Luciano Rio Lu se declara oficialmente na base de Wladimir
Após retirar seu nome da CPI da Educação (aqui), o vereador Luciano Rio Lu (PDT) se declarou oficialmente na base do prefeito Wladimir Garotinho (PP). Ele fez o anúncio na sessão desta terça-feira (17), engrossando a lista dos que saíram do grupo dos Bacellar, enfileirada antes pelos vereadores Nildo Cardoso (União), Abdu Neme (Avante) e, mais recentemente, Marquinho do Transporte (PDT). Também na sessão dessa terça, Anderson de Matos (Republicanos) anunciou a sua saída da liderança da oposição na Câmara. O pastor não foi claro se estará na base do prefeito. Com a ida de Rio Lu os governistas já passam a ter 15 dos 25 vereadores.
Mas se Anderson deixou no ar, Marquinho Bacellar (SD) revelou na tribuna que parece já não estar contando com ele no grupo da oposição. "Hoje somos nove na oposição, manteremos firme. Se alguém entender que vá, pode ir. Sigo aqui mantendo a minha posição de oposição", falou, que já perdeu do grupo que o elegeu para presidência da Câmara, nas contas dele, quatro nomes.
A nova composição na Câmara acontece em meio ao fim da pacificação entre os Garotinhos e Bacellar, sentenciada após a abertura, por parte da oposição, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Educação do governo Wladimir. Em meio a contestações de vereadores da base, o grupo de oposição da Câmara de Campos conseguiu, em reunião com os líderes partidários na manhã dessa terça, emplacar o maior número de indicados para compor a Comissão. Os vereadores Rio Lu, Anderson e Marquinho do Transporte retiraram seus nomes do pedido de CPI, mas a medida não foi suficiente para evitar que a investigação prossiga após as nove assinaturas necessárias.
Ao dar sua explicação na sessão, Anderson de Matos foi contido. “Presidente, diante da decisão que tive que tomar hoje pela manhã pela retirada da minha assinatura da CPI da Educação, gostaria de solicitar o senhor o meu desligamento da liderança da oposição. Agradeço aos colegas vereadores, mas solicito o desligamento, por favor presidente, obrigado”, discursou Matos, que ao ser procurado pela Folha para esclarecer em que grupo está a partir de agora respondeu: “A decisão que tomei foi com base em uma orientação da coordenação política do meu grupo. Permaneço aguardando novas coordenadas”, disse o vereador, que já foi substituído na liderança da oposição por Igor Pereira (SD).
Já Rio Lu foi mais direto: “Estou subindo aqui para dar explicação pessoal, na verdade. Eu também quero pedir a ‘desligação’ do grupo de oposição. A partir de agora, eu faço parte do grupo da base do prefeito, até por que a gente está rodando pela cidade, está vendo as obras. Eu quero deixar o meu mandato hoje à disposição do prefeito para poder ajudar em algumas falhas que a gente vê”, disse Rio Lu na tribuna.
A partir da CPI da Educação instalada na manhã desta terça, que também gerou embates na sessão desta tarde, o fim da pacificação entre os Garotinhos e Bacellar vem ganhando cada vez mais evidência com cobranças em relação ao Regimento Interno da Câmara, que vereadores da base alegam estar sendo desrespeitado pelo presidente da Câmara.
O vereador Marquinho Bacellar rebateu as críticas dos governistas e voltou a atacar o prefeito Wladimir. “O que está acontecendo aqui? Defensor de Regimento, não (..) O que está acontecendo aqui é medo de uma CPI da Educação (...) Como eu disse, quem se sentir lesado tem que procurar a Justiça", disse em trechos do seu discurso.
O líder do governo Álvaro Oliveira (PSD) disse não se tratar de medo de CPI, mas de fato fazer valer o Regimento Interno da Casa e a ordem cronológica de outros pedidos de CPI, que inclusive foram arquivados por determinação do presidente da Câmara.
A sessão foi marcada do início ao fim por ataques dos dois lados, inclusive com reflexos na plateia, onde o presidente da Câmara chegou a pedir interferência da segurança para acalmar ânimos.
Ainda sessão, o vice-líder de governo voltou a cobrar publicamente que o prefeito Wladimir exonere do seu governo nomes indicados por vereadores da oposição. "Senhor prefeito, o senhor já percebeu eles não terão a hombridade de pedir que as indicações deles serem exonerados. Estou falando em nome da nossa base aqui, tire, exonere as indicações da oposição (...) Base é base, oposição é oposição", discursou Juninho, que foi reforçado por Álvaro Oliveira.