Impasse sobre pacificação segue sem definição na Câmara
Rodrigo Gonçalves 08/08/2023 15:29 - Atualizado em 08/08/2023 18:04
Rodrigo Silveira
Terça-feira é dia de Câmara em Campos, mas é ainda nos bastidores que as maiores movimentações são esperadas. Antes da sessão das 17h, vereadores do grupo oposição/”independentes” tiveram uma reunião para avaliar, inclusive, o que foi conversado entre o líder político deles, Rodrigo Bacellar (União), e o prefeito Wladimir Gortinho (PP) em reunião no Rio, na última quinta-feira (3), após mais um impasse na Câmara, que ainda pode parar na Justiça.
Já entre os vereadores da base, como já adiantou a edição da Folha do último sábado (5), a reunião com todos os integrantes governistas deve acontecer nesta quarta-feira (9), pois alguns deles não estão na cidade.
O clima de incerteza ainda é dominante quando o assunto é a pacificação entre os grupos dos Garotinho e Bacellar depois da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, que impôs uma derrota à base.
Nem mesmo a possibilidade da judicialização da sessão do último dia primeiro levantada pelo vice-líder do governo, Juninho Virgílio (União), já tem uma definição. O questionamento é sobre o voto dado pelo presidente da Casa, Marquinho Bacellar (SD), que, segundo Juninho, não poderia ter votado na matéria. Marquinho já rebateu, afirmando que quem se sentir lesado tem que procurar a Justiça.
Nos bastidores, a aposta é que o prefeito vete o que foi aprovado na íntegra ou em parte, evitando assim um conflito judicial e o fim da pacificação. Vale lembrar que para a derrubada na Câmara de um veto do prefeito são necessários 17 votos, sendo que, mesmo com o vereador Abdu Neme mantendo seu posicionamento contrário à base, o grupo oposição/“independentes” só teria, até o momento, 13 vereadores.
Nesta terça-feira (8), o líder do governo, Álvaro Oliveira (PSD), repetiu, o que disse à Folha na última sexta, de que ainda é incerto o desfecho. O mesmo disse Juninho Virgílio e outros vereadores da base ouvidos pelo blog, como o pastor Marcos Elias (PSC). “As conversas acontecem entre os líderes políticos, mas as vezes somos surpreendidos com novos comportamentos. Creio que vamos ter um termômetro na sessão de hoje (terça)”, disse o vereador.
Do outro lado, nada pode ser muito adiantado, segundo os vereadores de oposição/“independentes”, que mantiveram sigilo sobre o teor do que ficou definido na reunião desta terça. No entanto, segundo o líder da oposição o pastor Anderson de Matos afirmou que “a Câmara seguirá como foi a votação da LDO, ou seja, mantendo a independência e autonomia dos poderes”.
O vereador também avaliou as declarações dadas pelo líder do governo que criticou a medida adotada pelo grupo contrário ao estipular emendas impositivas para orçamento do próximo ano. Apesar de ser uma medida que beneficia a todos os vereadores, independentemente de grupo, Álvaro diz ser contra e que a medida engessa o governo. “Não pedi e acho isso um descaramento. Se você voltar em um passado próximo de Campos (...) de denúncia de venda de emenda parlamentar, venda de obra, venda disso, daquilo. Eu não quero voltar esses tempos, sou terminantemente contra. Se eu quero gerenciar a cidade de forma, indicar o que fazer obra, tem que ser em parceria com o Executivo ou me candidato a prefeito. O Executivo é o prefeito”, disse Álvaro em matéria publicada sábado na Folha.
Para Anderson, Álvaro “praticamente criminalizou as emendas, o que é um equívoco”.
— Total e absurdo. Vou falar sobre isso hoje (terça) na tribuna da Câmara. As emendas impositivas são um instituto legal com amparo na Lei Orgânica do município. Se formos partir do princípio do líder do governo em relação ao recurso púbico oriundos de emendas impositivas, possivelmente empregados no futuro, o que diríamos de todas as obras feitas com recursos públicos no presente momento pelo governo municipal? — afirmou o líder da oposição.

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