Sem ódio no ar
Dois personagens da política campista foram ao programa Folha no Ar, da FolhaFM 98.3, neste mês de abril. No último dia 6, Anthony Garotinho concedeu uma entrevista onde falou sobre diversos assuntos, e revelou que se encontraria com um histórico adversário, Arnaldo Vianna, logo após o fim do programa.
Nesta sexta-feira (26), o presidente da Câmara de Vereadores, Marquino Bacellar, também concedeu uma entrevista, onde falou sobre os embates passados com o Executivo, e a futura disputa eleitoral de 6 de outubro, onde seu grupo político enfrentará o favoritismo atestado em pesquisas de Wladimir Garotinho.
Ambos personagens, Anthony e Marquinho, são conhecidos pela veemência nos posicionamentos, muitas vezes com ataques duros aos adversários, usando palavras fortes e apelidos no mínimo jocosos. Porém, nas entrevistas concedidas, eles mantiveram um tom mais sereno e mais ponderado, inclusive ao falar de seus adversários.
Nas entrevistas, o alívio no tom não se confundiu com a ausência de críticas. Elas estavam lá, os dois não se abstiveram de dizer o que pensam sobre o jogo político campistas e os outros personagens que o compõe. Mas elas foram feitas atendo-se a questões políticas, essencialmente, sem ataques pessoais ou familiares.
Como ainda eram ali as personas políticas que fazem questão de cultivar, houve momentos de posições mais malcriadas sobre os adversários, e ironias inevitáveis foram ditas. Mas sempre acima da “linha da cintura”.
Em tempos de polarização afetiva na política nacional, e discursos de ódio nas redes sociais, Garotinho e Bacellar conseguiram levar ao Folha no Ar um tom surpreendentemente ponderado nas análises que fizeram. Mesmo em ano eleitoral, mantiveram-se em uma postura de negação a forma de fazer política com ataques pessoais. Ponderaram, ou pelo menos demonstraram ponderar, que talvez seja o momento de não esticar a corda, de disputar apenas na arena eleitoral e política, sem agressões, mesmo contra grupos antagônicos.
Nesta sexta-feira (26), o presidente da Câmara de Vereadores, Marquino Bacellar, também concedeu uma entrevista, onde falou sobre os embates passados com o Executivo, e a futura disputa eleitoral de 6 de outubro, onde seu grupo político enfrentará o favoritismo atestado em pesquisas de Wladimir Garotinho.
Ambos personagens, Anthony e Marquinho, são conhecidos pela veemência nos posicionamentos, muitas vezes com ataques duros aos adversários, usando palavras fortes e apelidos no mínimo jocosos. Porém, nas entrevistas concedidas, eles mantiveram um tom mais sereno e mais ponderado, inclusive ao falar de seus adversários.
Nas entrevistas, o alívio no tom não se confundiu com a ausência de críticas. Elas estavam lá, os dois não se abstiveram de dizer o que pensam sobre o jogo político campistas e os outros personagens que o compõe. Mas elas foram feitas atendo-se a questões políticas, essencialmente, sem ataques pessoais ou familiares.
Como ainda eram ali as personas políticas que fazem questão de cultivar, houve momentos de posições mais malcriadas sobre os adversários, e ironias inevitáveis foram ditas. Mas sempre acima da “linha da cintura”.
Em tempos de polarização afetiva na política nacional, e discursos de ódio nas redes sociais, Garotinho e Bacellar conseguiram levar ao Folha no Ar um tom surpreendentemente ponderado nas análises que fizeram. Mesmo em ano eleitoral, mantiveram-se em uma postura de negação a forma de fazer política com ataques pessoais. Ponderaram, ou pelo menos demonstraram ponderar, que talvez seja o momento de não esticar a corda, de disputar apenas na arena eleitoral e política, sem agressões, mesmo contra grupos antagônicos.
As surpresas positivas em relação aos dois personagem deram-se pelo histórico de suas atuações, e de seus grupos políticos, mas também aconteceram por vivermos em um momento em Campos, no Brasil e no mundo do contrário. O estímulo ao ódio e as agressões oferecem de volta muitas curtidas e comentários em redes sociais, assim como engajam a claque, tornando a tentação de políticos assim agirem muito grande. E o Folha no Ar poderia ter sido um espaço onde isso fosse aproveitado. Mas não foi.
Talvez o programa da FolhaFM não reflita a realidade vista na atuação política dos mesmos personagens daqui para a frente. Talvez as eleições, quando a campanha começar de fato, impeça que climas elevados e de diálogo respeitoso voltem a acontecer. Mas o Folha no Ar deixou dois exemplos, através das entrevistas de Garotinho e Bacellar, que é preciso promover espaços onde os políticos façam de seus ofícios algo condizente com a convivência democrática e pacífica.
Talvez o programa da FolhaFM não reflita a realidade vista na atuação política dos mesmos personagens daqui para a frente. Talvez as eleições, quando a campanha começar de fato, impeça que climas elevados e de diálogo respeitoso voltem a acontecer. Mas o Folha no Ar deixou dois exemplos, através das entrevistas de Garotinho e Bacellar, que é preciso promover espaços onde os políticos façam de seus ofícios algo condizente com a convivência democrática e pacífica.
Campos não é, e nem pode ser, uma cidade fria politicamente. Oposição e embates políticos não são apenas naturais, são necessários para que o sistema democrático seja vivenciado em plenitude. Mas não se pode normalizar a agressão, mesmo verbal, no fazer político e no convívio social.
Todos saem ganhando com mais democracia. E o jornalismo cumpre um papel fundamental em mostrar que esse jogo só deve ser jogado com respeito e sem ódio, onde não se perca a capacidade de dialogar, mesmo com os opostos.
A política campista não pode dispensar os adversários, mas não precisa de inimigos. A Folha e a cidade agradecem.
Todos saem ganhando com mais democracia. E o jornalismo cumpre um papel fundamental em mostrar que esse jogo só deve ser jogado com respeito e sem ódio, onde não se perca a capacidade de dialogar, mesmo com os opostos.
A política campista não pode dispensar os adversários, mas não precisa de inimigos. A Folha e a cidade agradecem.