Risco Hepático com Cúrcuma e Chá Verde
Leonardo Gama - Atualizado em 11/08/2024 06:56
Um estudo amplo conduzido por pesquisadores da Universidade de Michigan (1), avaliou dados de 9685 indivíduos de 2017 a 2021 e trouxe conclusões alarmantes:
um grande número de pessoas tem utilizado substâncias potencialmente tóxicas ao fígado, a maioria por conta própria.
De acordo com a pesquisa quase 5% dos americanos havia consumido, nos últimos 30 dias antecedentes à entrevista, algum produto com potencial tóxico ao fígado, como cúrcuma, extrato de chá verde, ashwagandha, Garcinia cambogia, arroz vermelho fermentado e derivados de cohosh preto. 
A ingestão desses produtos foi feita em busca de saúde cardíaca, melhora nos sintomas de menopausa, artrite, combate a radicais livre, etc.
Contudo não há evidências científicas de fato, de que esses benefícios são gerados e, os trabalhos que o mostram não são controlados (com validade científica). 
Um estudo publicado em 2022 já alertava sobre o risco de lesão hepática com produtos à base de cúrcuma e outros fitoterápicos (2).
Essa pesquisa avaliou todos os casos registrados no Drug-Induced Liver Injury Network (DILIN - EUA) entre 2004 e 2022: foram encontrados 10 casos de lesão hepática associada à cúrcuma, registrados desde 2011, além de mais seis casos registrados desde 2017. Cinco desses pacientes foram internados e um morreu de insuficiência hepática aguda.
Segundo os pesquisadores os dados trazem um alerta sobre o consumo de suplementos botânicos sem a devida prescrição e mesmo o abuso na dosagem, sob a premissa de serem "naturais".
A falta de supervisão na fabricação e teste rígido desses produtos é um agravante, pois não se tem controle real sobre pureza, princípios ativos realmente presentes, etc., afirma a Dra. Liliana Mendes, hepatologista do Hospital Sírio-Libanês.  
 
1- https://jamanetwork.com/journals/jamadermatology/article-abstract/2798840?resultClick=1.
2- https://www.amjmed.com/article/S0002-9343(22)00740-9/fulltext.

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