Felipe Fernandes - Pão, circo e sangue
Lançado no ano 2000, Gladiador foi um grande sucesso que resgatou um tipo de cinema épico, que foi muito popular no passado, mas que perdeu seu espaço. O filme venceu 5 Oscars (incluindo o de melhor filme), revivendo o gênero, tendo seu próprio diretor Ridley Scott comandando várias obras do estilo posteriormente.
O diretor Ridley Scott internalizou em entrevistas seu arrependimento por não ter retornado a franquia Alien antes de não ter realizado a continuação de Blade Runner. Talvez esses arrependimentos tenham funcionado para seu retorno na continuação de um de seus filmes mais premiados. É bem verdade que a ideia da continuação existe desde o ano de lançamento do original, mas só agora, passados 24 anos, chega às telas Gladiador 2.
O longa se passa alguns anos após os eventos do filme de 2000. Abrindo novamente com uma grandiosa cena de batalha, dessa vez acompanhamos todo o confronto sobre o ponto de vista do povo que está sendo invadido pelo império romano. Com uma batalha marítima, somos apresentados rapidamente ao protagonista Hanno e ao general romano Acacius, que ao liderar a invasão vai provocar a morte da esposa do protagonista, gerando toda a trama de vingança.
Assim como Maximus, Acacius demonstra ser um general cansado das guerras. A cena em que os romanos queimam os corpos dos mortos no combate é uma das mais fortes do longa e o pesar do General comprova o Estado de espírito de muitos membros do exército romano.
A origem da vingança, ainda que compreensível, é frágil. Uma morte em combate, que não foi nem executada pelo general, parece não justificar tamanha jornada, ainda mais comparada a tudo que aconteceu com Maximus no longa original.
Se essa comparação pode não parecer muito justa, ela se justifica na repetição. Dois terços do filme são praticamente uma cópia do longa de 2000. Salve alguns detalhes, as dinâmicas e o desenvolvimento da história são os mesmos.
A jornada do prisioneiro de guerra, como escravo, passando a gladiador, o passado misterioso do protagonista, a revelação, sua relação com os membros da realeza e com seu dono.
Os jogos políticos, o gladiador como ferramenta nas mãos dos poderosos. É praticamente um remake.
Até que um importante evento acontece e desse ponto em diante o filme se torna realmente original, trabalhando eventos inéditos e mudando as peças no tabuleiro, subvertendo o que até então era basicamente uma cópia.
O filme peca por alguns exageros que não se justificam. A cena de luta com os macacos, além do cgi problemático, as criaturas parecem saídas de um filme de monstros, fugindo totalmente do aspecto histórico. Os imperadores gêmeos são caricaturas muito pesadas. Desde o tom de pele dos personagens, passando pelas atuações, é tudo muito exagerado. Culminando na cena ridícula da batalha marítima dentro do Coliseu (com direito a tubarões e tudo), que não tem efeito prático nenhum e me provocou risos de tão bizarra.
Assim como no filme anterior, o aspecto político é importante, mas são momentos de respiro em que o filme perde força, funcionando melhor quando se relaciona com os Gladiadores e a arena. Porém, é na atuação de Denzel Washington que esse braço do longa ganha relevância. Com uma atuação no limite da caricatura, Denzel constrói um personagem interessante, que rouba a cena sempre que aparece.
Referenciando e chegando até mesmo a homenagear o original em diversos momentos, sem necessariamente diminuir os feitos daquele período, Gladiador 2 funciona como entretenimento, ainda que enfraqueça na inevitável comparação, que o filme não busca evitar. Scott usa uma fórmula já testada, buscando algumas mudanças na intenção de construir uma nova franquia. É torcer que o próximo filme traga algo de mais original.
O diretor Ridley Scott internalizou em entrevistas seu arrependimento por não ter retornado a franquia Alien antes de não ter realizado a continuação de Blade Runner. Talvez esses arrependimentos tenham funcionado para seu retorno na continuação de um de seus filmes mais premiados. É bem verdade que a ideia da continuação existe desde o ano de lançamento do original, mas só agora, passados 24 anos, chega às telas Gladiador 2.
O longa se passa alguns anos após os eventos do filme de 2000. Abrindo novamente com uma grandiosa cena de batalha, dessa vez acompanhamos todo o confronto sobre o ponto de vista do povo que está sendo invadido pelo império romano. Com uma batalha marítima, somos apresentados rapidamente ao protagonista Hanno e ao general romano Acacius, que ao liderar a invasão vai provocar a morte da esposa do protagonista, gerando toda a trama de vingança.
Assim como Maximus, Acacius demonstra ser um general cansado das guerras. A cena em que os romanos queimam os corpos dos mortos no combate é uma das mais fortes do longa e o pesar do General comprova o Estado de espírito de muitos membros do exército romano.
A origem da vingança, ainda que compreensível, é frágil. Uma morte em combate, que não foi nem executada pelo general, parece não justificar tamanha jornada, ainda mais comparada a tudo que aconteceu com Maximus no longa original.
Se essa comparação pode não parecer muito justa, ela se justifica na repetição. Dois terços do filme são praticamente uma cópia do longa de 2000. Salve alguns detalhes, as dinâmicas e o desenvolvimento da história são os mesmos.
A jornada do prisioneiro de guerra, como escravo, passando a gladiador, o passado misterioso do protagonista, a revelação, sua relação com os membros da realeza e com seu dono.
Os jogos políticos, o gladiador como ferramenta nas mãos dos poderosos. É praticamente um remake.
Até que um importante evento acontece e desse ponto em diante o filme se torna realmente original, trabalhando eventos inéditos e mudando as peças no tabuleiro, subvertendo o que até então era basicamente uma cópia.
O filme peca por alguns exageros que não se justificam. A cena de luta com os macacos, além do cgi problemático, as criaturas parecem saídas de um filme de monstros, fugindo totalmente do aspecto histórico. Os imperadores gêmeos são caricaturas muito pesadas. Desde o tom de pele dos personagens, passando pelas atuações, é tudo muito exagerado. Culminando na cena ridícula da batalha marítima dentro do Coliseu (com direito a tubarões e tudo), que não tem efeito prático nenhum e me provocou risos de tão bizarra.
Assim como no filme anterior, o aspecto político é importante, mas são momentos de respiro em que o filme perde força, funcionando melhor quando se relaciona com os Gladiadores e a arena. Porém, é na atuação de Denzel Washington que esse braço do longa ganha relevância. Com uma atuação no limite da caricatura, Denzel constrói um personagem interessante, que rouba a cena sempre que aparece.
Referenciando e chegando até mesmo a homenagear o original em diversos momentos, sem necessariamente diminuir os feitos daquele período, Gladiador 2 funciona como entretenimento, ainda que enfraqueça na inevitável comparação, que o filme não busca evitar. Scott usa uma fórmula já testada, buscando algumas mudanças na intenção de construir uma nova franquia. É torcer que o próximo filme traga algo de mais original.