Felipe Fernandes - O legado de César
Como Hollywood não se cansa de reciclar ideias antigas, em 2011 foi lançado um prequel, que trazia a história para nossos dias e buscava explicar a origem de tudo. O filme foi um sucesso, gerou uma trilogia que narra o arco de César, o primeiro macaco inteligente, que liderou os outros símios. Eis que chega aos cinemas Planeta dos macacos: O reinado, longa que abre uma nova porta na franquia e promete usar elementos da última trilogia para narrar uma aventura que se passa vários anos depois do último longa.
Em "O planeta dos macacos: A Guerra", César deixa de ser retratado "apenas" como o líder dos macacos e ganha contornos messiânicos, tendo uma clara alusão a Moisés e o êxodo do povo israelita. Neste longa, a narrativa abre com o funeral de César, uma cena que busca conectar o novo filme com a trilogia anterior, mas principalmente, fazer alusão ao símbolo e ao ensinamento principal de César.
Abraçando o símbolo que remete a ideia de liberdade, o longa trabalha essa questão das diferentes interpretações de um mesmo ensinamento, culminando no conflito entre vertentes diferentes que surgiram em decorrência dos ensinamentos do líder símio. Esse é o tema mais interessante do longa, a forma como tanto o clã da Águia, quanto os outros clãs aparecem utilizando o símbolo de diferentes formas.
Esse resgate do passado está presente em todo o filme, seja no visual da natureza tomando o que restou de construções e das cidades, seja na nova dinâmica em que os humanos são apresentados ou até mesmo no plano de antagonista, que quer acessar um local secreto humano, que pode lhe render poder para dominar outros clãs.
É interessante a forma como aprendemos sobre os ritos e leis do clã das águias, sempre pelos olhos do protagonista Noah. A preocupação em manter uma espécie de equilíbrio ecológico, mesmo com a tradição de roubar um ovo de águia no ninho, construindo um laço desde o nascimento da ave, são detalhes que enriquecem aquele universo.
O filme resgata um tom de aventura muito presente nos filmes antigos, algo que se perdeu na proposta da trilogia anterior. A trama é bem simples, a complexidade da narrativa se encontra nos subtextos, uma decisão que não afeta o ritmo e respeita elementos dos filmes anteriores.
A relação entre humanos e macacos ganha novos contornos aqui, com o roteiro realizando mudanças na dinâmica que remetem aos longas anteriores e prometem ser o fio condutor dessa nova trilogia. Se nos últimos longas nós acompanhamos o declínio da raça humana e a ascensão símia, o longa aponta para uma inversão que pode render boas histórias.
Planeta dos macacos: O reinado é um recomeço para a franquia, que se utiliza de muitos elementos da trilogia anterior para desenvolver sua narrativa, mas esse resgate é feito de forma inteligente, sem tornar o filme refém dos longas anteriores. Apresentando um bom protagonista, os realizadores parecem ter encontrado um caminho para dar continuidade a uma história rica em simbolismos e personagens. O legado de César se encerra aqui, é hora da jornada de Noah.
Planeta dos macacos: O Reinado – Baseado no livro de Pierre Boulle, Planeta dos macacos chegou aos cinemas em 1968 e se tornou um clássico instantâneo. Com o enorme sucesso a aventura se tornou uma franquia, gerando outros quatro filmes que saíram quase que anualmente. Em 2001 foi lançado um remake, comandado por Tim Burton, na tentativa de reviver a franquia, mas o fracasso do filme encerrou a ideia.
Como Hollywood não se cansa de reciclar ideias antigas, em 2011 foi lançado um prequel, que trazia a história para nossos dias e buscava explicar a origem de tudo. O filme foi um sucesso, gerou uma trilogia que narra o arco de César, o primeiro macaco inteligente, que liderou os outros símios. Eis que chega aos cinemas Planeta dos macacos: O reinado, longa que abre uma nova porta na franquia e promete usar elementos da última trilogia para narrar uma aventura que se passa vários anos depois do último longa.
Em "O planeta dos macacos: A Guerra", César deixa de ser retratado "apenas" como o líder dos macacos e ganha contornos messiânicos, tendo uma clara alusão a Moisés e o êxodo do povo israelita. Neste longa, a narrativa abre com o funeral de César, uma cena que busca conectar o novo filme com a trilogia anterior, mas principalmente, fazer alusão ao símbolo e ao ensinamento principal de César.
Abraçando o símbolo que remete a ideia de liberdade, o longa trabalha essa questão das diferentes interpretações de um mesmo ensinamento, culminando no conflito entre vertentes diferentes que surgiram em decorrência dos ensinamentos do líder símio. Esse é o tema mais interessante do longa, a forma como tanto o clã da Águia, quanto os outros clãs aparecem utilizando o símbolo de diferentes formas.
Esse resgate do passado está presente em todo o filme, seja no visual da natureza tomando o que restou de construções e das cidades, seja na nova dinâmica em que os humanos são apresentados ou até mesmo no plano de antagonista, que quer acessar um local secreto humano, que pode lhe render poder para dominar outros clãs.
É interessante a forma como aprendemos sobre os ritos e leis do clã das águias, sempre pelos olhos do protagonista Noah. A preocupação em manter uma espécie de equilíbrio ecológico, mesmo com a tradição de roubar um ovo de águia no ninho, construindo um laço desde o nascimento da ave, são detalhes que enriquecem aquele universo.
O filme resgata um tom de aventura muito presente nos filmes antigos, algo que se perdeu na proposta da trilogia anterior. A trama é bem simples, a complexidade da narrativa se encontra nos subtextos, uma decisão que não afeta o ritmo e respeita elementos dos filmes anteriores.
A relação entre humanos e macacos ganha novos contornos aqui, com o roteiro realizando mudanças na dinâmica que remetem aos longas anteriores e prometem ser o fio condutor dessa nova trilogia. Se nos últimos longas nós acompanhamos o declínio da raça humana e a ascensão símia, o longa aponta para uma inversão que pode render boas histórias.
Planeta dos macacos: O reinado é um recomeço para a franquia, que se utiliza de muitos elementos da trilogia anterior para desenvolver sua narrativa, mas esse resgate é feito de forma inteligente, sem tornar o filme refém dos longas anteriores. Apresentando um bom protagonista, os realizadores parecem ter encontrado um caminho para dar continuidade a uma história rica em simbolismos e personagens. O legado de César se encerra aqui, é hora da jornada de Noah.