Na próxima quarta-feira, dia 06, a partir das 13h00, diversas organizações da sociedade civil convocam para ato público na extinta Usina Cambahyba, em Campos, conhecida por investigações que apontam a utilização de seus fornos para incinerar corpos de presos políticos durante a ditadura militar. Neste dia, será criado o “Memorial Cambahyba, Ditadura Nunca Mais, Memória, Verdade e Justiça”, marcando o início da caminhada dos 60 anos do golpe militar de 1964. Ocupada por cerca de 300 famílias do MST, a área foi desapropriada e hoje abriga o Assentamento de Reforma Agrária Cícero Guedes. A ação vai mobilizar o Ministério dos Direitos Humanos, familiares de presos, mortos e desaparecidos políticos.

Outras entidades confirmadas são a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). Também estarão presentes representantes de partidos políticos como PT, PCB, PCdoB, PSB e Psol, de centrais sindicais como CUT e CTB, sindicatos como o Bancários e Sindipetro-NF, movimentos estudantis como a União Nacional dos estudantes (UNE) e o Dirétório Central dos Estudantes da UENF (DCE-UENF), entre outros movimentos sociais.

A ocupação da Usina Cambahyba e das terras têm um sentido de preservação do espaço de memória daqueles que foram silenciados e desaparecidos pela desumanidade da ditadura militar.

Nos fornos da usina foram incinerados os corpos de diversos presos políticos, sendo identificados 12 deles: Ana Rosa Kucinski Silva (ALN), Armando Teixeira Frutuoso (PCdoB), David Capistrano (PCB), Eduardo Collier Filho (APML), Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira (APML), João Batista Rita Pereira (VPR), João Massena Melo (PCB), Joaquim Pires Cerveira (FLN), José Roman (PCB), Luiz Inácio Maranhão Filho (PCB), Thomáz Antônio da Silva Meirelles Neto (ALN), Wilson Silva (ALN).