Onda de calor não afeta setor canavieiro, que estima aumento na safra de 10%
Dora Paula Paes - Atualizado em 18/03/2024 16:13
Conab projeta queda de 2,2% na produção de cana de açúcar
Conab projeta queda de 2,2% na produção de cana de açúcar / Antônio Leudo
A “onda de calor”, com dias de termômetros se aproximando dos 40ºC, não afeta uma das principais culturas da região Norte fluminense: a produção de cana-de-açúcar. Em sua terceira onda de calor nos últimos quatro meses, intercalando com períodos de chuva, a produção de cana nesta safra deverá ter um aumento de 10%, em relação a do ano passado, quando foram esmagadas cerca de 2 milhões de toneladas de cana. O setor sucroalcooleiro é um dos que mais estão sujeitos a questões meteorológicas, que ditam o resultado no campo e levaram a região a pleitear a Lei do Semiárido.
— A safra está bem melhor este ano, acredito num aumento de safra de 10%. Essas ondas de calor não têm afetado, a terra está bem molhada, o que é bom para o crescimento. O que não pode é ficar muito tempo sem chover — destaca o presidente da Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), Tito Inojosa.
Em números, somente a Cooperativa Agroindustrial do Estado (Coagro) - Unidade Sapucaia moeu 871 mil toneladas de cana, com uma produção de 681 mil sacas de açúcar e 41 milhões de litros de etanol. Com grande número de associados, a Coagro tem, nos últimos anos, esmagado a maior fatia.
Semiárido — Nesta quarta-feira (20), representantes do setor sucroalcooleiro, da Asflucan, estarão em Brasília para uma reunião com o senador Humberto Costa, a convite da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana). O grupo quer informações sobre o projeto, que amplia a abrangência do Benefício Garantia-Safra e institui o Fundo de Desenvolvimento Econômico do Norte e Noroeste Fluminense, beneficiando 15 municípios.
O Projeto de Lei, proposto pelo então deputado federal Wladimir Garotinho, em 2019, reuniu relatórios técnicos, estudos científicos e pesquisas que apontaram para a mudança da caracterização do clima regional, em levantamento coordenado pelo professor José Carlos Mendonça, da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). A proposta é garantir linhas de crédito para a cadeia produtiva agrícola da região, amenizar prejuízos sofridos pelos produtores rurais e agricultores familiares.

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