Sob a proteção de Apolo, a Lyra resiste: 154 anos de existência musical
A Ilíada, poema épico escrito no século IX a.C. pelo poeta grego Homero, até hoje é um dos textos mais importantes da literatura universal, e conta a famosa Guerra de Tróia. Nela, o deus Apolo exerce sua divindade através da música, tocando um instrumento de cordas chamado “lira”.
Em Campos dos Goytacazes, séculos depois, uma banda de rua nascia homenageando Apolo e seu instrumento. A Sociedade Musical Lyra de Apollo constitui-se em dissidência de outra banda chamada Nossa Senhora da Conceição, em meados dos anos 1860. O grupo se organizou e fundou a filarmônica em 19 de maio de 1870, formando a banda que desde então atua em Campos.
Em 154 anos de existência a Lyra de Apollo é a banda mais antiga da cidade, e esteve presente nos grandes acontecimentos que marcaram a história de Campos. Seus músicos embalaram a inauguração da Usina Santa Cruz, do Liceu de Humanidades de Campos, do extinto Teatro Trianon, e da hoje oculta Biblioteca Municipal.
Em seu primeiro endereço fixo, os músicos ensaiavam na rua da Constituição nº 37, hoje chamada de avenida Alberto Torres. O imóvel era alugado, e a Lyra não teve recursos para mantê-lo por muito tempo. Alguns anos mais tarde, já no início do século XX, músicos e sociedade campista se uniram para construir uma sede própria, e assim conseguiram erguer uma das construções mais belas e emblemáticas da cidade, ao lado da Igreja Matriz, na praça São Salvador.
Tudo transcorreu bem até 1990, quando o prédio foi quase destruído por um incêndio, que queimou os instrumentos musicais e todo o arquivo de partituras. Desde então a Sociedade Musical vem lutando pela sua restauração, realizando apresentações, buscando parcerias e tentando sensibilizar o poder público. O prédio da Lyra é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac).
Em Campos dos Goytacazes, séculos depois, uma banda de rua nascia homenageando Apolo e seu instrumento. A Sociedade Musical Lyra de Apollo constitui-se em dissidência de outra banda chamada Nossa Senhora da Conceição, em meados dos anos 1860. O grupo se organizou e fundou a filarmônica em 19 de maio de 1870, formando a banda que desde então atua em Campos.
Em 154 anos de existência a Lyra de Apollo é a banda mais antiga da cidade, e esteve presente nos grandes acontecimentos que marcaram a história de Campos. Seus músicos embalaram a inauguração da Usina Santa Cruz, do Liceu de Humanidades de Campos, do extinto Teatro Trianon, e da hoje oculta Biblioteca Municipal.
Em seu primeiro endereço fixo, os músicos ensaiavam na rua da Constituição nº 37, hoje chamada de avenida Alberto Torres. O imóvel era alugado, e a Lyra não teve recursos para mantê-lo por muito tempo. Alguns anos mais tarde, já no início do século XX, músicos e sociedade campista se uniram para construir uma sede própria, e assim conseguiram erguer uma das construções mais belas e emblemáticas da cidade, ao lado da Igreja Matriz, na praça São Salvador.
Tudo transcorreu bem até 1990, quando o prédio foi quase destruído por um incêndio, que queimou os instrumentos musicais e todo o arquivo de partituras. Desde então a Sociedade Musical vem lutando pela sua restauração, realizando apresentações, buscando parcerias e tentando sensibilizar o poder público. O prédio da Lyra é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac).
Apesar do tombamento estadual, o prédio não recebe atenção devida da municipalidade, e os músicos precisam ensaiar em uma construção com parte de seu interior ainda muito afetada pelo incêndio dos anos 1990, e com a dificuldade natural de conservar um prédio histórico. Isso sem contar o entorno totalmente descaracterizado e a fachada encoberta por fiações e placas de propaganda.
A Lyra de Apollo resistiu ao descaso e ao fogo, principalmente através de doações e mobilização de parte da sociedade, e com parceria firmada com a empresa de restauração “Augural”, de propriedade do arquiteto Humberto Netto das Chagas, que conseguiu refazer o telhado e as duas torres.
A Lyra resistiu. Sob a proteção de Apolo, em uma cidade que viu tantos patrimônios materiais e imateriais desaparecerem, a resistência de uma banda popular de mais de um século e meio precisa ser celebrada. Que venham os próximos 100 anos.
A Lyra de Apollo resistiu ao descaso e ao fogo, principalmente através de doações e mobilização de parte da sociedade, e com parceria firmada com a empresa de restauração “Augural”, de propriedade do arquiteto Humberto Netto das Chagas, que conseguiu refazer o telhado e as duas torres.
A Lyra resistiu. Sob a proteção de Apolo, em uma cidade que viu tantos patrimônios materiais e imateriais desaparecerem, a resistência de uma banda popular de mais de um século e meio precisa ser celebrada. Que venham os próximos 100 anos.