Com verba de R$ 20 milhões, obra no Arquivo Público ainda entregue à burocracia
A possibilidade de mudança do tempo, com previsão de chuva, é um sobressalto para os administradores do Arquivo Público Municipal, de Campos, no Solar do Colégio, em Tocos. Em janeiro, período de muitas chuvas, completa dois anos do depósito da verba de R$ 20 milhões para obras no espaço. O dinheiro está guardado nos cofres da Uenf. Sem nenhuma previsão para o início dos reparos, que irão começar com a instalação de uma sobrecobertura no prédio, a Reitoria da Uenf convocou a Procuradoria do Município e a gestora do Solar do Colégio para uma reunião na próxima sexta-feira (8).
Segundo nota da Uenf, será para esclarecer quaisquer dúvidas sobre o processo de licitação. Em julho, após uma concorrência com mais de 20 empresas, no momento, a arrematante encontra-se com documentos em análise.
"Atualmente, a documentação enviada pela empresa está em fase de análise, visando verificar o cumprimento de todos os requisitos legais para sua habilitação. Assim que essa análise for concluída e que todos os requisitos legais forem atendidos, a empresa será convocada para a assinatura do contrato e o início da execução da instalação da sobrecobertura", diz a nota da Reitoria da Uenf.
A Folha apurou com fontes que revelam que, no entanto, a empresa ganhadora não teria apresentado documentos que atestem já ter realizado serviço nos moldes exigidos pelo contratante. A questão, inclusive, estaria preocupando a administração da universidade. Ventila-se, até, a possibilidade de acionar o Ministério Público Estadual para o imbróglio, caso se faça necessário. A Reitoria da universidade não comentou sobre possível pendência.
No Arquivo Público, a diretora Rafael Machado diz que não há previsão de obras ainda. "A licitação foi feita, teve uma empresa vencedora, mas de julho até aqui (nesta quarta-feira, 6), a Uenf segue analisando a documentação desta empresa. Segundo informações, é um trâmite processual e burocrático. No entanto, sempre enfatizo que tem que haver excepcionalidade naquilo que nos é raro, único, inclusive, na burocracia. Quando você pensa em uma verba que está depositada desde janeiro de 2022 e que em novembro de 2024 você não conseguiu realizar a execução tem alguma de errado e vou colocar a culpa na burocracia. Mas, e a importância da causa, a urgência da causa? Eu em todos esses anos sempre imaginei que o mais difícil seria conseguir o dinheiro", dispara.