Folião que é folião nunca quer que a folia acabe. Em Campos, por exemplo, o Carnaval deste ano só terá o seu último ato neste sábado (24), uma semana e meia após o término do período oficial. A partir das 14h, a Casa de Cultura Villa Maria sediará a sexta edição da Ressaca na Villa, com direito a shows de samba, apresentações de sociedade musical e boi pintadinho, oficinas e exibição de documentário. A entrada é solidária, sendo o ingresso trocado por um produto de limpeza. Segundo a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), mantenedora da Villa Maria, todo o material arrecadado será doado ao Asilo Nossa Senhora do Carmo.

Quem chegar cedo terá oportunidade de confeccionar asalatos e fantasias com materiais recicláveis, em oficinas comandadas pela professora Priscila Castro e a costureira Soraya Ateliê, respectivamente. Ao público infantil, o destaque será a “Ressaquinha na Villa”. Trata-se de um show do Grupo Cirandarte, marcado para as 15h.

A tradição da música e do Carnaval de Campos terá ainda mais destaque justamente a partir das 15h, começando por um encontro da Lyra de Apollo com o Boi Arrastão. Às 16h30, será exibido o documentário “Manifesto do samba por Jorge da Paz Almeida”. Produzido pela Unidade Experimental de Som e Imagem (Uesi) e pelo Grupo de Estudos e Práticas Musicais (GEPMU) da Uenf, o filme tem como território principal a comunidade do Morrinho, onde viveu o compositor homenageado.

Reduto da escola de samba Mocidade Louca, do bloco de samba Os Psicodélicos e do Boi Arrastão, o Morrinho entrará em cena novamente na atração de encerramento, que reunirá vários músicos do bairro. Antes do show “Samba do Morrinho vai à Villa”, porém, haverá o “Bambas da Planície”, levando ao palco a cantora Leny Moraes, às 17h.

— A ideia é ir, aos poucos, retomando esses espaços do samba construídos tradicionalmente e torná-los protagonistas do evento — afirma o novo assessor de Cultura da Uenf, Giovane do Nascimento. — Este ano temos o Morrinho, mas nos próximos queremos trazer outras comunidades. É importante também o sentido formativo, ou seja, entender o Carnaval como espaço de cultura e formação de valores — enfatiza ele.

Promovida pela primeira vez em 2017, a Ressaca da Villa teve como primeira realizadora a professora Simonne Teixeira, que na época era a titular do cargo hoje ocupado por Giovane. Com o sucesso de público na edição inaugural e nos anos seguintes,o evento foi mantido na gestão da professora Priscila Castro, sendo interrompido somente durante a pandemia da Covid-19. Retomado no ano passado e confirmado este ano, dá sinais de que voltou para ficar de vez. 

— A ideia era aproveitar o restinho do Carnaval e, ao mesmo tempo, colocar a Villa na pauta da cidade com uma atividade cultural. O evento também marca o inicio do ano letivo. E foi muito legal porque teve continuidade — comenta Simonne Teixeira. — Acho que esse é o papel de uma casa de cultura, e, se temos condições de manter essa atividade ao longo do tempo, vamos consolidando mais ainda esse espaço e esse momento, principalmente de final do Carnaval, de celebrar essa folia — complementa.

Durante a programação deste sábado, funcionará uma área de alimentação com hambúrguer, churrasquinho na brasa, salgados, pipoca, doces e bebidas variadas.


Programação:

14h — Oficinas de asalato, com Prsicila Castro, e fantasias com materiais recicláveis, com Soraya Ateliê
15h — Show “Ressaquinha na Villa”, do Grupo Cirandarte
15h — Exibição do documentário “Manifesto do samba por Jorge da Paz Almeida”, da Uesi e do GEPMU-Uenf
16h30 — Encontro da Sociedade Musical Lyra de Apollo com o Boi Arrastão
17h — Show “Bambas da Planície”, de Leny Moraes
Em seguida — Show “Samba do Morrinho vai à Villa”, com músicos do Morrinho