecedor para fornecer a mercadoria para a gente. E aí até anteontem a gente conseguiu e o preço já estava bem acima do mercado. Para comprar já está muito mais caro do que o preço de mercado que a gente está vendendo hoje na loja. E a gente comprou ainda uma carga. Mas, de ontem para cá, a gente já não consegue nem mais comprar, porque eles não têm previsão de entrega, porque até que a situação por lá se normalize a produção não consegue sair do estado”, finaliza. (I.S.) (R.K.)
Sobre os preços, a assessoria do Grupo Barcelos informou que, quando conseguiram adquirir o produto, já estava em um preço acima do normal no mercado. “Então a gente não tem nem preço porque não tem fornecedor para fornecer a mercadoria para a gente. E aí até anteontem a gente conseguiu e o preço já estava bem acima do mercado. Para comprar já está muito mais caro do que o preço de mercado que a gente está vendendo hoje na loja. E a gente comprou ainda uma carga. Mas, de ontem para cá, a gente já não consegue nem mais comprar, porque eles não têm previsão de entrega, porque até que a situação por lá se normalize a produção não consegue sair do estado”, finaliza. (I.S.) (R.K.)